Ameaças (não tão) veladas
A ameaça sutil do PMDB contida nas palavras-queixa do deputado Nereu Moura, pelo não cumprimento do agrado de R$ 300 mil prometido pelo governador Beto Richa em 2011 e o não pagamento das emendas para 2012, no valor de R$ 2 milhões, começa a se materializar. Nos corredores da AL peemedebistas resmungam pelos cantos. Com meia razão, já que Requião impusera a eles e mais aos adversários, o não pagamento das emendas. O assunto foi debatido na quarta-feira no Palácio Iguaçu. Uma coisa ficou visível. Gente da base de governo que está com Beto desde a campanha e que não apreciou a adesão do PMDB através a nomeação do secretário do Trabalho Luiz Cláudio Romanelli, com apoio ostensivo do habilidoso negociador, deputado Alexandre Curi (não fora ele neto do guru Aníbal), tem reservas se o governo curvar-se às ameaças do PMDB. Claro que o pagamento das emendas também os beneficia. Num ano eleitoral o que os deputados mais querem são recursos para obras em municípios de suas bases, para dar força à reeleição de seus prefeitos ou eleição de companheiros. Assim os votos de 2014 para suas próprias reeleições estarão garantidos. Se não ocorrerem traições, atos muito comuns em política. O fato concreto é que o PMDB cobra seu preço. Exige ainda que nos municípios onde candidatos apoiados pelos parlamentares da sigla, enfrentem adversários de partidos da base, Beto fique fora da campanha. Exigência equivalente à que os peemedebistas de Brasília estão fazendo à presidente Dilma. Com um agravante: pedem também a ausência de Lula, em municípios em que partidos da base estejam em disputa. Exigência que facilmente pode ser estendida ao Paraná e também a outros estados da assim chamada, Federação.
Revelação…
Falando em palestra realizada em Curitiba, o ex-ministro Franklin Martins voltou a insistir na necessidade de um marco regulatório para a mídia. Acredita que em algum momento o ministro Paulo Bernardo vai propor isso. Informou inclusive que já entregou a ele um ante-projeto feito durante sua gestão como Ministro da Comunicação Social. A pergunta que não cala: se o texto é tão bom porque nunca foi divulgado?
…desacreditada
Dúvidas persistem. Não que a mídia esteja acima do bem e do mal. Ela comete erros. É responsável porém pelas denúncias de fatos que nem as bilionárias verbas de Petrobras, BB, Caixa e outros órgãos do governo, distribuídas entre as grandes redes de comunicação, conseguiram calar. O que precisa regulamentar é, empresas como a Petrobras, que não têm concorrentes, deixarem de despejar bilhões para calar os veículos de comunicação.
Credibilidade em risco!
Até o Paraná, quem diria!, depois do escândalo de pagamentos a desembargadores de São Paulo, dois deles hoje no STF, com indenizações milionárias a título de férias não gozadas (alguém tem mais férias que o Judiciário?) e outros penduricalhos, resolve pagar tais ressarcimentos. Logo, logo, o Judiciário estará tão desacreditado quanto os legislativos e também executivos, por que não?
Renúncias rentáveis
A renúncia de Derosso, assim como as de outros políticos brasileiros em passado recente, não traz de volta recursos mal versados. Ao contrário: a exemplo de Renan, Borba, Toninho Malvadeza (se vivo estivesse) e outros renunciantes que já estão de volta, contrariam o dito popular: ficam com os dedos e ainda voltam com os anéis. Até quando punição neste país só atingirá ladrão de galinha?
Em choque
Índio brasileiro não se contenta mais com apito. Quis terra para vender a estrangeiros, a se confirmarem notícias veiculadas nos últimos dias. A valores milionários como os obtidos pelos ‘munducurus’ nas negociações com a irlandesa Celestial Green Ventures, líder no mercado de créditos de carbono. Apenas US$ 120 milhões.
