Deputado Ricardo Lamas e professores
“O governo tem um braço comprido e outro curto: o comprido
serve para apanhar e chegar a toda parte; o braço curto
serve para dar e só alcança os mais chegados”.
Ignazio Silone
O deputado federal Ricardo Barros (PP) xingou os professores, na semana anterior, fato noticiado pelos principais jornais brasileiros. Por ser do Paraná a repercussão foi ainda maior. Disse o abjeto e falastrão parlamentar: “É absurdo a forma como estamos permitindo que os professores causem tantos danos às nossas crianças na continuidade da sua formação. O professor não quer se modernizar, não quer se atualizar. Já passou no concurso, está esperando se aposentar, não quer aprender mais nada”, disse o deputado à CNN Brasil, ignorando as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de educação que tiveram que se desdobrar durante a pandemia”.
Ele insultou professores, responsabilizando pelos danos que causamos as crianças, que não queremos trabalhar, aprender, estamos à espera da aposentadoria.
O sobrenome dele, Barros, ofende a terra, especialmente a camada arável e tão produtiva no Paraná. Barros encharcados ou não, matéria prima para a produção agrícola e do oleiro.
Ricardo Lamas é mais apropriado e no plural. Lamas tão fétidas, cheiro insuportável, predomina a impureza no cargo público, típico labél.
O deputado tem facilidade de jogar lamas nos professores, ele visa atingir a todos, de modo a se atirar no magistério.
Apesar do insulto, eu não me sinto atingido por ele – e só posso falar por mim: falta-lhe reputação.
Ávido governista, servil (não é serviu) a todos os governos: Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva (como líder), Dilma Rousseff (vice-líder) e ministro da saúde de Michel Temer.
A ele não basta estar no poder, a volúpia aspira o próprio poder em si, interesses que passam longe de algum projeto para a Nação.
Bajulador contumaz que não se limita a agradar com elogios a presidentes, é um embusteiro fazedor de ataques aos professores.
O adulador interesseiro vem de muito longe, mas, sem precisar recuar muito no tempo, à época prefeito de Maringá Ricardo Lamas recebeu o então presidente Collor e entregou a ele garrafas do vinho Aljôfar (produzidos na cidade-canção), rótulo contendo a foto em homenagem a primeira dama do País Roseane Malta.
Educação, será que ele entende alguma coisa? Como prefeito tentou implantar um sistema de cooperativa escolar, mas não passou de algumas escolas, a ideia fracassou por inapetência do prefeito.
Ainda sobre ter sido prefeito, a professora Ana Lúcia lembrou (dia 22), “A verdade dói realmente e ter fugido pela janela da Prefeitura de Maringá deve doer na alma do Ricardo Barros até hoje”. A professora respondeu a declaração do Lamas, “volta as aulas presenciais. A verdade dói. E muito”, disse o boquirroto.
Não tenho conhecimento de algum professor do Paraná que disputou eleições e tenha sido processado por compra de votos. O Lamas foi, chegou a ser cassado mas retomou o mandato.
Ele gosta da família e muito! E na política! Cida Borguetti, então vice, concorreu ao Palácio Iguaçu, eleição decidida no primeiro turno pelo governador Ratinho e ela com desempenho pífio.
A filha do Lamas, é deputada estadual, Maria Vitória foi candidata à prefeitura de Curitiba em 2016 (fez menos de 60 mil votos). Eles tentaram barganhar (2020) a vice do reeleito Rafael Greca, fato risível.
A ânsia pelo poder parece não ter limites nem para o ridículo, levou Lamas a disputar o Senado, foi mero figurante.
Não me sinto, como professor, ofendido nem fendido com a fétida declaração, dita em defesa do projeto de lei que torna a educação presencial obrigatória. Não me espantaria se ele apresentasse um projeto para a Câmara Federal ser essencial. Não generalizo, seria injusto, existem deputados do Paraná que bem representam a nossa gente, porém não é o caso do Lamas.
Inútil é responder a quem está desesperado por perder nacos do poder. O irmão do Lamas, Sílvio, que já foi prefeito, acabou não disputando a última eleição (qual o verdadeiro motivo?). Então lançaram a Coronel Audirene (PP), ela fez pouco mais de 17 mil votos entre os quase 200 mil eleitores que compareceram às urnas. Porque não lançaram a ex-vice governadora Cida Borguetti? Menos de 20 mil votos é sinal de decadência.
Culpa dos professores?
Na verdade, culpados ou não, são os professores que também pagam impostos, também para manter corjas.
Fases de Fazer Frases
Quem não tem moral não inveja a alheia.
Olhos, Vistos do Cotidiano
Não invista em pagamento à vista sem desconto.
Farpas e Ferpas
É preciso ser espinafrado para comer espinafre?
Reminiscências em Preto e Branco
QI é Quociente de Inteligência. Na política é Quem Indica.
José Eugênio Maciel | [email protected]