Decisões confusas

Seria risível, se não fosse assunto seríssimo! A refinaria Pasadena ainda não saiu de foco. Relatórios do Tribunal de Contas da União, criam mais dúvidas que certezas. A conclusão definitiva é que a Petrobras teve um prejuízo de US$ 873 milhões dólares na aquisição da refinaria e que a diretoria antiga tem que pagar por isso.  Dos dois relatórios da área técnica do TCU, um responsabiliza a presidente Dilma, então ministra e presidente do Conselho, por omissão, ato de gestão ilegítimo e antieconômico e exercício inadequado do dever de diligência. Ou outro, exime de responsabilidade todos os membros do Conselho, por informações incompletas sobre o referido negócio. Aí começa outra série de ‘conclusões inconclusivas’, ou que outro nome se queira dar a algo que no jargão popular seria ‘palhaçada’. Os dois documentos irão embasar o voto do relator, ministro José Jorge. Os ministros no plenário podem seguir um ou outro. Decide-se então pela devolução ou não, do dinheiro! As conclusões do TCU serão enviadas ao Ministério Público, que pode ou não acionar os diretores envolvidos. No final (se houver), poderá ficar tudo como dantes, no quartel de Abrantes.  Assim são as decisões neste confuso cenário da Justiça e dos órgãos de fiscalização pública, brasileiros. Recheados de alternativas que levam processos a percorrerem tortuosos e longos caminhos, sempre sujeitos a interpretações divergentes e influências políticas e financeiras. Tornando o país paraíso da corrupção e da impunidade. Não por acaso, quando surge um atrevido com as características de um Joaquim Barbosa, disposto a fazer Justiça duela a quien duela como diria Fernando Collor, sai com fama de herói.

Resultados previstos

Assim também são os julgamentos nos Tribunais de Contas, nacional (visto acima) e de estados ou grandes municípios. Todos os anos as contas do executivo e outros poderes são julgadas. Dos executivos, normalmente  aprovadas,  com grande número de ressalvas por aplicação indevida ou não aplicação dos recursos orçamentários. Tais pareceres vão depois aos legislativos, onde quase sempre os executivos têm maioria. Daí que…

Estranha coincidência

Roberto Requião, por três vezes governador do Paraná, está hoje sendo vítima de uma situação que ocorreu em seu último governo. Foi votada ontem no Tribunal de Contas do Paraná, se não ocorreu um pedido de vistas de Conselheiro, um processo que pode deixá-lo inelegível ao governo. É curioso esse processo, sobre incêndio ocorrido no Porto Seco de Cascavel em meio a seu terceiro governo, do qual se afastou em abril de 2010 para concorrer ao Senado, só agora ser levantado.

Redução salarial

Começou em Brasília a liberação de réus do mensalão para trabalho externo. Nem esperaram Joaquim Barbosa deixar a Casa para que presos como José Dirceu, Delúbio Soares, Valdemar Costa Neto fossem transferidos da Papuda para o Centro de Progressão Penitenciária, estabelecimento que abriga presos autorizados a trabalhar fora da cadeia. Outros virão, inclusive um, de nome significativo: Jacinto Lamas. José Dirceu que forai impedido de trabalhar num hotel com salário de R$ 20 mil, vai organizar a biblioteca do escritório do advogado José Gerardo Grossi por R$ 2,1 mil mensais.

Faltou empenho

Roberto Requião, por atraso na aprovação de seu nome para concorrer ao governo, pela resistência imposta por seus companheiros deputados estaduais só superada na convenção; Gleisi Hoffmann, pelas dificuldades igualmente criadas por partidos hoje coligados com ela, resistentes inicialmente à distribuição de cargos na chapa majoritária, acabaram prejudicados nas coligações possíveis, reduzindo seus tempos de TV. Somam ambas as candidaturas pouco mais de seis minutos, contra os oito e meio de Beto Richa. Para Gleisi especialmente,  faltou empenho de Dilma e Lula, que ontem, estiveram aqui, para convencer partidos que apoiam Dilma a estenderem seus apoios ao Paraná.

Briga televisiva

A primeira briga da campanha está plantada: de quem a culpa pelo aumento que virá na energia elétrica – Aneel, que manda na energia produzida no Brasil mas que se curvou à decisão unilateral de Dilma em 2012, quando mandou reduzir o preço artificialmente, ou da Copel, que alega produzir muito mas não mandar no preço da energia que produz?  O povo só sabe que vai pagar!