Escola só não basta

“(…) é moral pretender que uma coisa desejada se realize magicamente, 
simplesmente  porque a desejamos. Só é moral o desejo acompanhado
 da severa vontade de prover os meios de sua execução.”

Ortega Y Gasset
 

    Coordenado pelo Ministério Público de Goioerê, Municípios de Quarto Centenário, Moreira Sales, Rancho Alegre D’Oeste, além de Goioerê, profissionais da educação começaram na sexta passada a refletir sobre a evasão escolar e como resolvê-la.  
    A iniciativa mereceu destaque como notícia deste Jornal – edição dia 14, Municípios da região discutem combate à evasão escolar – a partir do diagnóstico, o primeiro passo foi dado, sendo importante por estarmos no início do ano letivo, propício a promover todos os meios de inclusão e sucesso escolares.
    Há tempos que não tinha conhecimento de uma iniciativa para valer com tamanha envergadura, inclusive com papel pedagógico que também cabe ao Ministério Público, o de não se circunscrever a exigir a aplicação dos recursos públicos à área da educação, indo além, a ações de qualidade e alcance sociais.
    Na divulgação das ações que fazem diariamente as administrações municipais, e não só da citada região, a construção de escolas, cursos de atualização profissionais são destacados,   aliás, correto. Porém o que falta é diagnóstico, a real situação do Município, número de analfabetos, grau de escolaridade, formação do magistério, e índices de repetência e evasão. Ora, sem ter um diagnóstico preciso da realidade, qualquer plano de metas é inócuo. Lamentavelmente muitas secretarias municipais e a estadual paranaense sequer têm metas.
    Em rápida retrospectiva, há algumas décadas um fato no Brasil em geral se impunha, não existiam escolas para todos, sobretudo ainda na educação básica. Hoje é possível afirmar que muitos estados e municípios dispõem de escolas para todos, incluindo acesso pleno, transporte, livros, meios digitas, merenda.
    O título da Coluna enfatiza a palavra só, tem duplo significado, do isolamento da escola e o de existir por si só como estabelecimento de ensino. 
    É imprescindível e urgente adotarmos o preceito da nossa Constituição, a Educação é dever do Estado, da Família e da Sociedade. O compromisso é papel é de todos, a comunidade no entorno de cada escola. Conquistas, avanços e fracassos atingem a todos, comprometem o desenvolvimento humano no sentido da qualidade de vida.
    Cada aluno que desiste amplia o fosso da ignorância, abismo que separa a educação e cultura, prejuízos que não só afetam quem não mais estuda, atingem todos, é nosso fracasso. 
    O problema antes era a falta de escola em todos os lugares. Na nossa região é uma situação vencida. O desafio agora é o êxito, a frequência, escolarização capaz de transformar a vida para a melhor, não só para o mercado de trabalho, e sim para vida. 
Não basta governadores e prefeitos, divulgarem o aumento de salas de aula, é preciso que elas não se esvaziem. 

Fases de Fazer Frases (I)
    A experiência vem do tempo, mas é preciso buscá-los. 

Fases de Fazer Frases (II)
    Modo de perder um amigo, não considerá-lo como tal.

Fases de Fazer Frases (III)
    Saber sem prática é semente sem germe. 

Olhos, Vistos do Cotidiano
    O Ceebejacam – Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Campo Mourão recebeu doação 180 livros para a iniciação, estímulo e hábito da leitura. O investimento de quase seis mil reais é do Rotary Clube de Campo Mourão Araucária. Ótima ação do Clube e merecido, pois o Centro de Educação tem ações pedagógicas humanas dignas de exemplo.

Farpas e Ferpas
    Ignorar o passado é cômodo, o futuro, não. 

Reminiscências em Preto e Branco
    Vá aí o tempo. Vai o tempo. Vaio o tempo. Vi o tempo vil.            
 

José Eugênio Maciel | [email protected]