Cuidado com as palavras

“Os lugares-comuns, as frases feitas, os bordões, os narizes de cera, as
sentenças de almanaque, os rifões e provérbios, tudo pode aparecer
como novidade, a questão está só em saber manejar adequadamente
as palavras que estejam antes e depois”
José Saramago

O título de hoje tem propositadamente o duplo sentido, o cuidado antes de escrever ou oralmente falar. Quais são as palavras? O sentido delas? Qual a que efetivamente será eficaz para que a comunicação tenha o melhor resultado. E o cuidado com as palavras como leitura, ter zelo, cultuar a nossa língua portuguesa.

Há alguns anos tinha muitas placas de trânsito com os dizeres: “Cuidado, escola”, Não fica bem claro a frase, como se a escola fosse um perigo, quem passasse pela placa.

Outro dizer que não tenho mais encontrado, mas já foi muito comum: “Proibido a entrada de pessoas estranhas neste local”. Quem lia a placa era esse “estranho”, algo enigmático, mistério daquela pessoa. Enfim, o estranho se sentia estranho. São dois os significados de estranho: o excêntrico e o quem vem de fora.

A palavra sanitários está sendo cada vez menos usada para se referir a banheiros, embora quando se trata de vasos sanitários ela apareça para diferenciar de outros tipos de vasos.

Toda a palavra poderá ser estranha, sem causar estranheza.

Fases de Fazer Frases
Uma única palavra cabe numa frase.
E uma frase não é feita com uma única palavra?

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Na Coluna anterior, escrevi sobre o meu encontro casual (no mercado), com o poeta Oswaldoir Capeloto. Abaixo transcrevo a manifestação dele, como exatamente escreveu. Também uma das poesias dele, também enviada pelo próprio. Obrigado!

“Rapa pa paaazzz, sou tímido! Até ga ga guejei quando li “Só mais um pouquinho”.
Obrigado pelas palavras proferidas a esse ciscador de versos.
Fui pego de surpresa e até me senti po po poeta.
Obrigado!
Para não perder a sintonia sigo vagando nas ondas da poesia”.
Abraços!

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Na correspondência eletrônica publicada acima, veio a poesia do Oswaldoir:
Sou o conjunto do que penso ser
somado ao que pensam que sou
com o que sou realmente.

Sou um desconhecido de mim
que se descobre aos poucos
diante das situações que se despontam
revelando as minhas capacidades
e fraquezas.

Sou o dependente que busca por Deus
em todos os momentos da vida
para me fortalecer espiritualmente
e permanecer sendo.

Sou a noite dentro de mim
descobrindo os meus amanheceres.
DESCORTINAMENTO

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
No trevo que dá acesso à Boa Esperança e a Janiópolis pela BR 369, Campo Mourão a Cascavel, tem uma placa que há anos está fixada e contém um erro. É no sentido a Campo Mourão: “Mamboré”. O acento está errado, pintaram um acento agudo é – , quando o correto é o acento circunflexo, o famoso chapeuzinho: ê. O município é Mamborê, e não Mamboré.

Farpas e Ferpas (I)
Persiste no erro aquele que desconhece o que é certo.
Persiste no erro mais ainda aquele que desconhece o próprio erro.

Farpas e Ferpas (II)
Vida hoje é menos do que ontem.

Reminiscências em Preto e Branco – João, o experiente e cordato (I)
O 19 de abril foi o dia do último adeus. Aos 77 anos não mais está entre nós, enorme perda para a família, os amigos e eleitores que o colocaram como vereador em três legislativas seguidas (1988, 1992 e 1996). João Alves, um homem simples, de fácil diálogo, a atuação como vereador mourãoense tinha como escopo mais incisivo as iniciativas e causas rurais. Na vida de um modo geral e no exercício do cargo público, era cordato e, sem tirar proveito próprio, angariava naturalmente um respeito por ter mais idade e experiência como mandatário público. Fomos vereadores na mesma legislatura, 1997-2000.

Reminiscências em Preto e Branco (II)
Em referência ao Reminiscências acima (I), alusão ao João Alves, cabe a menção a 12ª Legislatura da Câmara de Vereadores de Campo Mourão, na qual o número de cadeiras era 15 (atualmente é de 17), contando com o João, tem outros três vereadores falecidos: Júlio Vieira, Juvenal Vieira e Edson Battilani.

José Eugênio Maciel | [email protected]