Colhendo tempestade

Entre as surpresas de uma Copa que já apresenta algumas zebras, resultados inesperados no jargão futebolístico, uma outra disputa paralela ocorre no campo político. Neste junho decide-se o futuro do país e também o do Estado. A depender do resultado das convenções muita coisa pode mudar no atual panorama, ainda morno em função da disputa paralela da Copa. Curiosamente o partido que mais influencia os resultados é um que sempre prefere ficar na reserva: o PMDB. Desde há muito, no cenário nacional, ele não entra em campo com time próprio. Ainda agora prefere uma reserva de luxo, com o mesmo candidato a vice que o representa, Michel Temer, mas descontente com o tratamento que recebeu no primeiro tempo por parte da juíza Dilma Rousseff. A própria manifestação da executiva nacional nos estados, em que a candidatura própria é disputada, poderia ser mais expressiva se efetivamente interessasse ao partido.  Pela manifestação de Temer, quando recentemente esteve aqui, tanto se lhe faz. A única preocupação é a de que se vencer o grupo que defende o apoio a Beto Richa, dificilmente os peemedebistas locais farão campanha por Dilma/Temer. Se derrotado na convenção de sexta-feira, o próprio Requião, que tudo deu a seus companheiros nos 12 anos em que mandou no Paraná, ficará fora da eleição. Não poderá apoiar Beto que tudo fez para derrota-lo, nem Gleisi, cujo companheiro, ministro Paulo Bernardo,  andou tendo sérios e comprometedores atritos com Requião governador. Tem assim tudo para encerrar os quatro anos que lhe restam no Senado e ir para casa, com a triste sensação de que foi traído pelos que ajudou a crescer. Plantou vento…

O velho de guerra pode degringolar

Três  vozes, entre os possíveis 700 convencionais do PMDB levantam-se ostensivamente em favor de Requião: o deputado federal João Arruda, seu sobrinho e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, atual assessor do vice-presidente Michel Temer e o fidelíssimo Milton Buabsis. Gente como Romanelli, Alexandre Curi e outros que até tempos atrás eram requianistas desde pequenininhos, bandearam-se para o Palácio Iguaçu. Tudo indica que vão levar a melhor, apontando Caito Quintana para vice de Beto. Depende da oferta que fizerem a Orlando Pessuti, hoje, praticamente, fiel da balança.

Confusão familiar

Uma situação curiosa ocorre também no grupo que esteve com Beto durante todo o governo. Por conta da família Barros. Ricardo, até dias atrás secretário de Indústria e Comércio do Estado, quer levar seu partido, o PP, a apoiar seu irmão Sílvio Barros II, candidato ao governo pelo PHS. Com apoio da cunhada, presidente do Pros, Cida Borghetti. O problema é a resistência dos pepistas que já anunciam compromisso com o chapão federal que apoia Beto: PSDB, DEM e possivelmente PMDB. Não será surpresa se ao final a família vier unida com o atual governador: vai depender do agrado!

Nível baixo

A manifestação grosseira feita contra a presidente Dilma na abertura da Copa, transmitida ao mundo, gerou uma onda de desagravos entre os petistas. Não apenas no discurso de Dilma mas igualmente na manifestação de Lula, na convenção que lançou Alexandre Padilha ao governo de São Paulo. Confirmou ele uma previsão desta coluna: a campanha presidencial de 2014 será atípica e perigosa. Não há porém como reclamar do nível. Ele foi rebaixado com o nós contra eles sempre pregado pelo ex-presidente.

Primeira visita

A presença de Eduardo Campos e Marina Silva no norte do Paraná, mais especificamente Londrina, Maringá, encerrada em Ponta Grossa, é a primeira incursão dos socialistas no Paraná. Ainda morna por estar apenas contatando representações de segmentos empresariais. Uma atuação mais incisiva da dupla é esperada a partir do final da Copa. Beto Richa vai dividir seu apoio de vez que o PSB aqui, sempre o apoiou.

Em choque

A continuar no ritmo atual esta será a Copa dos árbitros. Não passa um jogo sem muitas dúvidas.