Bom senso afinal!

O bom senso que afinal acabou prevalecendo em Brasília, confirmou a sugestão da coluna no domingo. Afirmava-se aqui que, depois de todas as fanfarronices de Carlos Lupi, só um tiro para me derrubar, beija-mão no Palácio e declaração de amor a Dilma, entremeadas por a cada dia uma denúncia nova, acrescido tudo isso de uma resposta dada pela Presidente  na Venezuela a uma repórter da Globo de que no meu retorno resolvo a situação,  recomendavam que ao iniciar o expediente palaciano na segunda (nada a ver com o Atlético Paranaense), uma carta de renúncia estivesse em cima da mesa de trabalho de Dilma. Sem aquela baboseira de faço isto para que o ódio das forças mais reacionárias e conservadoras deste país contra o Trabalhismo (o grifo é da coluna) não contamine outros setores do governo. Ora faça-me o favor senhor Lupi!,  dirá a opinião pública. Sai, para que o despudor com que se aplicou dinheiro público em entidades marotas e desonestas, contaminando isso sim o conceito de outras tantas, sérias,  competentes e bem intencionadas, que realmente prestam serviços ao país, não cause ainda maior prejuízo a essas. Sai para que o estrago que já causou na imagem que a presidente Dilma vinha construindo de não conviver com as malfeitorias (a expressão é dela) não sofra um desgaste ainda maior que as fanfarronices impunes de Lupi causaram à que ela construía. O período de Lula que acendia uma vela para Deus (ações sociais) e outra para o Diabo (conivência com a corrupção que grassou no seu período), deixou, esse sim, diferentemente do que FHC lhe deixara, uma herança maldita. Os anteriores deixaram a Lula pelo menos, uma estabilidade econômica em que ele se abraçou. Para Dilma ficaram ministros discutíveis!

 

Tragicomédia

Seria cômico se não fosse trágico. Inclusive remetendo a outra tragédia. A carta-renúncia de Carlos Lupi à presidente Dilma, abrindo mão de sua já desgastada participação no governo, pelos seus termos, faço isso para que as forças conservadoras e reacionárias, teve a pretensão de imitar a que Getúlio escreveu (?) ao se suicidar. Só faltou afirmar que deixo o Ministério para entrar para a História.

 

Semana  agitada

A semana na Assembleia vai ser agitada. Animada com a sustação da votação do projeto do governo a repassar para OSs serviços de responsabilidade do estado, em função de terem ficado para trás dois vetos do governador sem análise e votação pelo Plenário, a oposição vai bater no tema.

 

Pano pra manga

Animada ainda mais por matéria da Gazeta do Povo de domingo que, consultando advogados constitucionalistas, afirmaram que efetivamente os dois vetos deveriam ter trancado a pauta. Depois disso cinco projetos foram aprovados, segundo a oposição, irregularmente.

 

Pró e contra

Outro detalhe do projeto das OSs, a ser explorado hoje e talvez pelos próximos dias na AL, com presença de funcionários a promover tumulto nas galerias, será o fato de as concessões do governo federal à iniciativa privada, caso dos aeroporto de Natal e outros, não serem questionados pelo PT como privatização, argumento que usam aqui.

 

Inoportuno

Pegou mal na opinião pública a crítica  coletiva de entidades do poder judiciário à tentativa do Ministério Público de propor inconstitucionalidade da lei que privilegia o Poder Judiciário com pagamento dos tratamentos de saúde de juízes, desembargadores e servidores da Justiça. Num momento em que a postura do CNJ, questionando benesses do poder é aplaudida, certamente não seria a oportunidade para essa proposta.

 

Em choque

Enquanto o pau sobe e desce, as costas descansam ensina a sabedoria popular. Num país, estados e municípios agitados por tantos descalabros, os temas maiores sufocam os menores. Situações como as de Lupi, de funcionários da receita federal, tiram de foco momentaneamente o problema vivido por Derosso, tão grave quanto!