Homens e suas ações

O Brasil passa por um momento que pode ser exemplar: o julgamento e, espera-se, a punição daqueles que realmente acometeram o que foi classificado como o maior escândalo político do país. Pelo menos o de maior visibilidade. Talvez não a solução imediata dos excessos cometidos na área político/administrativa que, pelo andar da carruagem ainda deixa muito a desejar. Haja vista denúncias hoje vindas a público e que merecem um esclarecimento em relação às obras em execução no Clube Atlético Paranaense, em sua adequação para a Copa. Muitas outras deverão surgir nessa preparação em todas cidades-sédes.  Curiosamente, quando a figura de Ulisses Guimarães é evocada, vinte anos depois de sua morte, num cenário atual em que os egos e gestos menos republicanos prevalecem, vale lembrar demonstrações de grandeza que ele teve: com a morte de Tancredo na transição para a democracia,  outro que não ele, não teria aberto mão do direito de assumir a presidência da República e empurrar com a barriga, uma nova eleição. Ulisses era presidente da Câmara e, com a morte do eleito sem ter assumido a presidência da República, não havia o direito natural de seu vice, José Sarney. Quem garantiu a transição pacífica, não dando chance a que um vazio político estimulasse alguns revolucionários frustrados a tentarem novo golpe, foi ele. Senhor Anistia, Senhor Diretas, Senhor Constituinte, Senhor Impeachment, como lembrado agora, não foram poucas as oportunidades que teve, se o seu ego tivesse prevalecido, de adonar-se do poder. Fica ao final, depois da frase anteriormente repercutida pela coluna –velho sim, velhaco, não!,  em resposta às grosserias contra ele proferidas pelo presidente Collor, o falso caçador de marajás, uma das inúmeras frustrações  reservadas ao povo pelas eleições, outra lembrada pelo dr. Friedmann Wendpap, uma sutil referência às perigosas preferências do ex-presidente: Minhas drogas eu compro na farmácia.

Frase arrogante

A se julgar pelas afirmações  de agora, feitas pelo advogado José Cid Campêlo Filho ao deixar a vice-presidência do Conselho Deliberativo do Furacão – Clube Atlético Paranaense (Campelo diz que não se trata de denúncia – esta deve ser feita pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas), a frase arrogante de Mário Celso Petraglia, em entrevista concedida à jornalista Ruth Bolognese (publicada pela Folha de Londrina, tempos atrás) está desatualizada. Dizia ele à época (em evidência por ser o caixa de campanha de Jaime Lerner),   num dos trechos: O dinheiro já não me comove!. Pelo jeito voltou a comover!

Quem acredita!

Amanhã, o DataFolha, não obstante o descrédito que tomou conta da população em torno de pesquisas (a paranaense Paraná Pesquisas do Murilo Hidalgo ficou fora desse descrédito), publica a primeira pesquisa em torno do segundo turno que se disputa em Curitiba. Mesmo com os erros do primeiro, tem gente com suor frio na palma das mãos.

Apoios

O destaque dado pelas campanhas curitibanas ao apoio de Rafael Greca –PMDB?- (10% de votos no primeiro turno) a Ratinho Jr. e Rubens Bueno –PPS (vice de Luciano Ducci) a Gustavo Fruet, enseja a pergunta: quanto cada um transferirá a seu apoiado de agora? Do mesmo modo os apoios de Requião a Ratinho Jr. e Lerner ao Guga.

Em choque

A julgar pelo número de cavaletes expostos pela cidade a campanha de Ratinho Jr. tem bem mais cascaio que a de Gustavo Fruet. Sinal de que o famoso apresentador que apóia a candidatura do filho, abriu a mão!