Correndo contra a omissão

Seria uma boa notícia apenas para a região oeste do Paraná, se a criminalidade, especialmente o contrabando de armas e o ingresso de drogas,  não tivesse contaminado grande parte do Brasil. A implantação do Batalhão de Polícia de Fronteira, em Marechal Cândido Rondon, aprovado há muitos anos pela Assembleia por uma iniciativa do deputado Elio Rusch, criminosa omissão de governos anteriores, finalmente agora foi transformada em realidade. Com uma preocupação manifestada pelo governador Beto Richa de que, seus componentes aprofundem entrosamento com a Polícia Federal, Polícias Rodoviárias, federal e estadual, Receita Federal e até polícia fronteiriça de outros países, especialmente no caso paranaense, do Paraguai. Infelizmente há uma tendência entre as instituições policiais e de fiscalização, de disputarem espaço entre si, deixando de lado o problema principal que é combater o descaminho. O estrago feito na juventude pelas drogas, com destaque hoje para o crack, é notório. Por se tratar de um sub produto da cocaína, mais acessível pelo preço a todas as camadas da população, em particular àquela mais carente, seu estrago é mais visível, ao qual não ficam imunes, inclusive, as pequenas comunidades. Uma verdadeira tragédia urbana. Não há como negar que a iniciativa do atual governo do Paraná, importantíssima, vem tarde. Como tarde virão outros esforços nesse sentido, por parte do governo federal.  Os 100 homens que comporão o Batalhão, com previsão para chegarem a 500, quando se imagina a extensão das fronteiras brasileiras do oeste, atingindo mais de 160 municípios, reforça mas não minimiza inteiramente o problema. Neste momento em que a presidente Dilma está em Londres para promover o Brasil como sede da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, há que se pensar no estrago que a violência crescente fará na imagem do país, nesses próximos anos, prejudicando o projeto turístico que tais eventos podem representar.

Ação pontual

Ainda na mesma linha de raciocínio: os próximos 60 dias serão destinados à Operação Fronteira de combate à criminalidade, iniciada com a oportuna instalação do Batalhão em Rondon. De Altônia, pouco acima de Guaíra a Foz do Iguaçu, o Batalhão de Operações Especiais estará atuando. Em conjunto com outras forças, imagina-se. Um combate duro ao avanço dão tráfico de drogas, contrabando e o descaminho, que precisava ser permanente.

Iniciativa tardia

Um espetáculo comparável ao que hoje se vê no Rio de Janeiro, com a ocupação das favelas pelas forças policiais  (inclusive o Exército, finalmente), depois de terem sido complacentes durante anos com a ação da bandidagem, hoje organizada e poderosa. Melhor armada até do que as forças efetivas dos governos. Lamentável é que a omissão oficial tenha permitido que as coisas chegassem a esse ponto.

Punição necessária

Medida que o atual governador Beto Richa anuncia e que de há muito já era do conhecimento público, tantas vezes denunciado por este jornal: o envolvimento de policiais corrompidos pela  marginalidade. Afirma ele que a Corregedoria está realizando um verdadeiro cerco, visando punir com rigor tais servidores.

Multinha sem vergonha

Medidas adotadas pelos órgãos criados no governo para  reprimir os desmandos, são risíveis. Como a do Tribunal de Contas da União, depois de divulgadas informações sobre o crescimento fantástico do patrimônio do Juquinha (José Francisco das Neves), preso recentemente pelo comprovado enriquecimento à frente da Valec. Ele acaba de ser multado pelo TCU em fantásticos ‘R$ 5 mil reais’ por irregularidades na construção de um trecho da ferrovia Norte-Sul. Não admira que muitos já não levem o país a sério!

Em choque

O mandado de segurança impetrado pelo governo do estado contra a suspensão da divulgação de comerciais sobre a implantação das Unidades do Paraná Seguro em Curitiba, não foi acatado pela Justiça Eleitoral. Continua a proibição até as eleições.