Caso queira, Queiroz

“O dinheiro é sujo, entregue das mãos sujas para outras sujas também.
Por melhor que possa ser a lavagem, o dinheiro continuará sujo, 
pois são mãos sujas que tentam inutilmente lavá-lo”

Estive Nólocal (b.d.C.)

    Entre tantas outros fatos evidentes, um deles é desesperadamente intenção sincera para o presidente Jair Bolsonaro, família dele, integrantes do governo e os asseclas bájulos, atacar o Supremo Tribunal Federal e tentar controlar totalmente a Polícia Federal.  
    A prisão de Fabrício Queiroz iria acontecer, quanto mais se reuniam provas acerbas sobre funcionários fantasmas do gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro, senador, eles não recebiam salários porque eram fantasmas e o dinheiro era sacado e entregue para que o filho do presidente adquirisse, por exemplo, apartamentos e uma loja de chocolates, cujos valores utilizados foram em espécie e incompatíveis com a renda do senador.
    “Estão me investigando porque sou o filho do presidente”. E não que ele tem razão? Como seria possível não ter sido eleito para o Senado se não fosse o fato de ser filho do Messias.
    Fabrício Queiroz é um colossal, rico e fétido arquivo vivo da família Bolsonaro. “Estava à disposição da Justiça, portanto desnecessária a sua prisão”. Ora, todas as vezes que foi intimado, permaneceu calado ou sequer apareceu. Tão a “disposição da Justiça” que estava escondido, até então em endereço incerto e não sabido, a casa do advogado da família do presidente.
    Tacar fogo no Supremo é, com o incêndio, fazer desaparecer as provas dos autos, embora com a informática já desapareceram os volumosos processos físicos.
    Além do filho do presidente, está também a primeira dama, no inexplicável empréstimo que ela fez para o Queiroz, que, com a venda de carros, tratou de pagar a mulher do presidente.
    Juridicamente até agora o presidente processualmente não está envolvido.
    Contudo, Jair Bolsonaro tenta, faz de tudo para livrar o filho, sendo assim inegavelmente o envolvimento do governo na escandalosa lavagem de dinheiro do filho.
    É, a velha política nunca deixou de ser pura encenação discursiva demagógica cada vez mais desmascarada, cujo regresso do centrão e o soberbo fisiologismo apenas passam a ocupar papéis que não estão na penumbra nem nos quartéis. 
Se condenado, até quando e como Fabrício Queiroz assumirá confessando tudo e sozinho? Terá ele poder de não se tonar – por ele próprio ou não – arquivo morto ou vivo?

Fases de Fazer Frases (I)
    O bom de tudo é também quando o ruim não é nada.

Fases de Fazer Frases (II)
    Quando a verdade é escondida, ela poderá ser achada sozinha?

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
    De há muito já tinha passado da hora, a demissão de Abraham Weintraub do cargo de ministro da educação não se trata de nenhuma surpresa. Ele faz parte da história, indiscutivelmente como o pior ministro, despreparado bem mais do que opiniões preconceituosas e posturas autoritárias, ou erros de português, mas sim uma falta de vivência educacional que não o qualificava sequer para ser inspetor de alunos.
    Falastrão, corre agora para fora do país, sem assumir o que disse em reunião, ao chamar ministros do Supremo todos de vagabundos. Não se trata de defender ou achar que o Supremo é Santo, mas Abraham era, e é, chamando os outros do que ele foi como ministro.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
    Medidas mais enérgicas para conter a propagação do corona-vírus estão sendo necessárias devido a uma parcela da população agir com negligência. É caso de polícia, expor a si e os outros a tamanho risco, de infecção e morte. Revoltante.    

Farpas e Ferpas
    Verdade na boca do mentiroso não é nada, para ele.

Reminiscências em Preto e Branco
       O chamado criado mudo, pequeno móvel geralmente com uma gavetinha que ficava ao lado da cama, praticamente desapareceu, mudo e bem criado no silêncio do sono do dono dele.

José Eugênio Maciel | [email protected]