Luto oficial, homenagem ao corrupto

“Embora tardia, a punição chega com passos silenciosos”
Álbio Tibulo

    Indago ao caro leitor, você decretaria luto oficial referente a uma pessoa condenada a 13 anos e nove meses de prisão? Cumprindo pena na Penitenciária de Francisco Beltrão, onde foi prefeito (1989-1993) e deputado federal (PP) por seis mandatos consecutivos (1995-2018), Nelson Meurer perdeu o mandato em 2019, condenado na lava jato e, segundo a Justiça, desviou 357,9 milhões de reais. No ano anterior ele passou a cumprir a pena, esgotados os recursos no Supremo Tribunal Federal.
    O deputado sempre negou a imputação. Morreu em um hospital particular na referida cidade devido a infecção do corona-vírus. Tinha 77 anos, era diabético e hipertenso. O STF negou o pedido do condenado para cumprir prisão domiciliar.
    Vergonha para o Paraná, a morte dele foi manchete em todos os jornais no Brasil. Meurer foi o primeiro deputado federal do País condenado e preso devido a lava jato. O prefeito beltronense Cléber Santana (PSDB) decretou luto oficial por três dias pela morte do deputado, ocorrida no domingo anterior, 12. 
A questão suscitada do luto oficial não se trata da pessoa e família em particular, que se deve respeitar o sentimento. É periclitante a figura pública na gravidade em desonra de um cargo eletivo. Você decretaria luto oficial em homenagem a alguém que, segundo o STF praticou corrupção passiva e lavagem de dinheiro?
    O luto oficial, a partir das expressões das próprias duas palavras – luto e oficial – significam o profundo pesar oficialmente pela morte de alguém homenageado. 

Fases de Fazer Frases (I)
    Quem chora sabe melhor enxugar lágrimas de outros olhos.  

Fases de Fazer Frases (II)
    A bola embola, abala e embala. 

Fases de Fazer Frases (III)
    Bom sujeito não carece se sujeitar a ser bom, é.            

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
    “Traga o seu número para o Correios”, dizeres do título da propaganda dos Correios, contendo um erro crasso que ninguém, ao menos até a última quinta, corrigiu. O nome da estatal é EBCT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O horrível erro, singular ao invés de plural: “O Correios”. Governo federal, com dinheiro do contribuinte, contratou agência de publicidade, mas o erro não foi percebido, como encomenda de remetente iletrado. E cabe lembrar, o correto é: Correios. 

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
    Mas os Correios não estão sozinhos nos erros. O outro equívoco não foi visto pela agência de publicidade, também paga pelo contribuinte.
    Ao receber pelos Correios em casa o novo cartão da CEF – Caixa Econômica Federal, como de hábito, li todo o texto que trouxe anexado o referido cartão. Transcrevo, “NA REEMISSÃO E RENOVAÇÃO, A CAIXA PODERA EMITIR O SEU CARTÃO DE DEBITO COM BANDEIRA DIFERENTE DA ANTERIOR”.
    Antes de apontar dois erros e comentar, convém salientar que a Caixa é um grande banco público e de inegável atuação social, notadamente nas classes sociais e pagadora de benefícios a milhares de brasileiros, pessoas com baixa escolaridade e renda.
      A palavra “podera” está sem acento, o correto é poderá. Outro erro: “debito”, sem acento, de acordo com o texto o certo deveria ser débito. A palavra debito existe, utilizada como verbo. Exemplo: “debito na sua conta?” “Eu já fiz o débito”. 
    Como a Caixa é um banco popular, será que todo brasileiro compreende o significado de REEMISSÃO? E BANDEIRA, referente a cartão? 

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
    Quando caminhava na avenida prefeito Pedro Viriato de Souza Filho, dois fatos ocorriam perto um do outro. Próximo a Unidade de Pronto Atendimento – UPA de Campo Mourão, postes enormes estavam sendo colocados para reforçar a iluminação pública.
    O outro foi na rotatória na imediação da Escola Municipal professor Florestan Fernandes (CAIC), uma escavação na via. 
    Ouvi duas prosas de populares. Cena 1: “Que demora pra pôr um poste!” Cena 2: “A prefeitura deveria fazer este serviço no domingo, olha o engarrafamento!” 
    Não temos, nunca tivemos e não queremos ser pacientes? Imagine o tamanho do poste? E o enorme buraco? Fique aí, caro leitor, com a sua imaginativa conclusão.  

Farpas e Ferpas (I)
    Igualdade divide opiniões?

Farpas e Ferpas (II)
    Quem diz não é da sua conta, paga para ver?

Reminiscências em Preto e Branco (I)
    Como um dos subtítulos de hoje é sobre erros, – Olhos, Vistos do Cotidiano (II) – tem outro já comentado aqui várias vezes, hoje mais uma:  Vem pra Caixa você também. O certo é: venha.   

Reminiscências em Preto e Branco (II)
    Passado é manivela que é alavancada pela relembrança. 

José Eugênio Maciel | [email protected]