Título não é tudo, nada sem ele
“Sem título é como não ter nome próprio, restando brigar contra apelidos”.
Estive Nólocal (d.C.)
Eis que o espaço da Coluna acabou antes de terminar. O escrevinhador aqui aprontou primeiro os subtítulos e, dado a quantidades diversas deles todos, sobrou mísero espaço para o conteúdo que abre a Coluna.
Não sobrou nada, é o tempo fatal para enviar o texto ao Jornal.
O título é este mesmo, sem poder falar dele.
Título atrai. Distrai.
Ele Sintetiza antes do que será lido ou visto depois.
Atrevo-me afirmar, fazer um título, o ato de pensar permite imaginar e elencar fatos e argumentos que serão próprios do conteúdo do que ainda não foi escrito. Assim, o título vem em primeiro lugar. Mas será possível trocá-lo à medida que as palavras abaixo deles vão ocupando a tela do computador.
E se não tivesse título, alguém notaria? Consideraria ou não importante?
Então a nossa prosa ficará para a próxima Coluna.
Fases de Fazer Frases (I)
Viver de fracassos? Sobreviver apesar deles.
Fases de Fazer Frases (II)
Entardecer.
É tarde ser?
Não tarde em ser.
Retarde em não ser.
Tudo entardecesse.
Tudo envelhece.
Sem que desse e pudesse.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
“Coamo é apontada entre as maiores cooperativas agrícolas do mundo”, manchete desta Tribuna, última quinta. Não chega a ser novidade e surpresa, mas, sem dúvida, merece o devido. Quem planta bem colhe melhor.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
São José dos Pinhais é o mais novo município paranaense que atingiu mais de 200 mil eleitores. As próximas eleições municipais – prefeito e vereadores – estarão asseguradas a escolha em dois turnos, se for preciso. São José dos Pinhas se junta a Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel que já tem segundo turno.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Sobre Campo Mourão oficialmente não temos 100 mil habitantes. Inexistiu iniciativa para que os moradores que não responderam ao Censo do IBGE, fossem mobilizados para essa tarefa de interesse público.
Farpas e Ferpas (I)
O orgulhoso costuma pedir sem falar. Se recebe continua calado.
Farpas e Ferpas (II)
Qual o tipo de pessoa a temer? Cada um deve saber de si.
Farpas e Ferpas (III)
A procura de si demora quando em fuga.
Sinal Amarelo
Só na balança que o peso não balança.
A balança não pesa ela própria, em que pese ter peso.
Ela é o pesar tudo o que nela pesar.
E a vida: somos ela ou nós a sopesar?
Trecho e Trecho
“Não quero a beleza, quero a identidade”. [Clarice Lispector].
“Não faças da tua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo”. [Mário Quintana].
Reminiscências em Preto e Branco (I) Milton Mader de Bittencorut Júnior
“O bom médico trata as doenças, mas o grande médico trata o paciente”. [Willian Osler].
Uma pessoa integralmente humana, humanista e humanizador, notadamente no tratamento proporcionado aos semelhantes, na condição além de ser médico. Convivemos como secretários municipais do então prefeito mourãoense Rubens Bueno (1993/96). O doutor Minton na saúde e eu na educação e cultura. Para mim foi um aprendizado constante, frutífero, tanto que as duas pastas trabalhavam integradas. Rememoro o programa de acuidade visual para todos os estudantes da rede municipal. Doutor Milton, quando indagado por mim para um possível trabalho conjunto, ele me deu em termos práticos uma precisa e célere resposta. Adquiriu equipamentos oftalmonosológicos para imediatamente atender a todos, sendo possível o diagnóstico e encaminhamento para tratamento. Não tínhamos mais que ir até a escola e realizar a acuidade preliminar, passamos a levar a criançada até o consultório que funcionava no Centro Social Urbano.
O “Posto 24 horas” foi uma das mais importantes e arrojadas obras de Campo Mourão à época, o doutor Milton a chamava de centro de resolutividade, aliás, inaugurado pelo saudoso ministro da saúde Adib Jatene, que veio especialmente à inauguração. “Seu desempenho está entre os grandes brasileiros chamados para desempenhar uma função com dedicação e denodo em defesa do interesse público e sobretudo da vida!”, enalteceu o ex-prefeito Rubens Bueno.
Aos 72 anos, Milton é agora saudade.
Reminiscências em Preto e Branco (II)
Antigamente tudo era novo. Hoje o antigo é novamente.
Reminiscências em Preto e Branco (III)
Um dia o nosso baú será só ossos.
José Eugênio Maciel | [email protected]
* As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal