Burocracia resistente

O governo estadual tenta conter a burocracia, a mais importante figura de todos os governos. Com  dificuldade porém, o que não surpreende! Com um certo exagero a coluna classifica a burocracia como a forma de ocupantes de cargos por vezes de pouca importância, em governos,  valorizarem suas presenças. A teoria é formada a partir de ter visto inúmeros processos que transitam nas secretarias de estado, assim com em outros órgãos dos três poderes, em grossos volumes que continham inúmeras folhas de papel A4 com despachos do tipo: O presente processo, smj, está em condições de ser encaminhado à diretoria (tal). Centenas de páginas depois, ao final da tramitação, terminava nas mãos da maior autoridade do setor a quem caberia assumir responsabilidade pela decisão. Sem smj. Essa burocracia é tão forte que resistiu até ao primeiro governo da revolução de 1964, presidente Castelo Branco, que criou um ministério especial entregue ao íntegro Hélio Beltrão para combatê-la. Restabelecida a ‘democracia à brasileira’, nem a isenção de reconhecimento de firma em documentos, que contrariava o interesse dos cartorários, sobreviveu. A experiência do colunista prova que o personagem mais importante da nossa democracia é o SMJ. Assim mesmo, com letra maiúscula. Significa que sem passar pelas mãos dos burocratas o processo não está completo. Nenhum deles porém assume responsabilidade. O SMJ significa SALVO MELHOR JUIZO. Isto é: passou  pelas mãos do dito cujo de plantão, mas ele tirou o corpo fora. A decisão final é a que vale. Não por acaso Afif Domingos cunhou a frase: No Brasil se cria dificuldades para vender facilidades. Burocracia demais é caminho para a corruptocracia.

Indecisão
Corrupção por sinal está marcando negativamente o governo da presidente Dilma. Caracterizada  pelas mudanças impostas no passivo recebido do presidente Lula, a presidente agora vem hesitando. Pressionada especialmente por gente importante do PMDB, está tirando o sofá da sala. Mudar os dirigentes das estatais vinculadas ao Ministério de Integração e outros, e deixar os titulares, é curvar-se aos poderosos. Não há governabilidade que justifique isso!

Cedeu uma vez…
A informação que agora corre os gabinetes de Brasília é de que, além da postura dura (premiada) do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, padrinho do diretor do Dnocs,  o senador Renan Calheiros também ameaça retalhar o governo se seu afilhado Sérgio Machado, foi demitido da Transpetro.

Novo comando
Curitiba, desde ontem, tem novo prefeito. Sabino Pícolo, presidente em exercício da Câmara Municipal, assume na ausência de Luciano Ducci que vai à França e Suíça. Dependendo de seu desempenho nesses poucos dias, poderá ser a opção de vice que a chapa de Luciano à reeleição procura.

Boa medida
Uma medida que Sabino poderá tomar é determinar um levantamento à Secretaria de Meio Ambiente da situação de todas as árvores das grandes alamedas de Curitiba. Inadmissível o que aconteceu na quinta-feira, quando, sem mais aquela,  abateu-se sobre um carro matando seu ocupante.

Árvores mutiladas
Outro problema relacionado às árvores que já foram marca especial de Curitiba, é a verdadeira mutilação que elas sofrem por conta das podas realizadas pela Copel, para garantir a passagem do número excessivo de  fios que ela aluga para empresas de telefonia. E pensar que um dia o governador proibiu a prefeitura de usar os postes para a colocação dos pardais de trânsito!

Em choque
Com a importância que adquiriu após um treinamento exaustivo nos problemas que afligiram o governo desde a queda de Palocci e sua posse, a ministra Gleisi vai agora enfrentar a prova de fogo. Ela está na mira dos  fuzis de ninguém menos que as raposas do PMDB. Administradora já mostrou ser. Se passar por mais essa prova, estará consagrada como política.  No bom sentido!