Imprensa livre e livre-se da imprensa!

“Nenhuma democracia sobrevive sem uma imprensa livre
e nenhuma ditadura sobrevive com uma imprensa livre”.
Jorge Pedro – jornalista

Pelo celular, através de uma multiplicidade de grupos que cada um tem, recebemos de tudo um pouco e até o pouco – bem pouquinho – é tudo, o suficiente para tomarmos iniciativas em relação ao recebido, responder, ou não, passar adiante sem ou com comentário, ou apenasmente excluir.

Há poucos dias um vídeo mostrava um grupo de pessoas ameaçando com palavras ríspidas e, segundo o que diziam, dispostas a agredir fisicamente um jornalista e a equipe dele. O repórter e cinegrafista resolveram se retirar, pois se tornariam vítimas de um ato truculento.

Evidentemente, em se tratando do Brasil, não é nada difícil adivinhar para qual emissora aqueles ataques eram endereçados.

Não se trata de “fora a rede globo”, “globo lixo” e não é preciso entrar no mérito da linha editorial que ela adota. O essencial é o direito da atuação do jornalista para cumprir a sua função, sendo imprescindível no mínimo se ter respeito aquela profissão.

Afrontar o direito de qualquer jornalista de realizar a cobertura de um determinado fato, apurá-lo para noticiar, é direito dele, consequentemente de qualquer veículo de comunicação. Também é um direito dos brasileiros à informação, podendo eles escolher quais os órgãos de imprensa que maior interesse para eles.

Caso qualquer órgão de imprensa não noticiar os fatos com isenção, assegurando o direito de todas as partes de se manifestarem, a resposta virá com a manifestado de quem se sentir prejudicado, imediatamente como direito de resposta, e, caso a empresa jornalística não reconheça tal erro, quando de fato ele existe, caberá a justiça garantir a quem tenha sido lesado, o da resposta e da indenização.

No mundo, o Brasil sempre está entre os países que mais assassinam ou ameaçam radialistas, repórter das mais variadas áreas do jornalismo, vítimas da reação truculenta dos poderosos e do submundo organizado do crime.

Não passei adiante o vídeo, independentemente se verdadeiro ou não, já que disseminar ódio e violência é uma incitação a uma violência ainda maior, afronta a liberdade de expressão. Mais do que no caso em concreto, não se trata de gostar ou não da Rede Globo, mas tão só de ela ter o direito de atuar.

Historicamente, no tempo da ditadura militar, a Globo defendia abertamente aquele regime facínora, e era a que tinha a maior audiência, vista e amada pelos que agora mudaram de lado, sem se lembrarem, por amnésia ou oportunismo, que já foram apoiadores dela, ao lado do poder verde-oliva proveniente do golpe cívico-militar.

Muito conhecida a frase de Voltaire, perfeitamente cabível diante de tais situações: “Posso não concordar com o que tu dizes, mas lutarei, para que o possas dizer em liberdade”.

Fases de Fazer Frases (I)
O tira retira a tira e atira.
Atirou noutro tira, que não atira, só se retira.

Fases de Fazer Frases (II)
Palavra nova para alguém, é velha conhecida do dicionário.

Fases de Fazer Frases (III)
Por vezes o tempo diz não, quando ele já não mais existe.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Quem está feliz e ainda surpresa é a população ubiratanense, sobretudo do Distrito de Yolanda. A prefeitura, após parecer jurídico, irá devolver quase cinco milhões de reais cobrados indevidamente pela gestão passada.

O prefeito Fábio D’alécio poderia ficar quieto e provavelmente os moradores que têm agora o asfalto, sequer conheceriam o erro e o consequente direito. O prefeito usou as redes sociais para noticiar a decisão tomada por ele.

Mesmo que sejam tempos difíceis, notadamente de recursos em termos de receita, sendo muito significativo também para os cofres públicos, a atitude do prefeito é de justiça e sensibilidades sociais. Sem dúvida um ótimo exemplo.

Farpas e Ferpas (I)
Tem o errado que parece o certo.
Tem o certo que parece errado.
Certo? Errado?
Nem sempre o que parece, é.
Nem sempre o que é, não parece ser.

Reminiscências em Preto e Branco (I)
Tudo envelhece, quando anoitece.
Tudo envelhece, quando amanhece.
Anoitece. Amanhece. Tudo envelhece.
Só o tempo em si, que não.
Nós, sim. Eu muito mais, não importa, se dia, ou não.
Se dia. Cedia. Se noite. Se anoto.

Reminiscências em Preto e Branco (II)
A moça do caixa me pergunta, se o meu cartão é de aproximação. Respondi, sim. E, no joguinho de palavras e sem perder o respeito, afirmei, a aproximação é apenas do cartão. No mais, temos que manter a distância social, para melhor enfrentarmos a Covid-19.

Reminiscências em Preto e Branco (III)
O passado pode ser uma permanente descoberta. Descoberto pelo presente e um presente do que já se foi, mas ainda é.

José Eugênio Maciel | [email protected]