Dez será bom
Nem todo aprendizado precisa de leitura,
mas toda leitura gera um aprendizado
Flávia Savóia
O que eu faço para gostar de ler?. Eu não tenho paciência para ler um livro. Eu tenho a minha opinião, mas não sei colocar a ideia no papel. Eu não tenho tempo para ler.
A adolescente segue a mãe o tempo todo, qualquer lugar da casa em que a mãe se encontra logo a menina chega junto, pressiona: mãe, me dá dinheiro para colocar crédito no meu celular, anda logo! Em outro lar brasileiro o menino não larga o controle-remoto da televisão, muda o tempo todo de canal e mesmo tendo dito para ele mesmo várias vezes não tem nada que preste nesta televisão, o garoto não sai de frente da tela.
Quem acredita existirem estudantes que pedem aos pais dinheiro para comprar livros? Claro que existe uma meninada criança, adolescente e jovem que têm prazer ao ler. Porém, é uma minoria, conta-se nos os dedos das mãos.
Os concursos vestibulares e outros exames e o cotidiano das salas de aula do Ensino Médio e Superior, o pavor tanto afligem os estudantes é interpretar a prova e redigir. Infelizmente é comum em muitos casos o porcentual de reprovação em redação ser superior a 35, ou seja, de cada dez ficam pelo meio do caminho quase quatro por não saber escrever. Uma rápida observação numa sala de a constatação é evidente, a maioria não curte nada, sequer gibi.
Os estabelecimentos de ensino públicos e particulares possuem bibliotecas e computadores conectados à internet são já é uma realidade. Ficam à disposição. Só à disposição. Tem ainda uma parcela que até lê, embora por imposição dos concursos e pela exigência dos professores, incluindo a disputa acirrada no mercado de trabalho.
Quem não lê é cego, não fala e não se expressa de algum modo, pouco ou nada compreende do que ouve ou lê. A leitura transforma a vida das pessoas, elas se maravilham com o mundo do conhecimento que se descortina diante delas, pessoas que sempre ampliam o horizonte do que enxergam, adquirem senso crítico, crescem em importância individual e social.
Ainda que as passos trôpegos é possível e passível a esperança existir, considerando os dados do Ministério da Educação, contidos no levantamento Retratos da Leitura no Brasil. Em 2008 o brasileiro leu em média 1,8 livro por ano. Eis os dados apresentados em 2011: o brasileiro está lendo uma média de 4,7 livros por ano. Se arredondarmos os números de ambos os levantamentos – 2 e 5 – tem-se mais do que o dobro, não deixa de ser um expressivo crescimento.
A Família, a Escola e a Sociedade todas têm um papel extraordinariamente imprescindível para incentivar e respaldar gosto para a leitura, o hábito existindo e bem cultivando será sempre fundamental para nos tornarmos uma nação.
Considero que poderemos chegar a dez livros por ano, que será bom, é o meu palpite. Representará uma média de quase um livro por mês, um ganho que irá além da educação e da cultura, mas alimentará devidamente o conhecimento geral.
Um livro vale mais que um celular. Tempo não é desculpa, basta ver menos televisão – e não precisa muito – dez minutos a menos na frente da tevê, a serem utilizados na leitura farão do leitor um indivíduo muito melhor. A imagem interior e exterior daquele que passa a ser será ou é a própria capacidade de escrever a sua história, plena e conscientemente.
Fases de Fazer Frases (I)
A falsidade com requinte não deixa de ser a hipocrisia requintada.
Fases de Fazer Frases (II)
Falar não é sempre uma questão de tempo ou palavras, é de oportunidade.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Se existirão grandes cortes ou não para conter gastos, conforme o anunciado pela prefeitura mourãoense, o fato é que de cortes o poder público local entende bem, basta observar o constante e criminoso corte de árvores por praticamente todas as vias da cidade. Mas não se cortará na carne, a família permanecerá unida.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Espirituoso como sempre e valendo-se da sua criativa e fina ironia, o jornalista Sid Sauer, ao fazer o comentário no jornal da FM Musical, disse que o cachorro rambo, que passou a morar no cemitério de Mamborê desde que o dono dele foi lá enterrado, não irá sair de lá, afinal, segundo Sid, osso é o que não falta. O fato já rendeu muita notícia, até de repercussão nacional, voltando à tona agora por ter o rambo ganhado outra companhia, um cachorro menor que ele.
É mesmo um tema para encher linguiça, mas que os referidos cães daquela necrópole não leiam este texto, ou melhor, a palavra linguiça.
Reminiscências em Preto e Branco
O ser humano parece cada vez mais acreditar no artificial e duvidar do natural. As flores de plástico são perfeitas réplicas, mais lindas que as colhidas no jardim. Uma parede lisa e bem pintada dirá muito mais que o retrato único de um quadro original pregado torto na parede de um corredor. E o pior de tudo, o preferir gestos calculados, friamente pensados e somados a palavras formais, cuidadosamente postas em frases empoladas. Um sussurro aos ouvidos românticos parece ser coisa dos os poetas loucos das serenatas que não mais existem.
