Ainda há coerência!
A atitude da deputada do PSB-SP, Luiza Erundina, abdicando da candidatura a vice-prefeita na chapa petista à prefeitura de São Paulo, pela aceitação do apoio de Paulo Maluf, pode ser um marco divisório na leviana maneira de se fazer política no Brasil. Estilo introduzido para quem não sabe, depois da revolução de 64. Antes, quem era UDN ou PSD (não esse moderno, do Kassab, prefeito de São Paulo), não mudava. Permanecia fiel à legenda. Acertos poderiam ser feitos com o PTB, legenda que Getúlio criara e que reapareceu depois de seu retorno à Presidência, ou o PSP de Ademar de Barros. Com a revolução, a própria Arena, criada pelos ocupantes do poder para se contrapor ao MDB, a oposição consentida, para acomodar as diversas tendências regionais dividiu-se em três sub-legendas. O resultado foi que nos municípios, cada uma delas, quando não via sua indicação prosperar ante as lideranças estaduais, apoiava a oposição, isto é, o MDB. Daí o crescimento inesperado que fez com que esse partido infringisse à Arena a maior derrota já sofrida por um partido no Paraná e elegesse o senador Leite Chaves em 1974. Não havia composição possível entre adversários nos municípios, aprendeu-se: nem por decreto! Daí a estranheza dessa composição em São Paulo, entre Lula e Maluf, ocorrida na casa do ex-adversário, por exigência dele, à qual Lula e Haddad se curvaram. Só quem não aceitou foi Erundina, candidata a vice, que coerentemente desistiu: Não preciso ser vice para fazer política, afirmou, aumentando a respeitabilidade até de quem nunca votou nela. Deve ser hoje a política mais respeitada de um Brasil cansado de ver prosperar a iniqüidade, diria Ruy.
Atitude incomum
Uma surpreendente renúncia ocorreu na Câmara Municipal de Curitiba: o vereador Paulo Frote (PSDB) que já ameaçava não disputar a reeleição, renunciou ao mandato alegando motivos pessoais. Mesmo com uma ação tramitando contra ele por suposta improbidade, Frote decidiu não aguardar o julgamento de sua defesa. Uma atitude incomum. Em sua vaga assume Edson do Parolim.
Justiça moderna
A dúvida persiste: a polêmica sobre a verba indenizatória proposta como auxílio livro a cada um dos magistrados do Paraná, no valor de R$ 3 mil anuais aos 600 juízes do Estado (R$ 1,8 milhão anuais), parece realmente ser equivocada. Muito mais razoável seria a instalação de uma biblioteca virtual à qual cada juiz teria acesso pela Internet. Imaginar-se a aquisição de livros jurídicos que ficarão como propriedade do adquirente, é inaceitável.
Oportunidade perdida
A greve das universidades federais que se arrasta há meses e a cada dia amplia as adesões, é a prova material do desinteresse do governo em responder ao problema. Tendo anunciado estudos no Ministério da Administração para discutir as reivindicações de professores e funcionários, antes do início da greve, agora o governo alega falta de diálogo. O governo do PT, eficiente nas reivindicações quando estava na oposição prova agora do próprio veneno, com prejuízo para mais de um milhão de acadêmicos.
Convenção pesada
O PMDB pode repetir agora a traumática convenção de 1985, quando o aguerrido grupo de Roberto Requião (Doático Santos, Lineu Thomaz, Edson Feltrin, entre outros à frente) derrotou Amadeu Geara para a disputa à prefeitura de Curitiba. Doático, agora fiel escudeiro do prefeito Luciano Ducci, viu sua petição ao juiz da 1a. Zona Eleitoral de Curitiba, pela suspensão da convenção do PMDB a que Rafael Greca concorre, negada. Vai recorrer ao TRE.
Em choque
Na véspera de importante reunião que se realiza na manhã de hoje em Cascavel, com a presença do presidente nacional da Associação Brasileira de Criadores de Suínos, Marcelo Lopes, para avaliar a situação difícil vivida pela suinocultura, cujos preços aviltantes desestimulam a produção, o deputado Elio Rusch fez ontem vigoroso discurso sobre o tema. Um alerta às autoridades sobre as dificuldades do setor.
