Força, Paraná!
Casa onde falta pão, todos gritam e todos têm razão, ensina a sabedoria popular. No caso do Paraná, nem tanto. Claro que o governador Beto Richa e seu irmão Pepe, secretário de Infraestrutura têm alguma razão quando reclamam do Estado ter sido esquecido pelo governo federal no recente anúncio de obras cedidas à iniciativa privada. Fomos prática e totalmente preteridos. Só não passaram por cima entre Mato Grosso do Sul, São Paulo e o Rio Grande por não existir tecnologia para isso. Mas o estado também não se preparou. Para só citar um fato. A moderna Ferroeste (e as ferrovias anteriores) não foi adequada para a relativa modernidade –bitolas largas. As ferrovias de São Paulo, estado delas melhor servido, já atualizaram as bitolas em 1940. Também cabe meia razão nessa altura, ao ministro Paulo Bernardo ao afirmar, embora não fosse essa a opinião emitida por técnicos do seu governo quando Pepe levava os pleitos do Paraná, que faltaram projetos consistentes. Ele próprio tentou apoiar a extensão da Ferroeste, nos moldes atuais, ligando Guarapuava a Paranaguá, gerando um conflito grave com o ex-governador, um contestador militante como diria Odorico Paraguaçu. A propósito: é tempo do Paraná voltar a criticar a sua famosa autofagia que, levada à exaustão pelo espírito beligerante anterior perdeu até a razão de ser criticada. Precisamos retomar o caminho do entendimento nacional, se não quisermos, a cada dia, verem repetidos os fatos de agora, inclusive o aumento da capacidade de endividamento concedido pelo ministro Mantega a vários estados, com o Paraná como sempre, ficando de fora. Unamo-nos, gaúchos, catarinas, paulistas, nordestinos (que apareceram aos magotes em Curitiba com o boom da construção civil) e principalmente os fechados paranaenses de origem, em favor das reivindicações regionais.
Momento impróprio
Claro que o momento não é bom para falar em união. Talvez inclusive nessas eleições realizadas a cada dois anos esteja uma das causas da desunião que se observa, no país, e aqui em particular. Especialmente nas municipais, as divergências se aprofundam. Mal porém se sai de uma e outra eleição se aproxima, não deixando espaço a que as feridas cicatrizem. Mais uma razão para alterar essa insana Lei Eleitoral.
Teses válidas
Por oportuno voltamos às teses de eleições de cinco em cinco anos, sem reeleição, com os trinta partidos e mais os que aí vem para repartir e fazer mau uso do dito horário eleitoral gratuito – que de gratuito não tem nada, obrigando-se a lançar candidatos majoritários em eleições para presidente, governadores, senadores e prefeitos. Produzindo limpeza ética. Sem coligação, usando cada um seus limitados segundos, em pouco tempo reduzimos o número de partidos há no máximo seis.
Lição final
Que fique a lição desse episódio de novas discriminações do Paraná atribuída também ao tempo em que o escritório do Paraná ficou sem representação, para o futuro. A conferir se nas mãos de Amauri Escudero, seremos melhor representados.
FOLCLORE POLÍTICO
Dona Nice Braga, esposa do ex-tudo (prefeito, governador, senador, ministro por duas vezes – só não chegou ao seu sonho de Presidente, voltando ao Paraná para um segundo mandato de governador que não fez justiça ao primeiro) Ney Braga, cumpriu bem sua missão de primeira dama, ocupando a ação social (sem remuneração como era o padrão da época). Certa vez promoveu uma reunião de primeiras damas municipais paranaenses para implantação do Provopar. Convites enviados a todos os municípios, chega a representante de Atalaia, acompanhada do marido. Dona Nice delicadamente comentou: A senhora não precisava ter trazido seu marido. A esposa justificou: Ele achou que por ser tão longe, eu não devia vir sozinha. Foi então que se esclareceu que era a representante de Atalaia, de Alagoas. A de Atalaia, próxima a Maringá não foi convidada. Cerimonial também comete erros.
