(In)festa não é 10
Sentado e sorrindo, que faz o mesmo cego na Festa das Flores?
Izo Goldman
Amanhecer era sol, enternecer o campo de cultivo, entre prédios e vias da cidade.
Cheirosa, colorida toalha retirada da gaveta e estendida na mesa com xícaras, talheres.
Café da manhã perfumadamente do pão, bolo, café, leite quentes.
Logo todos chegarão.
Dia claro. O que não estava claro – estranhava – a mudez de toda a cidade.
Sem ninguém. Sem automóveis. Todas as portas das lojas fechadas.
Talvez fosse muito cedo. Não, muito cedo já se foi. Todos dormiam preguiçosamente?
Ao menos um som seria ouvido: a Banda Municipal! Tradição melódica, Alvorada.
A abrir e animar a festa, desfile dos entrelaces de todas as nossas gerações.
De fato, tarde não era. Muito cedo ainda.
Depois sim e até que… Tarde.
Ninguém veio para o café. Companhia foi o rádio ligado. Tarde.
Com recordações embevecidas de saudade, vai a janela. Tudo ao contrário.
Agitação geral, pessoas andam, carros cruzam, lojas abertas, barulhos.
Antigo cruza, presente, ambos entrecruzam, rumo do sonho ao que virá.
Era dia normal? Era! Atentamente verifica o calendário:
O Dia 10 de Outubro é O Dia! Riscam a história! Fica a data indefinida.
A cada ano pisam no passado, apagam o 1, resta o 0.
A data maior é apequenada, reduzida a insignificância.
Toalha dobrada como as bandeiras comodamente não são mais hasteadas.
Só nas repartições públicas. No comércio é para venda em copa do mundo.
Maior data, hoje infestada por quem friamente enrola e põe (se) no descaso.
Sem ver, viram as costas para o 10 de Outubro. Dia sem valor, a cair em dia qualquer.
Para ser feriado de festa a altura, o aniversário não era para ser de crítica.
Em vez de plena e autêntica celebração, a falta causa o necessário protesto.
Apenas para os verdadeiros mourãoenses, 10 de Outubro é 10.
Parabéns, Campo Mourão, 72 anos!
Fases de Fazer Frases (I)
Comemorar, rememorar o que é sempre para ser e ficar.
Fases de Fazer Frases (II)
Só resta a réstia do sol no rosto.
Arrostar o rosto só da réstia do sol.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Mamborê, prefeito Ricardo Radonski (PP) e vereador José Aparecido Januário (Cidadania), bateram boca feio, devido a peça tirada de um caminhão e posta noutro para funcionar. Lembram, ao contrário, outros vereadores que só de longe verborragem na rádio, ingentes a embaírem.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
É lei pra lei. Projeto de lei visa proibir colocação de cartazes nos estacionamentos, que alertem quanto a não serem eles responsáveis por danos, furtos e roubos no ou dos veículos. Há muito tempo tem lei que responsabiliza estacionamentos por tais danos.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Ainda sobre cartaz, em repartições públicas como escolas É proibido desacato, agredir servidor público….. Pois bem, fora o servidor público, os demais poderiam ser agredidos?
Farpa e Ferpa
É visível, nem tudo vimos, vemos, veremos.
Reminiscências e Preto e Branco (I)
Traço o campo. Fixo minha linha no mourão.
Ser Campo Mourão sou traço do abraço no lugar que me acolhe.
São 72 anos de congratulações.
Reminiscências em Preto e Branco
O prefeito de Iretama felizmente escapou ileso após capotar o carro. No texto desta Tribuna, se referindo a Wilson Carlos de Assis (PP), além de prefeito, usado o sinônimo gestor, corretamente. Tempos antigos este mesmo Jornal empregava habitualmente alcaide, significado de prefeito.
José Eugênio Maciel | [email protected]
