Divergências iniciais

As consequências da parceria estabelecida por Lula com Paulo Maluf em torno da eleição de São Paulo, com a participação submissa do novo prefeito Fernando Haddad, parece que se estende ao período pos-eleitoral. Pelo menos uma coisa o PT assimilou do estilo Maluf, quando se trata dos seus sempre afirmados depósitos bancários em contas no exterior,  que inclusive lhe valeram uma ordem de prisão emitida contra ele pela Interpol (Polícia Internacional) o que não lhe permite sair do país: nego é sua expressão permanente, embora as fartas comprovações de que existem. Assim também, contestando as decisões do STF, dirigentes petistas lamentam principalmente a sorte de José Genoino que, segundo eles não merecia punição por não ter noção do real alcance de seus atos. Quando não negam como Lula a existência do mensalão. Ao confessarem a ignorância dos fatos por Genoino, confirmam que atos lesivos foram praticados. A esta altura conclui-se que a defesa dos petistas não estende a José Dirceu e Delúbio assim com ao deputado João Paulo Cunha. Não há porém unanimidade nas críticas ao STF. Ainda na semana passada a ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou à Folha de São Paulo: Nós podemos gostar ou não de como as coisas se dão mas, nós temos que respeitar resultados e instituições. O que provocou manifestação do deputado André Vargas, curiosamente no Paraná, do mesmo grupo de Gleisi e Paulo Bernardo: O governo é o governo e o partido é o partido. Quem discordar do posicionamento (do partido) que vá discutir lá no partido.

Retorno ao poder

O fato concreto é que as divergências internas começam a aparecer no PT. Os mais autênticos do partido, ou por ele indicados a cargos relevantes no governo passado e que Dilma afastou, defendem a volta de Lula. Que por enquanto faz ‘cara de paisagem’. Fomentam o crescimento do PSB como ameaça concreta para 2014, através seu presidente o governador de Pernambuco, tido como o grande nome que emerge de 2012.

Alerta amarelo

Já o grupo petista atualmente no poder, defende como é natural a continuidade de Dilma, numa reeleição que até agora é tida como viável. As primeiras movimentações da Presidente por sinal, indicam que ela entendeu o sinal de alerta e já se apressa em participar de encontro de governantes nordestinos, com direito a um particular com Eduardo Campos. Enquanto se movimenta para garantir a presença do PMDB (ainda com maior número de prefeitos) em sua base de apoio.

Sacrifícios justificados

A coluna comemora como toda a imprensa do Paraná, o rumo das conversações para alteração do traçado previsto para a retomada da Ferroeste, que se estenderia de Maracaju, no Mato Grosso do Sul até o trecho já construído Cascavel-Guarapuava e dali avançando para Paranaguá. Uma simples observação da economia representada nessa nova rota, já responderia pela necessidade dela se dar via Serra do Mar. Vencendo eventuais dificuldades ambientais. O resultado final compensa sacrifícios momentâneos.

Binário desinteressante

A utilização do binário via Mafra, Joinvile e São Francisco do Sul (que conta com um  porto ativo), e dali a Paranaguá, tem contra si ainda, a passagem pelo moderníssimo porto de containers de Itapuá, feito pela iniciativa privada e que tem batido recordes sucessivos em sua atuação. Isso praticamente inviabilizaria a movimentação de containers em Paranaguá. Ou existem estudos que provam o contrário!

Em choque

Pode ser até que o ex-chefe da Casa Civil de Lula, tenha motivações para atacar a imprensa, especialmente pela cobertura que deu ao assim chamado escândalo do mensalão de que, supostamente, ele foi protagonista. A opinião não é da imprensa: é do STF. Escândalo que por sinal foi antecedido por outro de seu gabinete, protagonizado por Valdomiro Diniz. Regulação da mídia tem que ser antecedida de regulação dos atos de políticos matreiros.