Questão (não fechada)

A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perdê-la

George Orwel

            Quem não chora não mama, o ditado espelha fatos pertinentes a Campo Mourão e  região. O mais recente, a Defensoria Pública do Paraná daqui está sem defensores, as duas que ocupavam o cargo foram transferidas, sem designarem outro profissional. Mais prejudicados, pessoas sem ou com renda que não dá para arcar despesas para sobrevivência, sequer bancar demandas judiciais que só podem impetrar sem custas. O previsto fechamento da 183ª Zona Eleitoral é outro evento que desencadeou reação contrária, reunião e mobilização públicas. 

                Sério risco é a interrupção das ações públicas de prevenção ao uso de drogas nas escolas,  noticiou esta Tribuna, dia 13 passado: Ex-instrutor do Proerd teme o fim do programa na região. Segundo o policial aposentado, vereador de Engenheiro Beltrão Valdir Hermes da Silva (PSB), só dois policiais trabalham nos 25 municípios. O Proerd – Programa Estadual de Resistência às Drogas e à Violência se fundamenta em ações preventivas nas escolas. Se um policial em sala de aula é um policial a menos nas ruas, estando ele lá, terá que atender a maior número de dependentes químicos que poderiam não estar nessa condição, caso a prevenção não fosse trocada pela repressão.

            Autoridades estão atentas ao enorme dano caso o Proerd enfraqueça ainda mais?

            Outro fechamento contínuo e crescente mas que infelizmente parece não existir, por não sensibilizar a todos, é o fim de turmas e o encerramento de cursos nas escolas públicas, sobretudo no período noturno. Reduzir ou diminuir custo é a alegação do governo estadual, que não pode ser ignorada.

            O que tem feito o governo? Muito pouco, para não dizer, nada! Sequer publicidade institucional que apele aos próprios jovens e adultos à formação educacional e profissional. Ademais, falta empenho concreto do subserviente Núcleo Regional de Ensino, restrito a obedecer  ordens e engajos louvaminheiros superiores.  

            Quem estuda e não desiste, resiste. É punido injustamente, privado de prosseguir seus estudos quando turma e curso fecham. Os colégios públicos estaduais mourãoenses e da região travam uma luta unida à comunidade educacional. Divulgam os cursos ofertados, bem como são encetadas ações pedagógicas que visam o estímulo, permanência e sucesso escolares.  

            Podem exclamar, professores contrários ao fechamento têm posição corporativista. Se válido o raciocínio, ele poderá ser aplicado à Zona Eleitoral e à Defensoria. 

            Tudo acontecendo e eu aqui ma praça dando milho aos pombos, canta Zé Geraldo.                     

Fases de Fazer Frases (I)

            Monólogo é fato falar por si ante à alheia mudez. 

Fases de Fazer Frases (II)

            Mais se aproxima da morte quem se distancia da vida.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

            A propósito do tema principal da Coluna: Ruim é a sala com poucos alunos, esvaziada pela evasão. Pior é desconsiderar os que estudam com ameaça e fechamento do curso. Custa o (ao) poder público saber o que é custo?

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

            A notícia se espalhou no Brasil, a morte do jogador João Pedro da Silva Rocha, 21 anos. Súbita, enfarto fulminante ao iniciar o treino, à espera do contrato com o Sport de Campo Mourão. Lamentável é assistir imagens televisivas do corpo do atleta estendido e coberto no gramado. Ainda que a preservar a cena para os peritos, é indigno o ser humano exposto, desvelado da consternação.

Caixa Pós-tal

            (…) inclusive para dormir sem medo do escuro, conclui a propaganda da Copel, citada e elogiada na Coluna anterior. A comerciária umuaramense Daniela Fregoneze indagou: nada de fantástico. Respeito a opinião dela. O elogio é devido ao duplo sentido e por tratar-se de empresa geradora de energia e luz. A foto da criança enfatiza o texto sobretudo, sem medo do escuro. Explica-se: escuro no dormir com luz apagada; e sem medo de ficar no escuro, garante a Copel.   

Reminiscências em Preto e Branco

            Para lembrar da casa dos meus saudosos pais Elza e Eloy, com frequência uso naftalina, (nome comercial) para matar baratas e outros insetos. O cheiro me faz sentir naquela casa. Rememoro piadinha tão cheia quanto vazia de graça: Sem conseguir matar baratas mesmo a usar muitas bolinhas, o indivíduo reclamava. Mas ele atirava as bolinhas sem acertar o alvo: as baratas!