A História sempre se repete
A enorme gama de ditos populares, adapta-se a qualquer situação. No momento presente por exemplo, poder-se-ia usar o de ir à fonte o vaso um dia quebra. Ou o vão-se os anéis e fiquem os dedos. De tanto tripudiarem sobre o povo aparentemente submisso, as lideranças políticas vêem hoje estarrecidas a reação de gente que se imaginava incapaz de tomar posição. O vaso quebrou-se. Daqui para frente prevalece o imponderável. Uma certeza: nada será como antes depois do povo ter descoberto sua força. Esta coluna, ao início das movimentações pela redução do preço das passagens, afirmara que dificilmente os responsáveis pela administração do transporte público iriam ceder. Seria uma derrota que fortaleceria o movimento popular. Mal sabia que o recrudescimento e a expansão, como um rastilho de pólvora, atingiria quase todos os grandes municípios brasileiros, trazendo á tona descontentamentos acumulados. Os 20 centavos reivindicados pelo Passe Livre, teriam o condão de desencadear manifestações jamais imaginadas. A própria presença de malfeitores que partiram para o confronto com as polícias e as depredações, deram o tom da violência extrema que os movimentos poderiam adquirir, ameaçando não apenas patrimônios mas igualmente, vidas. Assustador. Os administradores de bom senso entenderam o recado. Procuram achar resposta à voz rouca da ruas, assustados com essa explosão que vem do nada. Sem lideranças visíveis. Sem discursos. Não permitindo que partidos ou entidades vinculadas à política atual tentem dela se beneficiar. Têm uma única certeza: é preciso mudar, antes que seja tarde. A História, afirma-se, sempre se repete. E ela tem exemplos que valem ser lembrados.
Para os bem intencionados
Um interessante levantamento de como são tratadas as reivindicações hoje estampadas nos cartazes exibidos nas passeatas populares, vale como subsídio para nortear a ação dos parlamentares bem intencionados (ainda existem) que têm assento no Congresso nacional. Todas elas exigem novo tratamento aos problemas nacionais, sempre empurrados pelo Congresso, com aval do governo, com a barriga.
Prioridade questionada
Alguns cartazes como o Queremos escola (hospitais) padrão Fifa deixam bem visível o fato de que a prioridade dada pelo governo às Copas, nele investindo bilhões que faltam à educação, à saúde, à segurança, foi um dos estopins desta crise. A própria explicação da presidente em sua fala antecipada, tentando provar que não há dinheiro público e sim financiamentos nos estádios, não convenceu. Foi amplamente divulgado que tais financiamentos vem do BNDES. E este é abastecido pelo Tesouro. Quanto de inadimplência nos empréstimos que fornece a clientes selecionados, jamais se divulga.
Na surdina
Outra certeza: depois destes momentos vividos pelo país, vão diminuir ou acabar as constantes vindas de representantes da Fifa, em espalhafatosas caravanas que percorriam os país na verificação do andamento das obras, acompanhados por representantes da CBF, Ronaldos e Bebetos, recebidos suntuosamente pelos secretários estaduais da Copa entre outras autoridades locais, com ampla cobertura da imprensa esportiva. Se vierem, será na surdina!
Oportunista mas real
Frase do economista do BNDES Fábio Giambiagi, ao fim de longa entrevista sobre a situação nacional e que mostra porque Lula não pensa em voltar: Se não houver mudança os desequilíbrios serão crescentes e chegaremos a 2018 em condições nas quais prefiro não pensar. Preocupação que justifica a campanha do Partido da Mobilização (PPS + PMN) que acusa o PT de ter acabado com o Plano Real, reimplantando a inflação.
Em choque
Ideias que mudariam radicalmente os partidos: extinção do direito de coligação – obrigatoriedade de candidaturas próprias de prefeito, governador e presidente. Extinção de horários gratuitos (só válidos no período eleitoral) e do fundo partidário (centenas de milhões de dinheiro público).
