Constatações preocupantes

Estranha coincidência ocorre agora que mudaram os métodos nacionais de pesquisa sobre empregos no Brasil. Nas últimas avaliações feitas pelo sistema anterior, Pesquisa Mensal de Emprego (PME) os números eram mais alentadores. Teríamos apenas 5% de desempregados, com a criação de 2 a 3 milhões de empregos por ano, o que não batia  com o crescimento de apenas 2% em média auferido na última década,  podendo caracterizar como avaliadas apenas as admissões sem contabilizar as demissões. Ao mudar para o PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, trimestral, os números ficaram mais próximos da realidade: 7,5%. O mesmo levantamento aponta que 38,5%  da população em idade de trabalhar não tem ocupação e nem procura emprego, o que mostra a estranha coincidência referida ao início. Correspondem a 61,3 milhões de brasileiros, número  praticamente igual aos de beneficiários de  programas como  bolsa-família. Seria isso um sintoma de acomodação, ou a eterna discussão sobre tais programas terem apenas a porta de entrada, não estimulando a procura da saída! Isso num momento em que as previsões, de um mundo sacudido desde 2008 por violenta crise, apontam para crescimentos que poderão chegar a 3,7%, quando, por aqui, o econômico é rebaixado para 2,5% em 2014. Some-se a isso os juros praticados no Brasil, a inflação preocupante e a queda dos investimentos produtivos – estádios não se enquadram – para  alertar autoridades e povo de que alguma coisa precisa ser feita. Quem sabe, repetir aqui, a proposta famosa da frase de Kennedy, que há 50 anos cobrou dos americanos: Não pergunte o que o país pode fazer por você; diga o que você pode fazer pelo seu país!

Gesto infeliz

Esta coluna que já teceu elogios ao deputado André Vargas, pelas brilhantes ocupações de espaço que vem alcançando no cenário petista nacional, não pactua com a sua deselegância ao levantar o punho cerrado, gesto dos mensaleiros apenados, diante do ministro Joaquim Barbosa, na abertura dos trabalhos legislativos. Estava ali, a convite, o presidente do Supremo, não o relator do mensalão. Assim como André era na solenidade, o vice-presidente da Câmara, não apenas deputado do PT.

Questão de estilo

A situação vivida no final de semana, com Beto e Gleisi se digladiando publicamente, provocou uma intervenção curiosa de Roberto Requião, chamando a atenção de ambos, em estilo jocoso, mas sem perder  a oportunidade para um chiste, bem ao seu estilo. Alguma coisa como: Para crianças brincarem bastam uma Barbie e um Fanton

Sacolinha rentável

Já deve estar entrando no ar o site pedindo apoio a José Dirceu para arcar com os R$ 676 mil da multa que lhe foi imposta no julgamento do mensalão. Receberá ainda a diferença entre o que Delúbio pagou (R$ 466.888,90 mais correção) na sexta-feira e o arrecadado. Provavelmente sobra suficiente, sem novas contribuições pois a sacolinha petista passada em favor do ex-tesoureiro, hoje presidiário e funcionário da CUT, até sexta já ultrapassara R$ 1 milhão.

Exposição

Vitrine importante do agronegócio sulamericano, o Show Rural da Coopavel, é também momento para a confraternização de políticos importantes com a classe que movimenta  o setor agropecuário brasileiro, sustentáculo de há muito da balança de pagamentos do país, com seus crescentes recordes de produção e exportação. Na segunda-feira lá estiveram o pré-candidato tucano Aécio Neves e o governador Beto Richa. Ainda nesta semana, Gleisi Hoffmann, virtual candidata petista ao governo, agora de volta ao Senado, deverá marcar presença.

Mosca azul

A exemplo do que ocorreu com José Dirceu, ao início do governo Lula e com Palocci, no de Dilma Rousseff, a ida de Aloizio Mercadante para a Chefia da Casa Civil o credencia para desde já ser apontado como possível candidato ao Planalto em 1918. A hipótese precipitada não é bem vista por alguns petistas, mas, o governador cearense Cid Gomes, que esteve com Mercadante nos últimos dias, achou-o muito mais diplomático.