Discussão oportuna
A repercussão prevista pela coluna de sexta-feira em relação à invasão da Reitoria da Universidade de São Paulo, por alunos que, resistindo à derrota que lhes foi imposta na Assembleia Geral da categoria (Faculdade de Letras) insistiram em invadir e pior, depredar as instalações da tradicional e conceituada Universidade paulista, foi além do previsto. A revista Veja por exemplo, flagrou alunos que, trajando roupas e óculos escuros de grife, deixaram a Reitoria para irem a suas casas (por certo em bairros nobres) tomar banho, trocar de roupas e comer uma comidinha quente, antes de voltarem em carros importados para manter a ocupação. Tudo isso, para o leitor que acompanhou os fatos, para insistir na saída da polícia do campus da USP, polícia essa que flagrara três acadêmicos fumando maconha, estopim de todas as ações que se seguiram. A pergunta feita aqui foi repetida: quem vai pagar os estragos? Recebendo o apodo de mauricinhos, filhinhos de papai na reportagem de revista, o questionamento sobre tais jovens que por estarem cursando letras, possivelmente serão os professores de amanhã, acharem-se acima do bem e do mal. Claro que a matéria, como costuma acontecer no Brasil, exatamente como na decisão do governo de punir todas as ONGS que atuam no país, por conta daquelas que mantém convênios suspeitos com ministérios de Turismo, Esporte e agora, sabe-se, do Trabalho, pecou pela generalização. É, no entanto, um tema a ser avaliado: num país em que grande parte não tem acesso à escola fundamental, é válido os governos bancarem ensino superior gratuito, indiscriminadamente? Inclusive a gente que pode pagar por esse benefício? Não seria válido um processo seletivo, com pagamento mesmo que parcial?
Canja…
Como era de se esperar o senador Roberto Requião, no final de semana, em sua vinda a Curitiba para participar de reunião partidária, disparou sua metralhadora giratória. Postura válida na medida em que ele, mesmo com seu partido em nível estadual, derrotado que foi por Beto Richa, a ele oferecesse apoio.
…para o azar
Requião, fiel ao que se propôs como oposição, retalhou o governo. Bateu firme na proposta de aumentos nas taxas do Detran, prejudicadas por um suposto erro, que exagerou em um dos itens, obrigando o governo a revê-la. Afirmando inclusive que as taxas devem ser utilizadas apenas na manutenção dos serviços, sendo portanto o aumento inconstitucional. Não sendo permitido seu uso em outras atividades.
Sem transparência
O Senador, embora tenha se lembrado que o projeto igual de seu governo foi abandonado, após uma discussão na escolinha das terças (sic), esqueceu-se que ao tempo de Marcelo Almeida, diretor do órgão (direção exemplar), sobras do Detran foram repassadas ao governo para uso em situações não esclarecidas.
Língua afiada
Outras áreas do governo Beto foram atingidas pelos disparos requianistas. Inclusive a classificada como criminosa autorização para a duplicação do trecho da BR entre Medianeira e Matelândia, nas condições previstas. Como se pode deduzir, se ao senador faltaram nos últimos oito anos em que governou, senso crítico em algumas áreas como os portos, sua língua continua afiadíssima.
Forno aquecido
Levantamento publicado por jornal curitibano no final de semana aponta as cinco hipóteses sobre o desdobramento do caso que envolve o presidente da Câmara Municipal de Curitiba. Nesta altura, com mais de dois meses sobre o surgimento do grave assunto que caminha celeremente para o esquecimento, a quinta alternativa – pizza – parece a mais provável.
Em choque
Uma boa nova. Não é sem tempo a iniciativa da Araucária Produções de transformar em filme, dirigido pelo excelente Rui Guerra, o delicioso relato romanceado de Domingos Pellegrini Jr., Terra Vermelha, sobre a saga dos colonizadores do norte do Paraná. O Paraná tem outros relatos que merecem filmes.
