Porque Guarapuava
“De todos os atos de covardia, a violência contra a mulher reduz
o indivíduo ao mais baixo dos seres”.
Rangel C. Rodrigues
Foram sete dias de julgamento. Foram sete os jurados.
Luís Felipe Manvailer foi condenado a 31 anos, nove meses e 18 dias, por ter matado a mulher dele, Tatiana Spitzner, no dia 22 de julho de 2018.
O réu veio da cadeia para o júri. Do júri voltou para a cadeia.
Resumido os fatos, o julgamento no fórum de Guarapuava, que começou no dia quatro deste mês e só terminou no dia nove, teve repercussão em todo o Brasil.
Todos os meios de comunicação, com as suas respectivas equipes de jornalistas e repórteres, acamparam na cidade paranaense, e, de Guarapuava, cobriram cada fato do julgamento.
Porque Guarapuava foi o centro das atenções? Foi a notícia mais importante, mesmo a considerar a violência contra a mulher, todos os dias ser notícias em qualquer parte do Brasil?
Todas as imagens não deixaram qualquer dúvida tratar-se de hedionda violência praticada pelo biólogo contra a mulher, advogada assassinada, feminicídio, meio cruel, motivo fútil.
Tamanhas, evidentes imagens, a chegada deles, ela sendo esbofeteada dentro do carro, depois na garagem, no elevador, sempre sendo espancada.
Fraude processual, quando ele tenta limpar as manchas de sangue no elevador.
A fuga do criminoso com o carro em alta velocidade.
Atos de covardia, truculência empregada sem que a vítima pudesse sequer esboçar alguma reação, a não ser tentar fugir do agressor. Ele a alcançava depois de cercá-la, com o ímpeto de um assassino.
Se não tivesse se envolvido em acidente com o mesmo carro, a fuga do marginal poderia ter êxito, talvez continuaria foragido. Não teria existido o julgamento.
Abundâncias de imagens, sequência de atos de um troglodita, frio e só tendo a fúria para produzir o resultado, calar Tatiana, para sempre.
Jornalistas e repórteres do lado de fora do prédio que sedia o fórum de Guarapuava, recebiam dos colegas que tiveram a autorização de cobrir o julgamento, acompanhando todo o processo, sem registrar imagens e áudios. Tal situação foi devido a pandemia da COVID 19.
Chega a ser paradoxal, as imagens do crime cruel claramente a registrar toda a covarde violência, mas sem imagens do julgamento.
Tantas as evidências, instruído pelos advogados dele, Manvailer encenou pedido de desculpas à família de Tatiana, cínico, péssimo ator, tentando, ele próprio, influenciar o júri, quem sabe abrandar a condenação.
Outra lição que precisamos todos nós assimilar, quando ouvirmos gritos, temos que nos meter sim, chamando a polícia. Se não pudermos evitar a violência de imediato.
Até mesmo quando a música estiver com o som elevado por demais, pode ser que a “festa” é de um agressor em plena ação, o som alto serve para abafar gritos. E machão logo vai fugir, covarde em dois sentidos, que agride e que foge.
Fases de Fazer Frases
Crer só no possível é não sonhar nada.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
A fiscalização da prefeitura informa que agirá e com mais rigor neste final de semana. A saúde e a Santa Casa informam que a pandemia do COVID 19 continua sem que existam leitos, só elevando o número na fila que aguarda por respirador.
Mas, mesmo depois do Dia das Mães, o comércio colabora, lojas abertas neste sábado, muita gente circulando… e o vírus também. Não é o comércio só ou o único culpado, mas comprometedor.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Fiscais ameaçados, policiais xingados em festas clandestinas ao multarem até mesmo reincidentes sem máscaras e aglomerando, flertando com o perigo mas se julgando imunes.
Que não sejam imunes ao menos nas multas.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Goioerê e municípios vizinhos a ele, a prefeitura baixo decreto mais restritivo à circulação de pessoas. Não faz muito tempo, Goioerê afrouxou regras em termos de abertura do comércio para logo ter que voltar atrás.
Farpas e Ferpas (I)
“Perigo mora ao lado”. Pior é se ele ficar lado a lado.
Farpas e Ferpas (II)
Tudo pode ser esquisito em todo quesito.
Reminiscências em Preto e Branco
As escolas sem estudantes estão quase vazias. Dão a falsa impressão que os professores não estão trabalhando, mas eles estão tentando ministrar aulas remotamente, via internet. A chamada tentativa, chega a ser baixa, dada à participação reduzida e regular dos estudantes.
Mas o silêncio das escolas não tem a sombria chamada paz dos cemitérios, com a morte devido a COVID 19. Não é possível comparar tristezas e perdas.
José Eugênio Maciel | [email protected]