Holofotes ligados

A coluna lembrava dia desses quando se iniciaram as suspeitas sobre convênios do Ministério do Esporte e cobranças de pedágio em favor do partido a que pertence Orlando Silva, a necessidade de o governo mudar a estratégia na escolha de seus ministros. Entregar ministérios de porteira fechada, expressão usada também ontem aqui, é o caminho para situações como as que determinaram a queda de cinco dos seis ministros defenestrados. Nelson Jobim, único a deixar o cargo por falar demais, criticando colegas do governo e tomando posições que confrontavam as decisões oficiais, além de afirmar que votara em José Serra, parece ter forçado sua saída. A entrega dos cargos substituídos para integrantes do mesmo partido do renunciante (ou renunciado), parece não ser o melhor caminho. Até por que, insistindo na tese, em todos os casos ocorridos as impressões digitais de filiados ao partido, estavam presentes.  Além do mais, não obstante a imagem de deputado sério que Aldo Rebelo, novo ministro, sempre exibiu, já pipocam na imprensa informações sobre doações feitas às suas campanhas por empresas hoje envolvidas em obras da Copa e também por sua  ligação com Ricardo Teixeira, presidente da CBF, a quem a CPI presidida por ele em 2000 e 2001,  fez severas críticas. Antes de Aldo se tornar seu amigo e interlocutor junto à bancada da bola. Outro fato a acrescentar na escolha de Rebelo é, por duas vezes ter sido derrotado em disputas pela presidência da Câmara, com a mão forte de Lula pesando  em favor de seus concorrentes. Fato criticado por Aldo, à época. Terá o ex-presidente sido consultado na escolha? Como se vê, um Ministério que continuará fortemente vigiado por holofotes políticos e da imprensa.

Separar joio de trigo

Uma das medidas anunciadas por Aldo Rebelo que assume o Ministério do Esporte na segunda-feira, é a intenção de não mais promover convênios com ONGs. Um dos prejuízos causados (talvez até um benefício) às Organizações Não Governamentais sérias foi o nivelamento entre entidades sérias e outras criadas por picaretas. A postura do Ministro continua a nivelá-las, por baixo. Para citar apenas uma Organização séria (entre tantas), vamos lembrar aquela fundada pela inesquecível Dra. Zilda Arns: a Pastoral da Criança, que tantos benefícios promoveu aqui e em alguns outros países do mundo. Inclusive no Haiti, onde morreu em ação meritória.

Emendas comprometedoras

Já incomodado por situações mal explicadas, com empresas contratadas pela sua administração em Londrina, o prefeito Barbosa Neto vê-se agora às voltas com injustificáveis emendas parlamentares de dois deputados cariocas em favor de sua cidade. O volume de R$ 18,5 milhões despertou a suspeita do Ministério Público Federal que entra no caso para investigar.

Irreverência

Irreverência tem seu preço: as palavras, no mínimo infelizes por generalizantes, em situação vivida por ela, com direito a retificação posterior dando nome aos que as palavras supostamente eram dirigidas, estão gerando incômodos à jovem vereadora Renata Bueno. Advogada que é, deveria ter em mente as responsabilidades geradas por palavras mal colocadas.

Representação fidedígna

Pela primeira vez o Paraná tem dois nomes na lista tríplice encaminhada à decisão da presidente Dilma, para ocupar a vaga disponível no Superior Tribunal de Justiça: desembargadora Suzana de Camargo Gomes, do TRF da 3a. Região, nascida em Palmas no sudoeste do Paraná e desembargador Néfi Cordeiro, do TRF4, natural de Curitiba. Nesse STJ o Paraná já foi representado em passado recente por um dos mais respeitados ministros de todos os tempos: Milton Luiz Pereira, ex-prefeito de Campo Mourão.

Em choque

O policial João Dias denunciou  Apolinário Rebelo, vice do PCdoB em Brasília, irmão de Aldo, por suposta participação nos desvios do Ministério do Esporte.