Eleições diferenciadas (conclusão)

O cenário político curitibano, desde Ney Braga,  tem dado maior destaque nos últimos trinta anos a dois  nomes curitibanos: Jaime Lerner e  Roberto Requião, desde que em 1985, este último surgiu no cenário, inicialmente como deputado estadual (1982) e depois como prefeito, derrotando o poderoso Jaime Lerner. Este um jovem arquiteto incumbido  por Haroldo Leon Peres em 1971 para cuidar de Curitiba, missão da qual se desincumbiu de forma brilhante por três mandatos, dois por nomeação e em 88 por escolha popular. Prestígio que o levou ao governo do Estado, em dois mandatos sucessivos, derrotando Álvaro Dias e depois Roberto Requião. Provando que a prefeitura de Curitiba é o caminho mais curto para o governo, os dois curitibanos, Lerner e Requião, por muito tempo terçaram armas. Londrina também foi o celeiro de governadores, à partir de Hosken de Novais, com londrinenses adotivos, José Richa e Álvaro Dias, tendo chegado ao Iguaçu. O mesmo aconteceu agora com Beto Richa, guindado ao Palácio Araucária (o Iguaçu reinaugurado festivamente, continua em reforma) depois de passar pela prefeitura de Curitiba. Caminho que Gustavo Fruet agora tenta seguir por vias tortas. Vai enfrentar o atual prefeito Luciano Ducci, apoiado por uma ampla e disforme federação partidária (expressão do Aroldo Murá) que inclui o próprio governador. Desalojado do ninho tucano, Fruet também terá apoio de estranhas composições – PDT, PV e talvez PT. Buscará o caminho trilhado por Maurício,  que foi prefeito curitibano e talvez chegar onde seu pai não chegou – o Iguaçu. Ao fundo ainda, para o bem ou para o mal,  as figuras de Lerner e Requião.

 

Crescimento…

Beneficiado em parte por empréstimos internacionais, frutos de bons projetos e daqui para a frente pelos recursos da Copa, Luciano Ducci procura com inúmeras obras criar sua própria marca, deixando de ser apenas reconhecido como prefeito sucessor de Beto Richa.

 

…e disputa acirrada

Seu crescimento certamente tornará a disputa eleitoral de Curitiba em 2012, mais emocionante. Ainda mais que deverá enfrentar, além de Gustavo Fruet, outros nomes como Ratinho Jr. que tentará realizar o sonho de seu pai de vê-lo governador via prefeitura de Curitiba; Rubens Bueno do PPS e se ventos favoráveis endossarem a pretensão de Requião, Rafael Greca. Levando a eleição para um mais que provável segundo turno.

 

Ascensão visível

Um detalhe não tem escapado aos observadores mais argutos: desde que entrou na política apoiando o marido na disputa municipal, depois como presidente da FAS (Ação Social) com  elogiada gestão e agora como Secretária de Estado, Fernanda Richa parece ter gostado da atividade política. Sua exposição atual a credencia a ser a vice de Luciano Ducci, cargo inicialmente reservado ao presidente da Câmara curitibana, João Cláudio Derosso.

 

Sugestão rejeitada

O que apenas alguns se lembram é que o pai de Fernanda, Thomaz Edison Andrade Vieira, figura respeitadíssima pela sua competência, presidente do Bamerindus até o fatídico acidente aéreo que o abateu em 1981, foi o candidato favorito de Jaime Canet Jr. como seu sucessor ao governo (cargo ainda nomeado, em 1978). Nunca concordou com a ideia!

 

Adversários ocultos

Política por vezes é o caminho para o sucesso. Outras para os tropeços. No Paraná há pelo menos dois casos conhecidos de empobrecimento ilícito. O anúncio antecipado de pretensões pode ser a partida para agressões que vêm de todos os lados: de adversários e até de companheiros que têm as mesmas ambições. Gustavo Fruet, Gleisi Hoffmann, Tadeu Veneri, Dr. Rosinha e mais recentemente, Caio Derosso que o digam!

 

Em choque

Depois da CGU apontar desvios de R$ 682 milhões em 17 projetos que somavam R$ 5,1 bi ( 14%) os líderes do PR exigem que a Controladoria Geral da União dê nome aos bois. Condição do PR para voltar à base do governo.