Desgaste desnecessário
Mais um assunto, entre os muitos que colocam a opinião pública contra os poderes legislativos do país, que efetivamente parecem sempre estar remando contra a maré, especialmente quando se confirma a ampliação de vereadores em inúmeras câmaras do país, é o pagamento do Imposto de Renda de Senadores por aquela Casa, que por erro da direção deixou de ser recolhido em relação ao décimo quarto e décimo quinto salários pagos a senadores, de há muito. Trinta e oito deles optaram por pagar do próprio bolso. Além desses, quatro que estão licenciados, exercendo funções no governo, igualmente. Ainda quatro ex-senadores também pagaram sua dívida com o IR. Cento e dezessete deles, entre atuais e ex-senadores deixaram a conta para a viuva. A explicação dada pelo senador paranaense em exercício, Sérgio Souza, do PMDB, tem sentido. Afirma ele tratar-se de um pagamento que foi instituído à época da fundação de Brasília, quando o retorno ao estado de origem no final do ano era muito difícil. Hoje, em que nenhuma cidade está a mais do que três horas de vôo de Brasília, esse valor não faz mais sentido. Raciocínio que é complementado pelo senador Álvaro Dias (PSDB) que entende que a complicação começou quando tais benefícios como intitulados salários. Isso por que a Câmara Federal, onde tais vantagens também existem, desconta o IR em folha. Do Paraná, Álvaro Dias, Sérgio Souza, a ministra Gleisi Hoffmann (pelo tempo que exerceu o mandato), pagaram de seus bolsos. Gleisi por sinal, em sua curta permanência no Senado, apresentou projeto extinguindo tais benefícios. Já aprovado no Senado e em tramitação na Câmara. Flávio Arns informou que fará uma consulta à Receita, para decidir. Osmar Dias e Roberto Requião, até ontem não se manifestaram.
Dois anos produtivos
Um anúncio feito pelo governador Beto Richa em Foz do Iguaçu, reacendeu a esperança dos empresários paranaenses que vêem a infraestrutura do Paraná, em más condições. Com o nome de Programa de Modernização da Infraestrutura, Beto garante para os próximos dois anos, investimentos estaduais de R$ 12,5 bilhões.
Ação abrangente
O anúncio e a oficialização do Proinfa foram realizados em Foz, para onde o governador transferiu seu gabinete, em homenagem ao Encontro de Prefeitas e Prefeitos Eleitos do Paraná. A modernização do Porto de Paranaguá, a geração e distribuição de energia (Copel), recuperação da malha viária estadual, saneamento básico, construção de escolas e delegacias, estão entre as áreas a serem beneficiadas com o Proinfa.
Rasteira
O senador Álvaro Dias, com a perspicácia adquirida em sua longa militância política e hoje na liderança da oposição no Senado, acaba de passar uma rasteira na inchada base de sustentação do governo no Senado. Aproveitando-se de um cochilo do líder do PT, senador Walter Pinheiro, fez aprovar requerimento convocando para depor na Comissão de Infraestrutura, o ex-diretor da ANAC (Aviação Civil), Rubens Rodrigues Vieira, afastado do cargo por envolvimento em Operação Porto Seguro, investigado pela PF. Esse e outros depoimentos é tudo que o governo quer evitar.
Relatório ameaçado
Mesmo com o relator cedendo às exigências da oposição e retirando do texto final da CPI do Cachoeira, o indiciamento de jornalistas e de investigação ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a Comissão corre o risco sério de acabar em pizza. A opinião geral da oposição é que Odair Cunha, relator, politizou o relatório ao carregar sobre o governador Marconi Perilllo (PSDB) e livrar o do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
Em choque
Para o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), a questão de Marconi Perillo e jornalistas, é cortina de fumaça para evitar a discussão de outros temas. Lembrando sempre que a CPI foi lançada como contra-ponto, tentativa de esvaziar o interesse despertado pelo julgamento do mensalão.
