O que será, será (?)
Podemos nos surpreender ao olhar o futuro, ou sermos surpreendidos ao limpar o passado
Gossip Giri
Todos estavam em silêncio. Ninguém conhecia os demais, ou apenas de vista. Era uma viagem rápida que duraria pouquíssimos segundos, não é exagero, força de expressão, de fato sequer alcançaria um minuto.
Era tão grande o silêncio que não foi preciso prestar atenção para ouvir a respiração, tanto a própria como a alheia. Os olhares se fixavam em algum ponto vago, abstratamente para o teto, outros para o chão. Tinha também quem olhasse para si.
Todos estavam reunidos sem previamente combinarem, tudo era típico de um encontro casual, efêmero e que iria ser imediatamente esquecido, tão logo cada um chegasse ao seu destino.
Subir. Ou descer. Quem entra em um elevador tem logicamente tais finalidades. Mas não deixa de ser curioso o nome dado para ele, óbvio também, mas ao encontro apenas de uma das finalidades, e-le-va-dor. Claro, ele eleva, mas leva para baixo também.
Ele estava subindo, lá, numa certa altura, uma simpática moça prepara-se para chegar ao andar pretendido. Antes, naquele efêmero dos efêmeros tempos, olha para mim e diz, eu sei no que o senhor está pensando! – e ela mesma conclui: o senhor está pensando no que irá escrever na sua Coluna da ”Tribuna’ para o próximo domingo. Como sempre, vô ler!.
Não deu tempo para nada. As últimas palavras dela foram ditas quando a porta já se fechara e a viagem, andares acima, prosseguia.
Os demais, que até então olhavam para o nada, passaram a olhar para mim, o que também é um nada. Talvez pudessem me conhecer, saber que escrevo para este Jornal. Ou não ligar uma situação à outra. Poderiam não fazer ideia de nada, do que disse a moça e o meu silêncio imposto contra a minha vontade, já que o elevador teve a porta fechada sem me dar tempo de agradecê-la, ser-lhe gentil.
Eu, naquele momento, não estava pensando absolutamente nada. Menos ainda no que escreveria para o próximo domingo. Aliás, o domingo é hoje!
Quem era aquela moça? E as demais pessoas no elevador? Sem menosprezá-las, estive – como estou agora – sem saber.
Perguntas e respostas podem andar juntas grudadas uma na outra. Como é possível estarem a seguir caminhos tão diversos e antagônicos que jamais se cruzam, sequer se buscam, quando é vã a possibilidade do encontro delas.
O que eu irei escrever para o próximo domingo? Naquele instante passei a pensar (embora depois esqueceria novamente), enquanto a porta do elevador é fechada, seguimos rumo ao andar de cada um.
Estou agora a me perguntar, a partilhar com o caro leitor esta dúvida.
Será que devo escrever sobre aquele encontro casual? A viagem tão rápida que não me deu tempo de pensar em nada, antes, depois ou agora.
Sobre aquela linda moça… penso nela agora.. que me deixou sem ideia alguma, para hoje.
Fases de Fazer Frases (I)
Pertencer a quem não lhe pertence é ser próprio de uma metade, enquanto que a outra falta.
Fases de Fazer Frases (II)
Antes de tirar conclusões é preciso colocar dúvidas. Não necessariamente nesta ordem.
Olhos, Vistos do Cotidiano
Funcionário de carreira. Salário acima do teto: Mais de 40 mil por mês! Mesmo assim, resolveu ganhar um extra, pelo menos 200 mil reais, por por meio de corrupção. Foi pego com a boca na botija. A investigação policial já estava atuando há tempos. Foi preso em flagrante. O curioso é que Luiz Bernardo Dias Costa é funcionário do alto escalão do Tribunal de Contas do Paraná. Ele faz parte da Diretoria do Tribunal. Curioso também é que ele integra a comissão temática da transparência encarregada de fiscalizar os gastos com a Copa do Mundo em Curitiba.
O dinheiro que ele iria embolsar resultaria no pagamento a ele endereçado para privilegiar uma construtura que iria construir um prédio anexo às atuais instalações da referida Corte, no Centro Cívico de Curitiba.
Tribunal de Contas! Todas as contas vão para o Tribunal?
Reminiscências em Preto e Branco
Dar voltas ao passado é lá deixar ou trazer de volta lembranças envoltas.
