Fiscais e consumidores ludibriados
Parece que a tecnologia é privatizada e a fiscalização, desacelerada. É o que dá o comando de cargos governamentais estarem nas mãos de gente que não é do ramo. Ou como disse ontem a coluna, a condição única para ocupar cargos em qualquer área, inclusive nas altamente técnicas (tipo diretoria da Petrobras), ter como exigência apenas o QI (quem indica). O vexame da fiscalização ao ser alertada pela reportagem do Fantástico em relação ao roubo que ocorria nos postos de combustíveis, que colocavam nos tanques dos carros de seus clientes, muito menos do que eles pagavam, e não encontrar irregularidades, deve-se à baixa tecnologia dos órgãos governamentais. Não há dinheiro para dotar os fiscais de equipamentos de última geração. Vão aos postos armados de arco e flecha. Os malandros que fraudavam o volume colocado nos tanques contavam com um dispositivo passível de ser desligado ao menor sinal de dúvida. Dessa maneira, quando os fiscais apareciam, a quantidade injetada nos tanques voltava a ser a correta. Simples assim! O mais grave é que 40 postos de Curitiba estão sob suspeita de participarem do esquema. Em nível nacional, sabe-se lá quantos! Ao custo de R$ 5 mil reais por bomba para instalação imagine-se a fortuna já arrecadada por Cléber Onésio Alves Salazar, dono da Power Bombas Manutenção, autora da façanha. Resta agora que o Ministério Público, a PF, a ANP, identifiquem os criminosos com provas concretas, para que aqui a prefeitura possa cumprir o que o prefeito Ducci prometeu: cassar os alvarás. Se o artifício desnudado em São Paulo, Rio e Curitiba, tiver sido estendido a todo o país, faltará cadeia para prender os farsantes.
Dito popular
O colunista entende que os ditos populares contemplam e definem quase todas as situações. Daí as citações freqüentes. Agora por exemplo, caberia em relação aos primeiros meses de mandato da presidente Dilma: o que fez com as mãos, pode desmanchar com os pés. No final do ano, depois de alta aprovação em função de medidas duras contra 6 ministros, tentou empurrar para baixo do tapete os problemas em que seu amigo pessoal e agora ministro, Fernando Pimentel, está envolvido.
Perda de prestígio
Agora tenta fazer vistas grossas às situações criadas pelo ministro de Integração Nacional, Fernando Bezerra, responsável pela distribuição de recursos para prevenção de tragédias atmosféricas. Com certeza cariocas, mineiros e catarinenses, depois das informações sobre as aplicações de recursos em Pernambuco, sua base eleitoral, já não darão na próxima pesquisa a Dilma as mesmas notas anteriores.
Investimentos internos
Ao invés de investimentos em maior número de veículos, diminuindo o espaço entre um ônibus e outro, especialmente nos horários de pico, várias melhorias internas estão sendo implantadas na frota urbana de Curitiba. Algumas interessantes como câmeras de segurança, evitando a ação dos trombadinhas; outras que podem travar o veículo se parar fora do ponto, o que na madrugada motoristas atenciosos com os perigos a que o passageiro está sujeito, costumavam fazer, nem tanto.
Negociações preocupantes
O transporte coletivo por sinal pode reservar ao curitibano, surpresas nada agradáveis. Começam as negociações entre empresas, motoristas e cobradores o que pode redundar, em função de aumentos salariais pretendidos pelas categorias, em alterações a maior no preço das passagens. Bom para aqueles; ruim para passageiros.
Em choque
Este país tem situações que ao leigo não fazem sentido. Ainda gora se anuncia a vontade do governo federal em realizar corte de R$ 60 bilhões, para cumprir a meta do superávit fiscal. O que deixa dúvida é o empenho demonstrado para aprovar no Congresso a permissão para gastar livremente esse mesmo valor, sem se ater ao Orçamento.
