Tem que falar dela
Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola.
Nelson Rodrigues
A 21ª Copa do Mundo começou. A sede é a Rússia, antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
O Brasil é o único participante de todas as Copas e a seleção que mais tem títulos, cinco. Na análise estrangeira o Brasil sempre figura na lista de favoritos. Não é diferente agora.
Coisas do futebol, sede da Copa passada, sequer chegou a final, sofreu duas goleadas, diante da Alemanha (7X1) e Holanda (3X0), retrospecto negativo mas que não afeta o favoritismo, segundo cronistas esportivos internacionais e enorme número de brasileiros.
Pesquisas e sondagens, além do senso comum, a Copa pode até iniciar com recepção fria nos jogos da Seleção brasileira, seriam assistidos de longe, sem empolgação, pelo menos a metade não estaria entusiasmada com o Brasil, mas, ainda outra metade confia, ou até não crendo, torcerá.
Não pela Seleção, porém o momento político, econômico e social brasileiro, tamanhas as agruras, que torcer seria um modo de escamotear a realidade. Ainda assim não se torcerá contra. E a favor pode parecer torcida de apoio ao presidente Temer. Torcer pela Seleção não é apoiar a FIFA e CBF entidades marcadas pela corrupção entre dirigentes, jogadores e empresas.
Se a eliminação histórica e precoce do Brasil em 2014 marca torcedores, na verdade todos os brasileiros deveríamos ficar mais tristes por termos ganhado no desvio de recursos das obras e daquelas que até hoje não foram concluídas ou sequer começadas.
O futebol é cultura brasileira, popular. Jogar bola é socialização, reúne pessoas até então desconhecidas, mas que em torno de uma bola, formam times, vibram, organizam encontros. Se a Copa é sofisticação milionária das seleções, estádios, é centro das atenções do esporte mais popular do mundo, o futebol começa ou se pratica em qualquer quadra, campo com grama, cimento, chão batido, canto de terreno. Bola oficial, esfera linda e tecnologicamente primorosa, também pode ser de meia, ou qualquer outra coisa que seja ou vá se arrendondando.
Fases de Fazer Frases (I)
Quando a preguiça dá trabalho atrapalha o descanso.
Fases de Fazer Frases (II)
Se o caminho for errado não adianta andar direito.
Fases de Fazer Frases (III)
Todo escândalo é espetacular mas nem todo espetáculo escandaliza.
Fases de Fazer Frases (IV)
O andante ambulante é abundante de andar.
Fases de Fazer Frases (V)
O Mais gosta mais do Menos. Mas o Menos não gosta mais do Mais.
Olhos, Vistos do Cotidiano
O Parque do Lago de Campo Mourão dá sorte e azar a um só tempo. Dois inimigos do alheio foram presos quando iam em direção ao Parque. Um homem que furtou uma loja foi pego quando estava com parte do roubo, panelas. Noutro caso solucionado o adolescente pedalava rumo ao Parque com a bicicleta furtada. A notícia (terça) é da CRN – Central Regional de Notícias.
Reminiscências em Preto e Branco (I)
A música que é tão ouvida e tradicional quanto a Seleção nas Copas foi composta por Miguel Gustavo Wernec de Souza Martins. O trecho mais cantado, 90 milhões em ação, parece que todo Brasil deu a mão, todos juntos vamos, pra frente Brasil, salve a seleção!
Reminiscências em Preto e Branco (II)
O referido compositor, que foi também músico, jornalista e poeta, morreu dois anos depois da Copa de 1970. Um fato histórico interessante, que ajuda a memorizar a história demográfica, é que a letra inicialmente se referia a 70 milhões, número oficial do total de brasileiros. Mas sabido o resultado do CENSE do IBGE feito em 1970, apontava: Brasil chegava a 90 milhões de habitantes, aí a música foi também atualizada.
Devido a conquista do tricampeonato pela Seleção considerada por muitos a melhor de todos os tempos, a música se tornou hino do futebol, cantada por sucessivas gerações. Hoje, somos mais de 200 milhões em ação. Que pra frente Brasil não se limite ao futebol.
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Por José Eugênio Maciel | [email protected]
