Assuntos relevantes

Pela importância, iniciemos pelo mensalão; a análise do debate da Band em Curitiba, por ser o inicial, adquire menos importância. Até porque, a depender dos resultados do primeiro, a interferência dele nos debates ficará mais intenso. Um dado chamou a atenção logo ao início. A intervenção do ex-ministro de Justiça e hoje advogado de Duda Mendonça, Márcio Thomaz Bastos, propondo o desmembramento do julgamento, seguido de uma longa justificativa do ministro Ricardo Lewandowski, defendendo essa tese por escrito, soou estranha. Mesmo que não aprovada por já ser matéria vencida. A recapitulação dos episódios que marcaram esse momento triste  do primeiro mandato de Lula, que a oposição deixou passar batido, quando até a cassação do mandato seria justificável, vai rememorar fatos altamente comprometedores. A primeira constatação é de que havia sim dinheiro público nesse negro episódio. Basta lembrar que o bônus  de mais de R$ 4 milhões devolvido pelos veículos de comunicação, pelo contrato do Banco do Brasil com a empresa de Marcos Valério, deveria ser repassado ao BB. Não o foi! Além disso a declaração do tesoureiro do PT, Delúbio Soares de que se tratava de dinheiro não contabilizado, já pecaria pela falta de origem legal, pelo não pagamento de impostos, burlando leis e tributos. A confissão de Duda Mendonça de que recebia em moeda sonante e depósitos no exterior, tudo isso, por mais que se tente justificar, caracteriza crime. Além disso, o secretário geral do PT, Sílvio Pereira, que recebeu carro de luxo embora não seja réu, admitiu em 2006 que o objetivo era angariar R$ 1 bilhão. O que só não ocorreu por ter sido desmascarado o esquema que agora é julgado. Se esse episódio passar em branco, rasgue-se o Código Penal brasileiro.

Debate morno

O primeiro debate versando sobre as eleições municipais que serão travadas em 7 de outubro, produziu material para os primeiros programas que serão exibidos nos horários ditos gratuitos, nas TVs e rádios. No de Curitiba, embora o horário adiantado que deve ter reduzido em muito a sua audiência, dois prejuízos: para Ratinho Jr., por ser o mais privilegiado na intenção de votos da periferia, revelada pelas pesquisas e para Gustavo Fruet, cuja principal intervenção foi prejudicada por interferências estranhas na transmissão. Mesmo que beneficiado com a restituição do horário, percebeu-se claramente a inibição provocada.

Presente e passado

Luciano Ducci, prefeito atual que postula a reeleição teve intervenções marcadas pelo desfile de obras que tem em andamento, embora debate não seja o seu forte. Já Rafael Greca, como previsto pela coluna por ser excelente orador, demonstrou toda sua versatilidade e conhecimento sobre  a cidade que já administrou. Marcado porém por uma mudança de posição pouco aceita por seus ex-seguidores.

Assessoramento competente

Ratinho Jr., que hoje lidera as pesquisas já divulgadas, demonstrou tranqüilidade e boa comunicação (não fora ele um profissional da área). O conhecimento das teses defendidas deve-se ao assessoramento com que hoje conta, pelo apoio de dois ex-vereadores de largo conhecimento dos problemas da cidade: ambos engenheiros – Marcelo Almeida e Borges dos Reis.

Protagonistas

Carlos Moraes (PRTB) com razoável  que pode ser eclipsada pela cassação de sua candidatura, sub-judice por obra da própria direção de seu partido e Bruno Meirinho, do Psol (conseguem algum sucesso nos debates, na medida em que seus tempos de programas posteriores são ridículos), completaram o quadro de participantes.

Em choque

Como repetido aqui, debates são marcantes para a produção de material para os horários cedidos pelo TRE. Os horários de exibição mostram a pouca importância que as próprias redes de TVs que os exibem, lhes atribuem. O horário nobre é destinado a novelas e outros programas que interessam muito mais ao público, pouco preocupado com os destinos de suas cidades.