Dilmar, pedra fundamental

Generosidade é dar mais do que você pode, orgulho é pegar a menos do que você precisa.

Khalil Gilbran

 

            Quando muito, tinha momentaneamente o receio de não realizar um sonho, mas a possível frustração ele dissipava com iniciativas, atitudes para transformar a imaginação em fato. Possuía o sentimento nítido de ser comum (palavra vinculada à comunidade), no caso dele, somada à outra palavra, comunhão.

            Catarinense de Urussanga, Dilmar Daleffe chegou a Campo Mourão na década de 50, com os irmãos descarregou o caminhão de mudança no qual fizeram longa viagem. Mais do que ficar para sempre em Campo Mourão, sem cogitar mudar-se daqui, contribuiu para o encorajamento dos mourãoenses para romper com a acomodação e ousar com ideias novas e ações transformadoras.

            A trajetória da vida dele é tipificada por muitas pedras fundamentais, algumas simbolizadas pelo espírito e outras fixadas materialmente, todas elas marcos essenciais, exemplos edificantes, inspiradores e próprios de um legado enaltecido na despedida derradeira, aos 68 anos. Um dos fundadores da UMES – União Mourãoense dos Estudantes, foi aclamado como primeiro presidente da entidade de representação dos jovens, fato que já evidenciava o modo de ser participativo do Dilmar, sendo a sua primeira pedra fundamental (1968), a exercer marcante liderança na juventude.  

            No dia 25 de outubro de 1986 a pedra fundamental acimentada por ele, presidente da ACICAM – Associação Comercial e Industrial de Campo Mourão, acentuava o início de uma arrojada obra que abrigaria a sede própria da entidade, bem como espaço para várias salas comerciais, atual ponto de encontro das lideranças empresariais.

            Também foi no mês de outubro, dia 29 de 1989, Dilmar estava a frente de mais um sonho ousado, representado pela pedra fundamental para a construção da Santa Casa de Campo Mourão, após ter se empenhado pessoalmente para obter a doação do terreno. A Santa Casa foi inaugurada em 2000, 27 de setembro. Dilmar presidiu a Santa Casa durante 21 anos (1986/2007).

            Cabe salientar e não por acaso, o mês de outubro, aniversário de Campo Mourão, constam as pedras fundamentais ao crescimento do Município: no prédio da ACICAM e na Santa Casa.

            O modelar convívio familiar é a pedra fundamental do afeto marcadamente, singular e repleto de exemplos positivos emanados pelo Dilmar, espraiados também para os seus amigos. 

            Precisamente em agosto, 11 (Dia do Estudante) surge a UMES, (1968) nesse mês nasceu o Dilmar (dia 8, 1946). E no agosto de agora (2014), o cronológico infelizmente assinala o extremo, o fim de uma vida, elevada como saudade, sábado, nove.  

Fases de Fazer Frases (I)

            Nada pode valer mais quando é impossível atribuir-lhe algum valor positivo.   

Fases de Fazer Frases (II)

            É preferível um arrogante sincero a um falso humilde. 

Olhos, Vistos do Cotidiano

            Anoto a atenção do Marcelo Chiroli ao me telefonar para agradecer o comentário feito aqui sobre o cargo assumido por ele em importante representação regional empresarial, humilde e educado, uma das muitas características dele.      

Reminiscências em Preto e Branco (I)

            Ao comparecer a sessão convocada para debater sobre a Santa Casa, Dilmar compareceu à Câmara de Vereadores de Campo Mourão. À certa altura dos questionamentos, o escrevinhador aqui – que jamais duvidou da importância do Hospital e do esforço empreendido para viabilizá-lo, como vereador resolvi indagar ao Dilmar quantas vidas poderiam ser salvas quando o hospital tivesse atendendo. Dilmar foi veemente, se salvarmos uma única vida já terá valido a pena!, ressaltou ele. Naquela sessão a minha intenção como vereador era para subsidiar o debate com dados, sem duvidar do grande benefício a toda a população. O relacionamento entre nós  continuou com o devida consideração. Naquela ocasião não fiz qualquer comentário, compreendendo a fala dele e que – agora – em nada me impede de enaltecê-lo, dado ao respeito no nosso convívio.        

Reminiscências em Preto e Branco (II)

            Referente ao texto principal de hoje, homenagem póstuma ao Dilmar e devido a menção   pedra fundamental, vale citá-la por ser secular tradição simbólica, originária dos celtas e da Maçonaria. O lançamento de uma pedra fundamental marca o início de uma edificação e término da obra, com a pedra a fazer parte, sendo comum conter uma cápsula do tempo, nela guardadas informações e objetos a serem abertos futuramente, a variar de uma ou muitas décadas.