CPI de brincadeirinha
Este colunista não assistiu o depoimento do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Apenas alguns trechos destacados pelas emissoras de TV que cobriram a encenação montada no Senado. O papel a que se prestaram senadores governistas (a oposição não participa da CPI) ficaria muito bem se cada um colocasse um narizinho vermelho. Basta para que se entenda a palhaçada em que se transformou esse instrumento de investigação, duas afirmações catadas a esmo nesse depoimento: a primeira, insistir em afirmar que a compra de Pasadena foi um bom negócio, depois de todos os seus superiores, inclusive a presidente Dilma, na época presidindo o Conselho da Petrobras, afirmarem que se tivessem informações que foram sonegadas, não autorizariam a compra. Outra afirmação hilária de Paulo Roberto, foi a de que não houve superfaturamento na construção da refinaria de Pernambuco, uma infeliz parceria com a Venezuela em que Lula fez o Brasil entrar com o dinheiro e Hugo Chávez com o papo. A explicação para o aumento de custo de US$ 2 para quase US$ 20 bilhões, deve-se ao fato de não ter sido feito um projeto adequado, afirmou com todas as letras. Relacionou todas as falhas do empreendimento, praticamente afirmando que o projeto foi feito em cima do joelho. Depois de uma demonstração pública de irresponsabilidade como essa, entrando num projeto dessa envergadura de mãos abanando, afirmar que as recentes administrações da Petrobras foram sérias, não uma empresa tomada pela bandidagem, é abusar da inteligência dos telespectadores. Nem me refiro aos senadores presentes por terem eles assumido conscientemente esse papel: pagaram o ônus da subserviência. Um outro momento hilariante foi a postura de Paulo Roberto em relação a Youssef. Só faltou afirmar que o incompreendido doleiro agiu dotado das melhores intenções nacionalistas. Que as acusações contra os dois, são fruto da má-fé da Polícia Federal e da mídia entreguista!
Gesto protocolar
Oportuna a atitude da presidente Dilma, oferecendo ajuda ao Paraná pelas tremendas perdas ocorridas com as chuvas, em volume inesperado, despejadas sobre o Paraná. Embora natural a uma presidente da República, o auxílio oferecido é inexpressivo em dinheiro: R$ 140 mil reais. Mais valiosa é a ajuda de 1,7 mil kits-dormitório. Melhor ainda se a presidente Dilma ligasse para o Secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin e perguntasse: Arno. Libere aqueles recursos ao Paraná, como eu mandei há mais de dois meses? Aí sim a coluna acreditaria que, o telefonema de agora ao governador, não seria apenas um gesto protocolar.
Restos a pagar!
A Ong Contas Abertas, sempre atenta às movimentações financeiras do governo federal, nesse grave moimento que o Paraná atravessa com a população de 127 municípios em situação desesperadora, traz informações importantes: o Paraná ainda tem a receber R$ 173,2 milhões das verbas destinadas à prevenção de desastres ao estado, do acumulado dos últimos anos. Na região de Morretes e Antonina, moradores afetados por chuvas de 2011 (mais o recente deslizamento na estrada da Graciosa) ainda aguardam o apoio financeiro prometido.
Para pensar!
Um dos empréstimos que o Paraná obteve mas não recebeu, 815 milhões, do Banco Mundial, destinava R$ 53 milhões ao Programa de Prevenção e Alerta de Desastres Naturais que prometia prever cheias e avisar sobre tempestades e outros eventos climáticos com três dias de antecedência. Quando se critica os que interviram contra o recebimento dos empréstimos obtidos, afirmando que eles não prejudicam ao Beto Richa (que acabou de passar de helicóptero sobre a residência do colunista) mas, ao povo mais sofrido, tais autofágicos apresentam justificativas que não justificam.
Faz falta?
Mais cum capítulo da tumultuada novela que reconduzira o ex-deputado Fábio Camargo ao Tribunal de Contas do Paraná. O mesmo ministro do Supremo, Gilmar Mendes que concedera a reintegração de posse de Fábio, no cargo para o qual fora eleito por seus ex-pares na Assembleia Legislativa, determinou liminarmente seu novo afastamento. Curiosamente, porém, até o julgamento final, Fábio, mesmo fora do cargo, receberá seus vencimentos. A Assembleia por sua vez, está impedida de realizar nova eleição para provimento da vaga no TC.
