Força total
Premido pelo crescimento de Marina Silva que ameaça sua possibilidade de um segundo mandato, a presidente Dilma convoca toda a força do governo para a campanha. Assim, pelo menos quatro ministros entrarão com o peso de seus ministérios, tentando reverter o quadro ainda desfavorável à candidata à reeleição. Ministros como Paulo Bernardo, das Comunicações, com o poder de pressão que poderá exercer sobre rádios e tevês, dependentes das suas determinações legais, poderão conseguir resultados positivos para a campanha governista. Além dele são previstas as licenças de Gilberto Carvalho, para arregimentar os movimentos sociais na campanha; Ricardo Berzoini das Relações Institucionais e Miguel Rosseto do Desenvolvimento Agrário, também deverão pressionar os segmentos a eles ligados, especialmente o MST. Em resumo: o governo vem com todo seu poder para a disputa, usando sua força para tentar reverter o quadro ainda favorável a Marina. A esta restará, diante do ataque avassalador que irá sofrer, apelar para o descontentamento popular manifestado em junho e convocar o povo a vir às ruas. Se conseguir motivá-lo será um fogo contrário capaz de anular o esforço final do governo, que não se constrange em usar todas as armas disponíveis para tentar reverter a disputa em sua reta final. Um excesso governamental jamais visto em campanhas anteriores. A ligeira reação esboçada pela campanha de Dilma, refletida nas recentes pesquisas, reanimou as forças governistas, empenhadas agora mais que nunca, em mudar o quadro definitivo. Custe o que custar!
Maaaantega!
Uma das tentativas de somar apoios, por parte da presidente Dilma, resistente até dias atrás em admitir mudanças no governo, mesmo com o time da economia sendo derrotado, surgiu agora em São Paulo. Depois de tentar sem sucesso comparar Marina a Jânio e Collor, a presidente abriu mão de uma de uma de suas últimas resistências: admitir que a equipe econômica não fez bem o seu papel. É governo novo e equipe nova. Não tenha dúvida disso, admitiu. Em Belo Horizonte, falando a representantes da indústria, já admitira mexer na equipe econômica caso obtenha um segundo mandato.
Massacre
O que se verá nestes 30 dias que restam até a eleição, é o massacre publicitário de que dispõe a presidente e a fragilidade da hoje principal concorrente. Além de toda máquina publicitária do governo, com estatais como a Caixa, Petrobras e BB, disputando espaços com a Casas Bahia, 11 minutos de propaganda eleitoral com a repetição de todos os feitos dos governos petistas nos últimos doze anos. Tudo isso para tentar superar o desgaste que escândalos como o mensalão e os maus investimentos da Petrobras e do BNDES realizaram e que geraram o descontentamento atual da população.
Bancada reduzida
Não só na possibilidade de derrota de Dilma, vive hoje a preocupação do PMDB. Uma perda de espaço para o PT, no Congresso, pode significar também a perda do comando do Senado e da Câmara. Renan e Eduardo Cunha são ainda as apostas do partido para fazer valer seu poder de barganha com o governo, seja ele qual for. Renan por sinal continua forte; além de não precisar disputar vaga no Senado, na medida em que seu atual mandato está na metade, o filho lidera as pesquisas de governo em Alagoas. Com apoio financeiro inclusive de hospitais de São Paulo, como divulgado.
Ataques continuados
A pesquisa Ibope que apresentou 44% de apoio a Beto Richa, contra 28% de Requião e 14% de Gleisi, mudou o foco da campanha do peemedebista. Recrudesceram seus ataques a Beto Richa, deixando por ora de lado a concorrente do PT. Fiel ao seu estilo agressivo, Roberto Requião agora concentra críticas na administração do tucano. Outro alvo de sua ira é o próprio Ibope, desqualificado pelo candidato, embora seja ao lado do Datafolha o mais respeitado instituto de pesquisa nacional.
Se dá para atrapalhar..
Por que facilitar… Esse deve ser o raciocínio de burocratas do Detran, ao obrigarem os automobilistas a pagarem seus débitos exclusivamente num banco oficial. Situação inaceitável num momento em que recursos modernos permitem pagamentos pela Internet, e outros recursos eletrônicos. Além de transferências bancárias. No próximo governo espera-se que o órgão chegue à modernidade.
