Negócio da Índia

As pequenas e médias empresas da América Latina e Caribe querem buscar uma aproximação com empresas do mesmo porte da Índia. Para isso, a Fiep promoveu um seminário experiências e oportunidades com a Índia realizado em Curitiba. “Uma aproximação com este mercado é muito importante e quero  firmar um compromisso de colocar o centro internacional de negócios da Fiep trabalhando nesta direção”, disse o presidente Carlos Valter Martins Pedro. Desde 2000, a Índia vem registrando taxa anual de crescimento de 6%, enquanto a média dos demais países variou de 2% a 4%.

O negócio é frango
O Brasil quer que a Índia reduza taxas sobre a importação de frango e produtos de frango, o que permitiria ao país aproveitar a crescente demanda indiana por esses produtos, impulsionada por um crescimento na renda e mudanças nos hábitos alimentares locais. A Índia impõe taxas de importação de 100% sobre produtos de frango e de 30% sobre frangos inteiros, consideradas elevadas demais para que países como Brasil e EUA consigam avançar no mercado local, onde a indústria de frango tem crescido mais de 10% ao ano.

Troca de favores
O Brasil quer contribuir com a Índia no setor de produção de etanol, o que ajudaria o governo indiano a adotar uso de maior mistura de etanol na gasolina. A Índia superou o Brasil como maior produtora de açúcar do mundo há dois anos, e a grande fabricação do adoçante desde então levou a um forte aumento nos estoques e a uma acentuada queda nos preços locais. Agora, para deixar para trás o excesso de oferta, usinas indianas tentam diversificar o chamado mix de produção e utilizar uma maior parcela da cana para a fabricação de etanol – mas, diferente do Brasil, a produção do biocombustível é limitada na Índia.

Brasil e Paraguai
Inovação, conectividade, criatividade e segurança serão alguns dos assuntos que serão tratados no Fórum de Cooperativas do Brasil e Paraguai durante o Show Rural Digital, uma das atrações do 32º Show Rural Coopavel entre 3 e 7 de fevereiro em Cascavel. O fórum vai reunir diretores e profissionais de TI de diversas cooperativas dos dois países. “Será uma grande oportunidade para ter acesso ao que há de mais novo na área, para promover a troca de conhecimentos e para ressaltar ainda com mais profundidade sobre como a inovação é fundamental e impactante para o setor”, disse José Rodrigues da Costa Neto, coordenador do evento.

Mais confiantes
A confiança dos empresários da indústria cresceu 1,1 ponto na prévia de janeiro deste ano, na comparação com o resultado consolidado de dezembro de 2019. Com isso, o indicador chegou a 100,5 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas. O aumento da confiança foi puxado pelo crescimento das expectativas dos empresários em relação aos próximos meses. O Índice de Expectativas cresceu 2,4 pontos e atingiu 101,6 pontos, o maior valor desde junho de 2018 (102,3 pontos).

Já os consumidores
O Índice de Confiança do Consumidor, medido pela Fundação Getúlio Vargas, recuou 1,2 ponto de dezembro de 2019 para janeiro deste ano e atingiu 90,4 pontos, em uma escala de zero a 200. A queda veio depois da alta de 2 pontos na passagem de novembro para dezembro. O resultado de janeiro foi puxado principalmente pelo Índice de Expectativas, que mede a confiança do consumidor em relação aos próximos meses e que recuou 1,4 ponto. Com isso, o subíndice atingiu 98,9 pontos. Os componentes que mais influenciaram a queda foram a intenção de compras de bens duráveis nos próximos meses (menos 5,4 pontos) e a percepção dos consumidores sobre a situação financeira da família no momento (menos 3,2 pontos).

Agronegócio forte
O agronegócio foi responsável por cerca de 77,6% das exportações do Paraná em 2019. Dos US$ 16,2 bilhões exportados, US$ 12,6 bilhões são dos produtos do agronegócio. Esses números mantiveram o Estado na 3ª posição no ranking nacional das exportações do setor em 2019, correspondendo a 13,02% do volume brasileiro, que foi de US$ 96,8 bilhões, atrás apenas do Mato Grosso (17,22%) e São Paulo (15,63%). Os dados são do Ministério da Agricultura e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Para o mundo
Foram destaques nas exportações do agronegócio paranaense no ano passado o complexo soja, com 13,26 milhões de toneladas e US$ 4,79 bilhões, correspondendo a 14,7% do total brasileiro; o milho, com 4,54 milhões de toneladas e US$ 789 milhões, um crescimento de 302% em relação a 2018; e as carnes, com 1,78 milhão de toneladas e US$ 3,03 bilhões, 18% do total exportado pelo Brasil e crescimento de 8,2% em relação a 2018. As três principais carnes apresentaram crescimento na receita: frango (aproximadamente 9%), suínos (21,5%) e bovinos (3%). O Paraná é líder nacional na produção de proteínas animais e segundo maior produtor de grãos.

No Show Rural
O Banco do Brasil é um dos mais antigos participantes e parceiros do Show Rural Coopavel. A expectativa para a edição de 2020 é recepcionar R$ 1 bilhão em propostas de financiamento. A estimativa foi apresentada durante encontro de superintendentes do banco com a presidência da cooperativa que organiza o evento. O Banco do Brasil contará com a colaboração de mais de cem especialistas em agronegócio. As solicitações de crédito poderão ser feitas no próprio estande ou por meio de recursos eletrônicos, como um aplicativo específico mantido pelo banco. As linhas disponíveis são para pecuária, máquinas e implementos, insumos, veículos, investimentos e custeio.

Carne de laboratório
A produtora norte-americana de carne cultivada em laboratório Memphis Meats anunciou nesta semana que levantou US$ 161 milhões em uma rodada de investimento que contou com recursos de grupos como SoftBank e o fundo soberano de Cingapura, Temasek Holdings. A companhia afirmou que atraiu recursos de investidores novos e atuais da empresa como Bill Gates, Richard Branson e Tyson Foods. A Memphis Meats fabrica seus produtos a partir de células de animais cultivadas em laboratório, diferentemente de companhias como as norte-americanas Beyond Meat e Impossible Foods e as brasileiras Fazenda Futuro e Superbom, que desenvolvem alternativas à carne com base em proteínas vegetais.

Iapar-Emater
Profissionais do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná já estão trabalhando para receber os visitantes do Show Rural. Um dos estandes reúne diferentes culturas e práticas agropecuárias. Entre as ações, duas estufas são preparadas para mostrar novas práticas para interessados em cultivar olerícolas. Será possível ver canteiros de tomate e pimentão em plena produção. Um plantio está sendo feito no sistema de calhas, com adubação diluída na água de irrigação. O visitante poderá conhecer também sistemas de armadilhas para captura de pragas, além do cultivo de morango no sistema semi-hidropônico, suspenso em bancadas, sem solo.

Ações da Eletrosul
O conselho de administração da Copel aprovou a venda de ações detidas pela companhia na Eletrosul, subsidiária da elétrica federal Eletrobras com negócios principalmente na região Sul do país. Segundo ata de reunião dos conselheiros, a venda das ações da Copel na Eletrosul foi aprovada por unanimidade e deverá ser realizada “por meio do exercício do direito de retirada da sociedade”. A Copel detém 14,19 mil ações da Eletrosul, avaliadas em R$ 605 mil, segundo informações publicadas no site da Eletrosul – participação de 0,01% na elétrica.

De olho em startups
O banco BNP Paribas está unindo forças com outros grandes grupos franceses para abrir um novo centro de inovação no Brasil que abrigará startups para desenvolvimento de soluções e tecnologias que fortaleçam o negócio e acelerem o processo de transformação digital. Com sede em São Paulo, o chamado La Fabrique terá 1 mil metros quadrados que serão divididos com o Carrefour Brasil, a empresa de soluções de pagamentos Edenred e o grupo de sistemas de transações financeiras Ingenico, além do BNP.

Carne pelo Porto
As exportações de carne, pelo Porto de Paranaguá, subiram 17,58%. Em 2019, durante todo o ano, foram mais de dois milhões de toneladas; em 2018, 1,7 milhão. Com as medidas do Ministério da Agricultura que reforçam o reconhecimento do Paraná como área livre de peste suína clássica e que abrem caminho para o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, o setor produtivo espera movimentar ainda mais a partir deste ano. Como mostram os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a carne que mais apresentou aumento na comparação entre as exportações dos dois últimos anos foi a bovina, que cresceu 64,5%. Com quase 226 mil toneladas exportadas no ano, o Porto de Paranaguá é o segundo nas exportações do produto entre os portos brasileiros.

Emprego em alta
O Paraná encerrou 2019 como um dos quatro Estados que mais geraram emprego no País, com saldo de 51.441 vagas abertas, segundo dados do Caged. Esse é o melhor índice dos últimos seis anos e representa crescimento de 24,28% em relação a 2018, que teve 41.391 novos empregos. O Paraná também fechou o ano com o quarto maior estoque de carteiras assinadas do País, com 2.655.253 de pessoas empregadas. Em 2019, o Paraná também registrou crescimento da atividade econômica, na ordem de 2,45% (índice dos últimos 12 meses calculado pelo Banco Central), e o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2018, índice alavancado pela recuperação do setor agrícola.

Da Redação ADI-PR Curitiba
Coluna publicada simultaneamente em 20 jornais e portais associados. Saiba mais em www.adipr.com.br