Divisão total

O PMDB, que em realidade sempre foi em nível nacional e aqui, uma gelatina de idéias e interesses difusos, está mais dividido que nunca. Vai para a convenção estadual (15/12) com três visíveis tendências absolutamente diferentes. Dificilmente porém, desta vez sairá unido. Duas correntes, uma que une a maioria dos deputados governistas, liderada por Romanelli e Alexandre Curi, e outras por Orlando Pessuti, em um objetivo comum: evitar que Requião assuma o comando do partido. Curiosamente, ele, Requião, que sempre foi o grande nome do PMDB, em torno do qual todos os demais cresceram, agora é o pomo da discórdia. Seu projeto pessoal, candidatar-se novamente ao governo, não se coaduna com o dos demais. Os deputados, na continuidade da vocação sempre demonstrada pelo partido, inclusive agora em Brasília, quando promete como na letra de Vinicius de Morais em relação ao amor, lealdade a Dilma, eterna enquanto dure, pretendem continuar no espaço que conquistaram junto a Beto Richa, depois da derrota de 2010. Se possível, ampliando-o.

O grupo pessutista vai noutra direção: apoio à ministra Gleisi Hoffmann. Já se vê que não acreditam numa candidatura própria (a própria) que Requião defende. De qualquer modo as fissuras no partido pela primeira vez são explicitas. Como, qualquer que seja o resultado, irá cada um para seu lado mas sem deixar o partido, na medida em que os que detém mandato, numa mudança de sigla podem perdê-lo. Nem a  alternativa de mudarem para o PSD de Kassab existirá mais, por não terem sido fundadores do partido. O jeito é continuar convivendo mas, divergindo. Isso se Requião não vencer! O PMDB na sua mão exigirá alinhamento às suas idéias: ou isso ou a expulsão. Aí mora o perigo para os peemedebistas governistas! 

Negativas…

Apesar das evidências, as negativas continuam! Maluf, mesmo acossado pela Justiça inglesa que manda a ele e seu filho Flávio devolverem US$ 10 milhões e meio de dólares à Prefeitura de São Paulo, dinheiro de uma conta na ilha de Jersey, supostamente desviado de uma obra ao tempo em que Paulo era prefeito paulistano;

…continuadas

por outro lado o ex-presidente Lula, apesar de todos os resultados do julgamento do mensalão pelo STF, continua a afirmar que esse escândalo, considerado o maior já julgado no país, não existiu. Lula inclusive anunciou ao deixar a presidência que iria se dedicar a provar a não existência desse desvio de recursos públicos (e bancários). Pelo jeito, em vão!

Mau exemplo

Um dos fatos mais interessantes deste país, em que todos agora torcem pelo quanto pior, melhor na dosimetria com que o STF pune os mensaleiros, ocorre em São Paulo. Especialista em desmentir os fatos, pela sua habilidade em camuflar as fortunas de que dispõe, devidamente espalhadas por paraísos fiscais, Paulo Salim Maluf continua a ter prestígio. Depois os paulistas criticam os que se locupletam com dinheiro público.

FOLCLORE POLÍTICO

Uma família de Piraí do Sul, nos Campos Gerais (região de Ponta Grossa), verdadeiramente tem a política no sangue. Desde o pai Samuel Milléo, prefeito duas vezes, e três filhos, dois que se revezam na prefeitura da cidade e um que deve ser de novo prefeito de Taquarituba, em São Paulo. Agora é o Tim que volta ao comando. Seu irmão Marcelo, quando prefeito, tinha o hábito de atender a população uma vez por semana. Formavam-se extensas filas na prefeitura. De pedidos de telha, tijolos a receitas médicas, pedidos de toda sorte. Um dos atendidos, reclamava com Marcelo por não ter sido recebido pelo deputado Djalma de Almeida César a quem o prefeito o encaminhara. Marcelo passa a mão no telefone, disca e começa um diálogo: Deputado. Bom dia. Estou aí com o sêo João Freitas e ele reclama que não foi atendido pelo senhor. Oh, deputado. Assim o senhor me deixa em dificuldade. Entra na sala o assessor. Marcelo tapa o fone: Oh fulano, não vê que eu estou no telefone. O aflito assessor justificou a entrada: Desculpe prefeito. É que está ai o deputado Djalma. Peço para ele entrar ou ele espera!.