Caciques em penca


O colunista já registrou aqui que o jornalismo político é uma atividade desgastante. A bem da verdade, a área é  tensa pela própria natureza. O político inicia tentando alcançar o poder. Depois tem uma preocupação enorme em mantê-lo, com unhas e dentes, atacado que é permanentemente por todos os lados. E há quem ache a atividade política um refresco! Já o jornalista tem que conviver diariamente com posturas de políticos mal intencionados, infelizmente mesmo se minoria, contaminando a opinião pública. Depois da coluna publicada, mais das vezes com críticas ao comportamento destes, lá vêm os questionamentos. Essa introdução é feita para mostrar a surpresa de  se ler a opinião de um reconhecido figurão da nossa política, Michel Temer, emitindo opinião que não se esperava dele. Afirma que a reforma política não será feita pelo Congresso por não corresponder ao interesse de grande parcela  de congressistas. Sugere assim que em 2014 seja feita uma consulta popular, visando mudanças fundamentais na legislação que seriam aplicadas em 2018. Partindo de quem parte, uma opinião a receber ressalvas. Talvez para não permitir que o novo PSD que já se apropriou da ideia em outros termos, seja dono exclusivo. Num item a fala do vice-presidente dá margem à chacota: quando afirma que o modelo agora proposto de lista de candidatos feita pelo partido, estimula o caciquismo. Como Excelência! Então o que se vê hoje nos partidos, principalmente no seu PMDB não é caciquismo. Há quantos anos, o espólio do cacique Ulisses vem sendo administrado pelo próprio, por Sarney (arrivista da Arena), Renan Calheiros, Jader Barbalho, isso para só ficar no PMDB? Mais caciques que índios em quase todos os partidos. Cinco meses O  jornalista André Gonçalves lembra que hoje faz 5 meses que Gleisi Hoffmann assumiu a Casa Civil do governo federal, sucedendo a um defenestrado Antônio Palocci. Passou bem  pelo bombardeio  da imprensa preocupada em achar esqueletos em seus armários.

Definindo rumos

Seguindo orientação da presidente preocupou-se menos com aparecer em público, e ligou-se mais à Câmara de Gestão, Desempenho e Competitividade presidida por Jorge Gerdau – grupo empresarial hoje internacional, o que não é pouco.

Visão estadual

Sabe mais de política hoje do que Dilma quando sucedendo a um também afastado José Dirceu, assumiu a Casa Civil. Para André Gonçalves, Gleisi não é a Dilma da Dilma. Para esta coluna ela tem  pretensões  estaduais, não nacionais.

Dupla forte

Se tudo correr bem, será candidata ao governo. Recursos não faltarão às campanhas de 2012 para formar uma base forte para  2014. Gustavo o segundo colocado, numa eleição de dois turnos, vai se  somar a Ratinho, uma dupla quase invencível. Absurdo! Nada, quando Ratinho pai joga no time de Sílvio Santos, dependente do governo para sobreviver!.

Mundo globalizado

Uma citação desta coluna com respeito à presença da presidente Dilma no exterior, não desse ela oportunidade a que  um  jornal inglês contestasse  o seu palpite em relação à política fiscal que se pratica no Brasil, nos encheria de orgulho.

Origem e estilo

Num mundo virtual  em que no mesmo instante em que um episódio ocorre, já se saiba por aqui,  da mesma forma que as bolsas de valores repercutem instantaneamente  as decisões  internacionais, embora a pequena repercussão da nova viagem da presidente ao exterior, o que ela disse não passou em branco. Lula por origem e estilo gerava mais expectativa.

Em choque

Veja-se só! A Fifa não está preocupada com o prejuízo que o país tenha com obras superfaturadas. Só com o cumprimento das exigências que faz às 12 cidades-sede da Copa. Quer saber do seu! Daí a exigência que se elimine o meio ingresso, instituição nacional , aos jogos da Copa. Pior: virou assunto (por falta de outros) em debate no Congresso.