Hora de ouvir
Uma das frases mais repetidas pelos políticos brasileiros deveria ser materializada: É preciso ouvir a voz das ruas. Em várias oportunidades, situações emblemáticas ocorreram no país, algumas delas com desdobramentos inesperados. Como a que o levou a mais uma ditadura, em 31 de março de 1964. Os sinais evidentes de que os extremos estariam se aproximando não foram respeitados pelos protagonistas da política de então. O resultado foi o que se viu! Um Brasil diferente está surgindo agora das manifestações de junho de 2013. O povo saiu às ruas e tomou consciência de seu poder. Naquele momento, com reinvindicações difusas, iniciadas pelos R$ 0,20 centavos de aumento no transporte coletivo, mas transbordando em outras reivindicações represadas. Uma suspeita entrada dos black-blocs em ação, esfriou momentaneamente os ânimos. Não apagou porém a chama que se acendera. Outros episódios classistas, inclusive com confrontos dentro das mesmas categorias, caso da dissidência dos motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo, desrespeitando um acordo feito pelo sindicato da categoria e deflagrando uma greve que grande sofrimento gerou aos trabalhadores da capital paulista. Outros confrontos de funcionários públicos com os governos aos quais prestam serviço, seguiram-se, até culminar numa greve de policiais, inaceitável pela legislação nacional. Ao fundo a reação aos gastos da Copa, queimando bilhões de dinheiro público nas costumeiras corrupções, negociadas por uma falsa elite em reuniões regadas a champanhe e uísque. Dinheiro que sempre faltou a causas mais nobres e que agora afloram nas novas manifestações. Não por acaso professores afrontam os milionários representantes da legião estrangeira que dizem representar o Brasil e seu futebol. Notícias de que a CBF e Fifa têm lucros bilionários, são um tapa na cara do trabalhador que diariamente enfrenta todas as dificuldades para trazer sustento à sua família. Repetindo o início deste comentário: É preciso que os nossos representantes, em todos os níveis, se deem conta do ruído que vem das ruas.
Guerra repetida
Seria risível se não fosse preocupante. O confronto entre a cavalaria da Polícia Militar de Brasília e os manifestantes contra a Copa, cujo troféu máximo foi impedido de ser exibido na última cidade que visitava, na terça-feira. Entre eles, um grupo de índios com seus arcos e flechas, contra a pomposa força equestre. Um remake da guerra protagonizada na Ilha do Governador nos primórdios da fundação do Brasil, atingindo Mem de Sá, o fundador do Rio de Janeiro, com uma flechada que o levou à morte.
No rigor da lei
Depois de ter superado uma decisão do TSE, que pretendia limitar a ação do Ministério Público em casos envolvendo crimes eleitorais, essa entidade tem o dever de agir nas próximas eleições com o máximo rigor, sem deixar qualquer suspeita sobre a possibilidade de que suas ações tenham outra motivação, que não o absoluto cumprimento da lei. Uma das limitações que sofriam promotores e juízes, era a submissão ao aluguel de suas moradias pagos pelas municipalidades.
Representação esvaziada
O Paraná vai perder uma vaga de deputado federal e outra de estadual, graças a decisão divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral, com validade já para a próxima eleição. Para o leigo, hoje pouco satisfeito com os resultados da política, pouco se lhe dá. Com 30 parlamentares já somos tratados como no caso do Proinveste e outras situações em que o Paraná foi prejudicado; um a menos não fará grande diferença.
Em choque
Dúvidas persistem! Há quem veja na desfiliação de André Vargas do PT, um ardil. Se perder o mandato pela intervenção do partido junto à Justiça Eleitoral, uma definição da comissão de Ètica da Câmara, torna-se desnecessária. André não ficará inelegível, podendo reiniciar sua carreira em 2016. Não convém ao partido deixar um companheiro que sabe muito ao relento!
