Diplomacia complacente
A anunciada intenção de, em seu discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, a presidente Dilma tocar num assunto diretamente ligado à democracia na América do Sul, com ênfase à situação do Paraguai, não se confirmou. Até porque, não apenas no país vizinho o regime está sendo contestado. Venezuela, Equador e Bolívia, não são exemplos democráticos. Assim como a Argentina que ainda agora é censurada pela Sociedade Interamericana de Imprensa por mais uma intervenção junto à mais forte organização de comunicação do país, Clarín, que lhe faz oposição. A nova tentativa de intervenção se dá pela via de execução de lei obtida pela presidente Cristina Kirchner junto a um Congresso que, a exemplo do brasileiro, mais das vezes se submete ao Poder Executivo. Insiste a presidente que o grupo de comunicação, até o dia 7 de dezembro, se desfaça de suas TVs. Provocando reação do grupo que em vídeo indagou: Que se busca com esse relato? Preparar o terreno para outra coisa? Terminar o estado de direito na Argentina? Assim como não teve posturas duras contra países que apóia, quando de situações que colocam em risco suas democracias, casos de Moralez, Chávez e Rafael Correa, imagina-se que a diplomacia brasileira ficará indiferente a mais essa atitude de Cristina. Não foi o que aconteceu quando o companheiro Fernando Lugo foi afastado! Quem adota agora uma pressão sobre a presidente Argentina é o FMI. Não por esse caso mas, pelas divulgações de índices de inflação e crescimento desacreditados pelos economista da instituição. A ameaça é de que receba um cartão vermelho. Notícias como esta dada pelo grupo Clarín, irritam Cristina.
Críticas
Às vésperas de ter seu principal ex-dirigente, abaixo apenas do ex-presidente Lula de quem era tido como o braço executivo, José Dirceu, julgado pelo STF, recrudescem as críticas dos petistas à atuação do principal órgão do Poder Judiciário brasileiro.
Erro de cálculo
Curiosamente o julgamento do mensalão, ocorrido às vésperas de uma eleição municipal no país, é fruto da própria incompetência com que dirigentes do partido se conduziram. Conscientes de que, mesmo iniciado o processo, com o ex-presidente empenhado em provar que êle (mensalão) não existiu, tendo mesmo para isso tentado influenciar ministros nomeados durante seu governo, imaginava Lula que Lewandowski não relataria o processo neste ano.
Erro de cálculo (II)
Para reduzir o impacto do julgamento que caminhava por um perigoso caminho, coincidência ou não apareceu a CPI do Cachoeira, com potencial de esvaziar as sessões de julgamento que deram inusitada audiência à TV Justiça. Lula teria mesmo apoiado essa Comissão, para desviar a Marconi Perilo o foco das atenções, mesmo que colocando em risco um companheiro governador do Distrito Federal.
Habilidade perdida?
Como se vê, a habilidade para tirar o corpo fora de problemas gravíssimos, capazes de turvar sua imagem, Lula não demonstrou depois de deixar o poder. Talvez até por isso: por não ser mais o poderoso de plantão. O bastião agora está nas mãos de uma presidente que aparenta não rezar pela cartilha dos antigos dirigentes petistas. Sua tchiurma é outra, talvez até desejosa de que a crise anterior se aprofunde. Como Pilatos, tem lavado as mãos.
Clima desfavorável
O resultado final do julgamento do mensalão, e seu reflexo na eleição deste outubro, é imprevisível. Uma coisa porém já se pode sentir. Nos grandes centros, especialmente nas capitais o clima é desfavorável para o partido. Nos pequenos, onde a influência dos programas sociais é maior, o impacto será menor.
Em choque
Pesquisa de instituto pouco conhecido, registrado no TRE do Paraná com resultado amplamente favorável a Ratinho Jr. está tendo seu método contestado pela assessoria jurídica de Luciano Ducci. Em 1996, uma pesquisa Brasmarket, de véspera, dava a vitória a Carlos Simões: Cássio Taniguchi levou no primeiro turno.
