Livros, palavras, palco, público e eu

“Sempre achei que ler me ajudaria a escrever. Li de tudo, engolindo estilos, mastigando imagens,
saboreando frases, despudoradamente. E do que me serviu toda essa dedicação de entranhas?
Para me perder num labirinto de linguagens e estilos? Para escrever um texto sem dono,
sem voz própria, sem assinatura, seu ‘eu’?

Cláudia Lage – professora e escritora

    
    Eu apenas pretendia frequentar a FLIM – Festa Literária Internacional de Maringá. Para a minha surpresa, cerca de um mês antes da realização do evento, recebi o convite para falar na Festa Literária, ou seja, de espectador passaria a ser um dos convidados.
    Sábado passado, dia nove, tive a oportunidade e o privilégio de relatar a minha vivência literária no interior do Paraná, sobretudo por escrever para a Tribuna do Interior e integrar a Academia Mourãoense de Letras e o Centro de Letras do Paraná.
    “Nasci cercado de livros, eles me ensinaram a ser livre”. “Meus saudosos pais não falavam, praticavam, cultivavam o hábito da leitura”,  foram minhas as palavras iniciais de apresentação.
    O fato de escrever neste espaço de Jornal há 31 anos chamou a atenção do público, e ressaltei, “tenho plena liberdade quanto ao conteúdo da Coluna”. “Sobreviver escrevendo, também por um longo tempo e ainda por cima no mesmo jornal”, disse a professora de Literatura Elizabete antes de formular o  comentário elogioso dela .
    Em especial escritores paranaenses mereceram referências quanto a vida e obra deles, Paulo Leminski, Cristóvão Tezza, Domingos Pelegrini, Emílio de Menezes, Helena Kolody, Miguel Sanches Neto, Dalton Trevisan, e, evidentemente, demais nomes da literatura nacional.
    Abordei a emoção e a razão na produção textual, a relação entre o que é verídico e o que é ficcional, sem que haja barreiras intransponíveis.
    Outro aspecto inerente é a sensibilidade de quem escreve, prosa ou verso, estar atento aos acontecimentos, fazer de um fato que sequer outros notariam,. Somente quem escreve pode chamar a atenção, de pessoas, cenários, circunstâncias.  
    E, sem novidade, abordei temas que sempre estão a merecer reflexão,  o brasileiro lê bem pouco,  não passamos de 2,4 livros por ano, segundo a pesquisa de 2018, “Retratos do Brasil”. Falei ainda que escrever exige como base a leitura, grandes escritores leram e leem grandes (ou não) escritores.
    Obrigado pela atenção dos queridos maringaenses pela honra. Há tempos não tinha oportunidade de falar em público.
    É, pois “santo de casa não faz milagres”.           

Fases de Fazer Frases (I)
    Contagia. Contra agia.
    Contraria. Contra ira.
    Contra ria. Contra ia.
    Contraia. Contra ia.
    Contra traía. Contraia.
    Contrato. Contra ato.

Fases de Fazer Frases (II)
    Todo cunho deve ter uma cunha?

Fases de Fazer Frases (III)
    Palavra, sai da língua: linguagem. Pensamento, sai da mente: imagem.

Fases de Fazer Frases (IV)
    Entendo que sou apaixonado pelas palavras, mesmo sem entendê-las completamente.

Olhos, Vistos do Cotidiano
    Na Festa Literária Internacional de Maringá, FLIM sábado anterior, várias editoras e livrarias expuseram grandes e variadas publicações a preços promocionais. Ao percorrer os estandes, estava lá a AMO LIVROS de Campo Mourão. Ao cumprimentar a proprietária Ana Furukawa, orgulhoso por ela estar lá, Ana, sempre bem informada sobre livros e eventos, sabia que naquele dia (“daqui a pouco”) eu estaria entre os convidados para falar no citado evento.

Farpa e Ferpa
    Ética vale menos que fome (?)

Reminiscências em Preto e Branco
    Na roça tem quem coma com colher. Pede-se bênção juntando as duas mãos.
 

José Eugênio Maciel | [email protected]