Decisão importante

Uma das boas decisões do Congresso do PT: a definição de que só serão permitidos aos partidários três mandatos de deputados (automaticamente de vereador) e dois a senadores. A permissividade que a legislação dá aos filiados a partidos, seja pelo mesmo ou por em quantos outros  estiverem (fidelidade partidária é um mito!),  de disputarem indefinidamente cada cargo, impede a renovação dos quadros políticos. Para o colunista, experiente na vivência dos vários modelos democráticos e até ditatoriais vividos no país, reeleições indefinidas são desastrosas. O ideal seria uma para executivos (com mandato maior – 5 anos – sem direito a reeleição no mesmo nível) e duas para legislativos. O ex-governador do Paraná, Jaime Canet Jr., era contra a reeleição de governadores (automaticamente de presidentes). Apoiou por ser amigo a volta de Ney Braga que fizera um excelente primeiro governo, a um segundo mandato. Mesmo em outro tempo e outras circunstâncias, o segundo já não fez justiça ao primeiro. Assim aconteceu com Requião, com Lerner. Ao mesmo tempo, especialmente com situações no legislativo em que o senador (José Sarney), ou deputados e vereadores, no caso do Paraná e de Curitiba, Aníbal Khury (muitos anos) e João Carlos Derosso (14 anos) mandando nas Casas, dão a sensação de poder ilimitado, com conseqüências funestas como se viu em tempos recentes na AL e se vê agora na Câmara Municipal de Curitiba. A coluna que criticou algumas teses do recente Congresso do PT, como o oba-oba em torno de Zé Dirceu, antecipando-se ao julgamento do STF, tem que reconhecer que algumas áreas do Partido  dos Trabalhadores, multifacetado,  ainda mantém lealdade aos princípios que sempre defenderam; não se deixaram impregnar pelo poder. Até porque, quem venceu foi uma das alas. Essa, elas apenas apoiaram. 

 

Postura…

Em programa de rádio apresentado por  uma jovem jornalista curitibana, falastrona e irreverente, embora muito articulada, corajosa e objetiva, a coluna captou mensagem de um ouvinte informando que, face às críticas que se faz (ela sempre e esta coluna, mais das vêzes) à classe política, não votaria mais. 

 

…lamentável

Triste esse tipo de decisão! O país que temos é fruto dos sabidos e dos omissos. Lamentavelmente gente de bom nível e bem intencionada opta pelo  comodismo, pela desinformação. Política é o caminho para as mudanças. Se nada ocorre, num regime democrático, é por culpa dos que preferem a omissão (avestruzes). Lugar não fica vazio: se não os ocuparem os bons, muitos sabidos continuarão predominando!

 

Gente comprometida

O que se necessita no Brasil, é levar para os legislativos, especialmente em nível federal, gente comprometida com as mudanças que a democracia incipiente que se pratica por aqui necessita. A principal, sem a qual outras como a tributária, a judiciária e outras importantes para nivelar o país por cima, não ocorrerão: a política.

 

Ditadura disfarçada

O que tem ocorrido, em função da falta de  partidos ideologicamente definidos, é a submissão absoluta dos legislativos e até dos judiciários, estes por sofrerem influência direta dos executivos na ascensão na carreira. Uma ditadura dos executivos, disfarçada!

 

E agora, Chico!

Alguns grandes valores da música e de outras artes no Brasil, que combateram a revolução e por ela exilados,  e que agora apóiam o PT, devem ter ficado frustrados com informação dada no livro de José Neumane sobre a trajetória de Lula.

 

Em choque

Zé (para os íntimos) conta um episódio em que, procurado por portadores que falavam em nome de Golbery (o guru de vários presidentes revolucionários – no caso, de João Batista Figueiredo), em nome da distensão pedindo apoio para o repatriamento dos exilados pela revolução, saiu-se com esta: Quem precisa de apoio são os trabalhadores que tem apanhado como mala velha, não essa turma que ficou tomando vinho em Paris.