Fuga anunciada
Um dos muitos argumentos que estão sendo apresentados, a favor e contra as contratações de médicos estrangeiros para atuar no programa Mais Médicos, que teoricamente teria o objetivo louvável de atender a todas as comunidades brasileiras, especialmente as mais carentes desse tipo de assistência profissional, diz respeito ao contrato feito com entidades que fazem a intermediação de médicos cubanos. Além da OPAS, uma entidade panamericana, outra, denominada Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Médicos Cubanos, o que parece transformar tais profissionais vindos daqueles países em meras mercadorias, é apontada. A se julgar pelo contrato firmado pelos profissionais cubanos para deixarem o seu país (duas parcelas mensais, uma de US$ 400, recebível aqui, e outra de US$ 600 dólares, depositada em conta naquele país), parcela do que é pago pelo governo brasileiro, R$ 10 mil mensais por profissional exportado, um caso em que não apenas o governo cubano pode estar sendo beneficiado. Exportar médicos pode ter virado um negócio altamente rentável na ilha comunista! Posto assim, assemelha-se ao aliciamento que é feito no Brasil, de jovens para países estrangeiros, onde prestam um serviço que não tem a dignidade de serviços médicos, se é que a coluna se faz entender. Nem se argumente que tais profissionais são funcionários do governo cubano e como tal precisam aceitar as condições que lhes são impostas. Um argumento que aproxima sua atividade de trabalho escravo. O governo brasileiro está pois na obrigação de esclarecer mais essa situação dos profissionais cubanos, uma das quais acaba de abandonar o programa, ao saber que estava sendo enganada. Curioso é que o Conselho Federal de Medicina já alertara que em outras circunstâncias, esse é o caminho de médicos cubanos para fugir do país, especialmente para os EUA que mantém um programa para atrair profissionais da ilha.
Exploração política
Coube ao neo-empossado ministro da Saúde, Arthur Chioro, pronunciar-se sobre o episódio da renúncia da médica cubana Ramona Rodriguez, ao programa Mais Médicos. Chioro criticou a oposição por estar se beneficiando do fato, transformando-o em exploração política. Era tudo que a oposição realmente precisava, depois de ter-se mostrado totalmente contra a forma com que foi implantado a toque de caixa. Esse e outros casos que certamente virão, são os riscos que o governo resolveu bancar.
Espionagem nativa
Depois de denunciada pelo ex-funcionário da CIA, espionagem corre o risco de se transformar em modismo. Praticado até por funcionários de segundo escalão de entidades que dispõe de recursos técnicos para isso. Caso da recente denúncia contra a Celepar, estatal do governo do Paraná onde se detectou espias ocorridas em correios eletrônicos da Polícia Técnica. A oposição aqui, via deputado Tadeu Veneri (PT) também transforma esse num episódio político e quer saber quem fez e quem mandou fazer.
Dando o troco
O Brasil vai ficar em dificuldade para questionar o governo italiano, caso haja uma resistência em atender ao pedido de extradição de Henrique Pizzolato, condenado pelo STF a 12 anos e 7 meses de prisão, por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Em 2010, quando o italiano Cesare Battisti, condenado a prisão perpétua na Itália, por supostos quatro assassinatos, foi preso aqui, o presidente Lula negou sua extradição.
Em choque
Quem vai ficar em evidência, intermediando informações à imprensa brasileira nos episódios que envolverão Henrique Pizzolato, é a ex-vereadora de Curitiba, Renata Bueno. Como a fruta não cai longe do pé´, Renata, filha do deputado líder do PPS, Rubens Bueno, com intensa participação política, elegeu-se deputada ítalo-brasileira no Parlamento Italiano. Daí a intensa procura dos veículos de comunicação brasileiros por suas opiniões.
