É Verissimo, imortalidade maior

“Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna
o nosso destino. Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a 
solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa”.  
Luís Fernando Veríssimo

Tradutor, jornalista, cronista, escritor, humorista, saxofonista, cartunista, roteirista, dramaturgo, romancista. Embora pareça muito, é pouco para dizer sobre o gênio da literatura brasileira Luís Fernando Verissimo. Talento criativo singular. Veríssimo é palavra superlativa: verdadeiro, exato, como era. A derradeira despedida foi sábado, 30, aos 88 anos, em Porto Alegre, onde nasceu (1936) – faria aniversário em setembro, 26.

Poucas palavras, lacônico, parecia guardar energia para a produção textual, bem como ser peculiar observador atento e imaginativo. Existem identidades autênticas dos brasileiros ante aos tipos, fatos, o conteúdo dialogal com personagens retratados com singularidade cativante, que divertiam e levavam à reflexão.

A cidade de Bagé, então só conhecida dos gaúchos, se tornou famosa pelo livro o Analista de Bagé. Aliás, tão grande a fama, que existem três estátuas, a do analista, a assistente Lindaura e a do Verissimo. Ele próprio foi conhecê-las. A paulista Taubaté, berço de Monteiro Lobato e do Mazzaropi, ganhou relevo com a personagem Velhinha de Taubaté, ingênua crédula dos governos militares. Verissimo escreveu uma crônica para informar que ela morreu, de causas misteriosas, aos 90 anos, 1915-2005. Outro arquétipo é o detetive Ed Mort, atrapalhado e cínico.

Único escritor, nestes 50 anos da produção literária, que pôde viver da renda dos seus livros, sempre muito vendidos e republicados, além de caracterizar pelos elos entre as sucessivas gerações para com a arte dele.

Os leitores não se limitavam a importante condição de júbilo ao saborear as histórias, Verissimo foi sempre amigo tão próximo, familiar. A morte dele é como um ente querido a carregar todos os sobrenomes brasileiros.

“A gente não faz aniversários. Os aniversários é que vão fazendo a gente. E depois, pouco a pouco, nos desfazendo”, escreveu o mestre.

Fases de Fazer Frases (I)

Nem tudo que é levável é indelével e lavável.

Fases de Fazer Frases (II)

Criado mudo é bem-criado, sem nenhuma palavra.

Fases de Fazer Frases (III)

Quase tudo míngua, menos palavra da língua.

Fases de Fazer Frases (IV)

Doido varrido não carece de vassoura.

Fases de Fazer Frases (V)

Cá entre nós é diálogo entre cordas.

Fases de Fazer Frases (VI)

Não confundamos: Ciso com conciso.

Fases de Fazer Frases (VII)

Não confundamos: Consigo com sigo.

Fases de Fazer Frases (VIII)

Em qualquer árvore genealógica importa é o tronco.

Fases de Fazer Frases (IX)

Que traz atrós? Voltar atrás?

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

Museu Municipal História, Imagem e Som Deolindo Mendes Pereira é o novo nome do Museu Municipal de Campo Mourão, conforme projeto de lei sancionado pelo prefeito Douglas Fabrício, em 29 de agosto. Não é mera alteração, acréscimo do nome, visa associar aquele espaço como acervo inclusive em termos de atualização, diversificação, que certamente amplia saber da história, trajetória ininterrupta, e açambarcar consciências.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

Após quatro anos, um bovino furtado em Luiziana foi encontrado e reconhecido pelo dono. O animal também o reconheceu. Quem tinha a posse do animal foi conduzido à delegacia, alega ter adquiro o animal de boa-fé.

Curioso a notícia desta Tribuna e de outros meios de comunicação, se referem a animal ou bovino. Nas imagens divulgadas não se pôde saber se é macho ou fêmea.

Caixa Pós Tal (I)

A respeito da Coluna – Doutor Elmo, comunidade em pessoa – (falecido em 11 de agosto) – a viúva Márcia Maria Queiroz Linhares manifestou: “Obrigada pelas palavras sobre o Elmo. Comprei 15 exemplares para a família. Deus abençoe você”. É o colunista quem agradece, renovando o desejo de conforto aos familiares.

Caixa Pós Tal (II)

“Ficou muito lindo”, escreveu Lourdes Aparecida Colchon, sobre o texto da Coluna – Antonio Colchon, no fio do bigode – pai dela, falecido dia 10 de agosto. Lourdes herdou do pai dinamismo, esmero e honestidade. Grato pela manifestação.

Farpas e Ferpas (I)

Só perca tempo com você se estiver disponível para si mesmo.

Farpas e Ferpas (II)

A hipocrisia é a elegância da falsidade.

Farpas e Ferpas (III)

Se você não tem nada a ver com isso nem diga isso.

Sinal Amarelo (I)

Não se deixe ficar sozinho com a sua solidão.

Sinal Amarelo (II)

Toda criação humana é antes imaginação.

Trecho e Trecho

“Não se pode escrever nada com indiferença”. [Simone de Beauvoir].

“Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma”. [Mikhail Bakunin].

Reminiscências em Preto e Branco (I)

Luis Fernando Verissimo era torcedor assumidamente fanático pelo Internacional, sempre dizia. Também acrescentava que torcia por qualquer time “que jogasse contra o Grêmio”. Há muitos anos gargalhei, por ser torcedor colorado.

Reminiscências em Preto e Branco (II)

Brevemente não existirão novos manuscritos, só impressões digitais.

José Eugênio Maciel | [email protected]

* As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal