Concessão de parques estaduais: o Paraná na vanguarda
Boa parte do mundo já adotou as concessões como uma forma de explorar de maneira sustentável suas áreas naturais, sendo uma grande alternativa para atrair investimentos adicionais, promover o uso mais eficiente dos recursos e tornar mais flexível a administração complementar das unidades de conservação.
O principal exemplo vem dos Estados Unidos: os norte-americanos têm tradição na exploração sustentável das reservas protegidas, gerando renda e empregos para mantê-las de pé. Países como Austrália e Nova Zelândia, cuja experiência em parcerias público-privadas é notória, trazem outros bons exemplos. O Chile tem experiências de concessão há décadas. O modelo é também adotado no Zimbábue, no Quênia, na Namíbia, na Argentina, no Peru, na Colômbia, na Costa Rica, na Guatemala, no México, na China, no Japão, na Índia, no Canadá e em vários países europeus.
No Brasil, considerado como o país com o maior potencial de ecoturismo no mundo, essa modalidade ainda engatinha. Mas o Paraná se coloca numa posição de vanguarda e novamente está um passo à frente.
Aqui, o Parque Nacional do Iguaçu é explorado pela iniciativa privada desde 1998 – concessão que passará por processo de renovação este ano, pela União.
No âmbito das UCs estaduais, o Paraná foi pioneiro com a concessão, em 2020, do Parque Estadual de Vila Velha. Desde a reabertura ao público após ter sido fechado por conta da pandemia, o parque recebeu 88.689 visitantes, oriundos de 36 países. Além dos atrativos naturais– arenitos, furnas e Lagoa Dourada – os visitantes agora têm novas opções de lazer como arvorismo, passeio em balão, tirolesa, cicloturismo e caminhada noturna com direito a um supertelescópio que propicia vivas e detalhadas imagens dos astros.
O próximo parque a ser concedido será o Parque Estadual do Guartelá, nos Campos Gerais.
Temos a convicção de que esta modalidade ajudará o estado a conservar seus espaços ambientais e, simultaneamente, gerar emprego e renda em suas regiões de abrangência. Levantamento realizado pelo Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), agência federal responsável pela gestão das unidades de conservação nacionais, aponta que real investido nos parques brasileiros produzem sete reais em benefícios econômicos para o Brasil.
Já de acordo com o estudo “Parques como vetores de desenvolvimento para o Brasil: Ecoturismo e potencial econômico do patrimônio natural brasileiro”, do Instituto Semeia, a concessão dos parques pode funcionar como catalisadora de uma série de benefícios, como a expansão da conscientização ambiental, o empoderamento de comunidades locais, a geração de impactos econômicos para a cadeia de turismo e o uso sustentável dos recursos naturais.
E é isso que estamos fazendo, de forma pioneira, no estado do Paraná.
Marcio Nunes é secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do estado do Paraná