Até que a morte…
Um curioso levantamento realizado por um grupo de estudos da Universidade de São Paulo concluiu que em 2011, 90% dos projetos apresentados pelo governo na Câmara Federal foram acompanhados pelos partidos aliados, comandados pelo PT. O mesmo estudo feito nos governos de FHC provavelmente teria obtido resultado semelhante. Um dos defeitos de nossas democracias, periodicamente interrompidas por golpes de estado – a atual já resiste há 27 anos – é ter inúmeros partidos, quase 30, com vocação governista. É da essência da política a busca do poder. Quando não conseguida pelo voto, acontece pela cooptação que sempre é feita em nome da governabilidade. Numa comparação grotesca, o termo poderia ser comparado a uma mesa farta de jantar, onde alguns convivas vencedores confraternizam. Os demais ficam ao redor catando o que cai. Um empreguinho aqui, uma verbinha ali e a roda gira.
Não por acaso poucos partidos fazem aposição com obstinação, cumprindo a missão que as urnas lhes deram ao derrotá-los. Aqui no Paraná, recentemente, não tardou para o grupo derrotado aproximar-se do poder. Os mais conectados em política facilmente irão identificá-lo. É da índole do partido estar sempre no governo aqui e lá em Brasília, afirma-se. Assim como fizeram alguns tucanos quando Requião derrotou o grupo de Jaime Lerner a quem prestavam aparente fidelidade. De qualquer forma, a comparação hoje presente entre a política partidária que se pratica por aqui e a americana, por exemplo, em grande evidência no momento, deixa claro que ou se produz a desejada reforma política ou não teremos partidos consolidados em torno de programas. Lá como aqui há dezenas de pequenas agremiações que gravitam em torno de duas. A decisão de ser democrata ou republicano porém, é como casamento antigo.
Polícia em crise
Apesar dos entendimentos em andamento nas polícias civil e militar do Paraná, que dialogam com o governo cobrando a aplicação da emenda 29, que incorpora algumas vantagens, setores policiais não andam de boa veia. O incidente de sexta, com a invasão de um cassino clandestino, fez aflorar uma crise no setor. Ação de milicianos classificou o Chefe da Polícia Civil.
Não programado
O Hospital Sírio Libanez em São Paulo tem sido palco de encontros inesperados. Como o do ex-presidente Lula (PT) que ali faz tratamento, do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que veio fazer revisão de seu câncer linfático e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que foi visitá-los.
Ano crítico
A quarta-feira vai ser de suspense na área jurídica. Entra em julgamento no STF a ação que pede limites ao CNJ, hoje em aberto conflito com a associação dos juizes brasileiros. Também as atividades do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) estão na mira dos juizes. O julgamento do mensalão previsto para este ano aumenta a tensão.
FOLCLORE POLÍTICO
Na semana, a função dada à ministra Gleisi de comandar as ações do governo, foi lembrada como fato ocorrido aqui no governo de Canet Jr. que, governou como empresário, com o governo sob seu absoluto controle. No computador, o que por ser de conhecimento de todos, com cobranças permanentes, evitava malfeitorias. A coluna contou um episódio ocorrido com o então prefeito de Toledo, Duílio Genari. Encontrou-se ele com Canet no aeroporto de Foz. O governador saudou-o lembrando de obra recém autorizada. Já está tocando o convênio, Duílio?. Meio constrangido este comentou: Olha governador. Não assinei. Sua equipe não fez como o senhor combinou. No dia seguinte Duílio recebeu um telefonema. Era a assessoria chamando-o para assinar o convênio. Do jeito que tinha sido combinado. Uma reclamação: Prefeito. O senhor não precisava ter reclamado para o governador! Duílio não deixou por menos. Com seu linguajar italianado respondeu: E pra quem você queria que eu reclamasse. Pra nona!?
