Despedida festiva
Para bom entendedor meia atitude basta. A presença do ex-presidente Lula na despedida de seu ex-ministro da Educação, certamente com o objetivo de emocionar o cenário o que de fato ocorreu dadas as suas condições atuais, deixa bem claro o sentido político da cerimônia. Além de preparar a candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, com apoio do ex-presidente e da atual, a indicação de Mercadante, senador por São Paulo para substituí-lo no cargo indica claramente que este será mais uma vez o candidato ao governo paulista em 2014. Só não vê quem não é do ramo. A substituição de Aloísio no ministério de Ciência e Tecnologia por um técnico, mesmo que não do agrado do PT, adquiriu menor importância na solenidade voltada para Haddad/Aloísio. Se a oposição estiver atenta certamente vai caracterizar as mudanças como um ‘estelionato eleitoral antecipado’. Até porque, a sustação da primeira prova neste ano, reduzindo a apenas uma a ser realizada no final do ano depois da eleição municipal, no programa apontado pela presidente Dilma em seu discurso como o mais poderoso instrumento de acesso aos menos favorecidos ao ensino superior, deixa patente que quanto menos se falar no Enem neste ano, melhor. Para 2013, segundo ela, duas provas estão garantidas. Outro destaque foi o anúncio de medidas para deixar sob o controle da Casa Civil, o funcionamento de todos os ministérios e suas vinculadas. Medida apontada como inovação absoluta, não fora por um detalhe: no Paraná, em 1976, um governador nomeado, com grande vivência empresarial, tinha em seu computador todas as informações sobre seu governo. Não admira que o governo de Jaime Canet Jr. tenha sido marcado aqui por muitas obras e nenhuma surpresa desagradável.
A poderosa
Para se ter uma ideia do poder que a presidente está dando à ministra Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann e automaticamente, do desconforto e ciumeira que isto deve estar gerando nas entranhas do poder, basta esta frase de Dilma: Gleisi é uma de vocês mas quando fala, fala por mim. Antes de falar comigo, tem que falar com ela.
Cautela e caldo de galinha…
Para quem conhece o comportamento da classe política, especialmente das raposas que habitam Brasília (um covil de vaidades), centenas de ‘metralhadoras verbais’ devem estar apontadas para a representante do Paraná no Palácio do Planalto (além de Gilberto Carvalho). Toda a cautela é pouca!
Retorno …
O velho Iguaçu, palácio (atualíssimo) construído pela visão de Bento Munhoz da Rocha Neto (1951-54) – todo o Centro Cívico – volta a ser sede do governo paranaense, depois da reforma iniciada em 2007 e que durou todo o mandato de Requião, completado por Pessuti que, mesmo com a obra inacabada, fez uma grande festa de reinauguração. Beto Richa agora optou por uma cerimônia modesta.
… sem festa
Ao contrário de nove meses atrás, quando coquetel de luxo e cantorias ocorreram, agora, na reocupação do Palácio Iguaçu, foram servidos café e sanduíches de queijo. Até porque, ironizou Beto, a festa já ocorreu.
Rigor tardio
É bom que os presidentes de câmaras municipais estejam atentos. Depois de alguns excessos ocorridos em boa parte delas, o Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas, promete fechar o cerco, especialmente em relação ao abuso dos cargos comissionados.
Mais cuidado
A assessoria do prefeito de Curitiba precisa cuidar para que situações como a liminar proibindo a veiculação das mensagens do prefeito via telemarketing, não se repitam. Os adversários agora conseguiram também tirar de circulação o jornal do PSB e o do Trabalhador, com mensagens tidas como propaganda eleitoral antecipada.
Em choque
Poucos sabiam que quem acompanhou o término do Palácio Iguaçu (em tempo recorde) em 1954, foi o então jovem engenheiro, hoje ex-prefeito, ex-ministro, Ivo Arzua Pereira, por sinal emocionado na cerimônia de reocupação.
