Filosofando

Quando se envelhece, idade que os mais intelectualizados chamam de idade provecta e os humoristas de melhor idade, o indivíduo, com  a vivência que teve,  passa a filosofar, isto é, enxergar o mundo com outros olhos. Francamente o que se vê fora do Brasil não entusiasma, a não ser em países de primeiro mundo, com governantes sérios. Por aqui falta muito a ser feito. E o que tem sido realizado, está longe de ser bem feito. A imprensa inclusive, só tem dado contribuição em divulgar, nas condições atuais, malfeitorias que atendem mais ao paladar do consumidor, que as boas ações, que andam rareando. Como a um analista experiente, não é dado se iludir com a maquiagem que os governos fazem, inclusive através da propaganda maciça, vamos examinar um fato atual à luz da verdade. Paulo Roberto Costa, assustado com os 40 anos de prisão dados a Marcos Valério, por conta do mensalão, resolveu contar os fatos da Petrobras. Vamos por partes: Dilma achou estranho,  ele, funcionário de carreira da Petrobras, ter feito o que fez. Lembre-se porém que em 2004, governo Lula, com órgãos de governo sendo fatiados, coube ao espertíssimo deputado londrinense  José Janene,  já falecido, um dos pilares do mensalão na visão do jornalista Elio Gaspari, indicá-lo para a diretoria da empresa. Em cargo chave,  financeiramente falando.  Janene do PP, aproximara-se do PT de Londrina, núcleo mais forte do partido no Paraná que emplacara três ministros, o prefeito londrinense e  o deputado André Vargas, que por sua vez conhecia o doleiro Alberto Yousseff. Estava formada a base para os caminhos do dinheiro, em função dos bilionários negócios da estatal petrolífera.  Nesses oito anos, cachoeiras (ou um mar de lama) passaram  por baixo da ponte, sem que ninguém do governo que hoje  diz que não sabia de nada, enxergasse. Se Sherlock Holmes vivo estivesse diria: elementar meu caro Washington.

Aeroportos à deriva

Uma opinião do leitor Omer Yazbek mostra um fato que o governo, antes de fatiar o setor aeroportuário, não enxergou. São mais de sessenta aeroportos operando oficialmente no país, administrados pela Infraero. Desses, no máximo 12, são os mais rentáveis. Todos eles precisando de melhorias. Incapaz de resolver os problemas mais emergentes, a estatal, por necessidade das obras da Copa,  resolveu entregar as cinco mais importantes à iniciativa privada para administrar. Agora com apenas 35% do orçamento de que dispunha é que os demais ficarão a não ver aviões.

Inoportuno

O vereador Stica (PT-CTBA)  levou à discussão na Câmara Municipal um projeto para que a população participe dos custos de obras efetuadas pela Prefeitura em seu benefício. Mesmo sem conhecer detalhes da sugestão, num país em que o volume de impostos, contribuições e taxas pagos pela população equipara-se aos maiores do mundo, com pouquíssimo  benefício em contrapartida, qualquer sugestão que impacte mais o bolso do contribuinte é mal recebida.

Carga total

A carga pesada do governo, jogando toda sua força em cima de Marina Silva que ameaçara seriamente o projeto do poder do PT, inclusive com os gênios cibernéticos  partidários atuando forte e maldosamente nas redes sociais, conseguiu estancar a queda de Dilma Rousseff nas pesquisas. A mudança de rumo no marketing, deixando o que ela fez e mudando para o que você recebeu, surtiu melhor efeito. Sem contar o tempo de exibição de Dilma, conquistado pelos métodos que se conhece, que é pelo menos três vezes maior que do PSB.

Oportunidade

A prejudicar  a oscilação da presidente Dilma nas pesquisas, as suas próprias contradições em relação ao assunto Petrobras. Primeiro negando-se a tratar do assunto por se tratar apenas de notícia de jornal. Depois admitindo que tudo indica que houve malfeitoria na Petrobras mas, tudo já está estancado. São afirmações incoerentes. Se não sabia do que acontecia antes, como pode afirmar que agora não mais ocorre! Afirmações em  que o candidato tucano, que despenca nas pesquisas,  vai se agarrar. É sua última oportunidade de conseguir reverter a atual situação. Afinal, é um escândalo que atravessa três mandatos!