Pode pôr. Ponha de novo.

“O que se vê é mais fácil de acreditar.
O que não se vê é mais fácil de iludir”.

Estive Nólocal (b.d.C.)

    – Moço, venha aqui no canto, é mais tranquilo – disse ela.
    – É o meu desejo – respondeu ele.
    – Pode se aproximar, relaxe, fique tranquilo.
    – Está bem, vou ficar.
    – Pode se aproximar mais.
    – …
    – Agora você pode colocar – disse ela para tranquilizá-lo.
    – Já coloquei…
    – Calma, vai dar certo. Retire e ponha novamente.
    – Não deu certo de novo.
    – Retire e esfregue um pouco. Chegue mais perto! Fique à vontade.
    – Não deu certo de novo!
    – Deixe que eu esfregue para você, moço!
    – Tomara que dê certo!
    – Chegue mais perto. Eu vou mudar de posição. 
    – Pronto?
    – Agora sim, você já pode colocar, moço.
    – Com força, de uma vez ou devagar?
    – Como você quiser.
    – Acho que ele está velho…e aí é tudo novo…
    – Nada a ver! Ponha de novo!
    – Já estou pondo…
    – Isso! Aguarde um pouquinho…
    – …
    – Deu tudo certo! Você quer a sua via?
    – … Acho que…não. 
    Agradeceu a moça do caixa, se desculpou. A culpa foi do cartão.

Fases de Fazer Frases
    Vacina.
    Vá sina.
    Vacino.
    Vá sino.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
    “Campo Mourão tem recorde de ocupação na UTI e chega a 9 mil casos desde o início da pandemia”, manchete do Sítio Tá sabendo, assinada pelo jornalista Clodoaldo Bonete, quinta passada. 
     A notícia bem retrata o que foi escrito nesta Coluna anterior, que iria acontecer, agravada a situação com o comércio aberto no sábado, sendo que no Dia das Mães tinha tudo funcionando. Aglomeração que tem, até aqui, fugido do controle. 
    Tanto o governo do Paraná como muitas prefeituras baixaram decretos e com maior rigor, desde o toque de recolher, proibido a venda de bebidas e supermercados fechados no final de semana.
    Se as medidas são agora mais drásticas é porque as outras não o foram e a expressiva parcela da população não levou a sério.  

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
    Página na internet desta Tribuna, do jornalista Walter Pereira (dia 20): “Ajudem a acabar com o vírus ou ele vai acabar com nós”, pede o prefeito Airton Agnolin (PDT). Está certo o prefeito, ao baixar decreto mais restritivo para enfrentar a pandemia.
    Quer dizer, quase tudo certo. Sobre o vírus, afirmou o prefeito, “ou vai acabar com nós”. O correto é conosco.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
    Em Moreira Sales a prefeitura determinou o retorno às aulas na rede pública municipal desde o dia 10. 
    Resultado: seis mortes e 228 novos casos de pessoas infectadas.     Uma triste advertência, mórbida aliás. As aulas presenciais foram suspensas novamente e sem prazo para retornarem.
    Embora essencial, não basta todas as escolas estarem devidamente aparelhadas para receberem os estudantes e até o transporte público funcionar adequadamente. 
    E como fica a vinda o trajeto para as casas dos estudantes, professores e funcionários? Todos se cuidam, mas estão expostos aos riscos.

Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)
    Quem faz questão de provar não ter medo por não usar máscara e desafiar o vírus, é porque não pegou e não tem ninguém na família infectado.
    Claro, tem exceções e mais estúpida ainda, caso do presidente Jair Bolsonaro, que pegou mas não teve risco, embora não tenha mostrado exame algum.
    Ainda assim, quem não foi infectado e não tem familiares atingidos pelo COVID – 19, desrespeita os mortos e os familiares deles.     

Farpas e Ferpas
    Nem tudo fica no mesmo quando não se faz nada: piora.
    O mesmo é esmo.

Reminiscências em Preto e Branco
    Em todo o presente existe o passado presente.    

José Eugênio Maciel | [email protected]