Fases 2016, todas as frase (final)

Não me perco na multidão. Sou da multidão perdida.

JEM – 2016, outubro, três – Coluna

 

            Hoje é a última parte da republicação das Frases de 2016. As 43 a seguir completam as 109. Domingos anterior e retrasado foram 20 e 46 respectivamente.

67. Prove se é provável que prova o aprove, se lhe prouver.

68. Será que, em política, quem não tem lado fica de lado? De lá do político?

69. Despeço que peço. Peco sem peço.

70. Palavras rebuscadas são buscadas se rabiscadas.

71. Consentir com o sentir sem sentir que consente.

72. O belo não é contar as estrelas, é o brilho dos olhos iluminados pelo céu.

73. Calma, Maria! Mas a calmaria não acalma Maria.

74. É bom cavalo. É bom cavá-lo. Sejam boas rédeas e pá.

75. Ante o silêncio, sem ter ou não carecer usar palavras, importa compreendê-lo.

76. Escombros em meus ombros assombram e não sobram.

77. Ele cria, eu não creio. Ele não cria que eu não cria. Credo!

78. Despedir-se, partir despido do encontro.

79. Se o poder pender: é o fim do poder que depende?

80. Em fim a idade. Afinidade.

      Fim da idade. Infinidade.

      Afim da idade. Fiel à idade.

      Fé na idade. Fala a idade.

      Fealdade. Fel da idade. 

81. O grego agrega a grega que agrada o grego. Gregários são gregos graduados.

82. Não me perco na multidão. Sou da multidão perdida.

83. Poder é domínio. Sem domínio de si não há poder sobre outrem.

84. Tem quem se preocupe com o vazio. E quem deseja preenchê-lo.

85. Só não teme jogar fora a chave quem tem mente aberta.

86. Não ter dúvidas? Ponha-se ponto no lugar da interrogação.

87. Liberdade, ainda que não saiba o que dela fazer, desejo-a a meu lado.

88. A errância: Supor que privado é o masculino de privada.

89. Fim da política: o poder. Fim do poder. Não da política.

90. Não confundamos: saber com quem contar, com não saber contar.

91. Todas as imagens são imaginação?

92. Encontraste o contraste do traste?

93  O corvo na curva se curva. Fim da curva o corvo descurva.

94. Quem se percebe ingênio já não o é mais.

95. O calejar não é calçado o culpado. O calo é do andar calado.

96. Não confundamos: o falo do qual eu falo não é o alheio. Eu falo só do meu falo.

97. Saberemos o hoje apenas amanhã? O ontem é sabido.

98. Vai, és o viés a enviesar sem avisar.

99.  A restar o rastro a arrestar.

100. A pior miséria é a que será dividida.

101. Nem carece se entregar às paixões, elas são a entrega.

102. Não perde a esperança quem nunca teve.

103. É pura toda aquela que depura?

104. Não basta morrer o preconceito. É preciso enterrá-lo.

105. Todo o fugaz é fuga. Mas toda a fuga não é fugaz.

106. Ingerir e ir.

        Ingerir e gerir.

        Ingerir e digerir.

        Ingerir e dirigir.

        Gerir e agir.

        De gerir e diz gerir.

        Degerir e de agir.

107.  Velhos caminhos servem aos novos. Novos servem aos velhos?

108.  Ecoar é o eco no ar. Escoar é o som do ar.

109.  Quanto mais o pensamento vai longe, mais ele deixa ideias pelo caminho.