Mãe*

    Um princípio, instinto maternal bem antes de se tornar mãe.
    Uma origem, fecundidade a brotar no coração.
    Uma fertilidade, germinar no ventre venturoso.   
    Uma concepção, amor.
    Uma esperança, nascer.
    Uma luz, vida.
    Um gesto, carinho.
    Uma canção, ninar.
    Um sono, reparador após o filho dormir.
    Um sentimento, doce amar.
    Um olhar, enxergar além do horizonte.
    Uma palavra, entusiasmo.
    Uma lágrima, de tristeza ou alegria, sempre autêntica.
    Um afago, conforto e proteção.
    Um jeito de ser, braços e coração abertos.
    Uma aflição, passageira agonia, substituída pela esperança.
    Uma solidão, finita, sabe que o filho retorna.
    Uma amizade, verdadeira e reparadora.
     Uma devoção, nunca medindo esforços.
    Um orgulho, a emoção como razão de ser.
    Uma liberdade, não se pode nunca prendê-la, a não ser do filho que a liberta.
    Uma sensibilidade, a de perceber tudo e a todos.
    Uma satisfação, por pequena que pareça, a coloca em êxtase.
    Um medo, o próprio, de não encontrar forças, embora saiba, a fé não a deixará sem energia.
    Um perdão, todos os que sejam sinceros, decentes e justos.
    Uma consciência, equilibrada e sábia.
    Uma história, de incontáveis exemplos.
    Uma crença, um mundo melhor.
    Um sonho, não propriamente o seu, mas o que sonham os seus filhos.
    Uma direção, sempre ao encontro deles.
    Um obstáculo, todos hão de serem vencidos com altivez e tenacidade.
    Um tempo, todos os instantes do criar e recriar a vida.
    Um lugar, que nele exista espaço harmônico, a paz. 
    Um dia, qualquer clima, vale é viver, encontro com o filho e consigo mesma.
    Uma flor, todos os jardins.
    Uma cor, o brilho de todas elas.
    Um objeto, nada lhe pertence, pronto para ser dado a quem dele precisar.
    Uma homenagem, sentido humano: verdadeiro, elevado, puro e imorredouro.
    Uma condição: gerar vidas que nunca inteiramente dela se desprenderão.
    Uma vida, a dos filhos que é a dela como se fosse una, unida na ternura eterna.
    Um ser, a melhor mãe do mundo: ela sempre é quem torna o mundo melhor.

Fases de Fazer Frases (I)
    Talento é semente que sempre precisa ser bem cultivado.

Fases de Fazer Frases (II)
    Nem a morte é obra acabada. Somos permanentes construção.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
    Quase que a conta gotas é o ritmo da vacinação no Brasil. Ainda somos um Brasil sem previdência e sem providência. 
    E quando são afrouxadas as regras – usa-se o termo flexibilização – o vírus é mais virulento.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
    Em Campo Mourão, devido à pressão – e todo mundo sabe de quem – a flexibilização fez elevar a superlotação da UTI: 115%.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
    Pois é, as aulas remotas não remontam o tempo distante.

Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)
    Quantas palavras é feito um dicionário? De todas elas.        

Farpas e Ferpas (I)
    Difícil tentar ser você mesmo? Mais difícil, tentar ser outro alguém.

Farpas e Ferpas (II)
    Não quer achar o culpado? Poderá encontra-lo diante do espelho.

Reminiscências em Preto e Branco (I) 
           * Compartilho minha interrogação com o caro leitor, há mais duas décadas uma senhora, voz de idosa, doce, suave, humilde, me pedia, todos os anos, para republicar o texto de hoje, “por favor, publique novamente aquele texto…lindo, comovente…obrigado, meu filho”. Ela não mais ligou. O pedido dela permanece sendo atendido em todo o Dia das Mães.   

Reminiscências em Preto e Branco (II)
    No domingo anterior, ao assistir à missa na igreja do Santuário de Nossa Senhora de Aparecida, a letra de todas as músicas apareciam no televisor, para que todos pudessem acompanhar e principalmente quem desconhecesse a música. 
          Veio à tona um tempo remoto mas bem guardado em minha lembrança, tempos da minha meninice, ao assistir as missas na agora Catedral de Campo Mourão. Para acompanhar as músicas, eram distribuídos panfletos com as letras. E tinha um pedido, o de não levar para casa tal panfleto, muitos deles, aliás, continham patrocínio de empresas ou de famílias.   

Reminiscências em Preto e Branco (III)
    Tempos difíceis, receber o cardápio e olhar primeiro o preço de cada prato.

José Eugênio Maciel | [email protected]